quinta-feira, 14 de junho de 2012

281. MINHAS MÃES E MEU PAI, de Lisa Cholodenko

A homossexualidade nunca foi tão natural e divertida.
Nota: 8,8


Título Original: The Kids Are All Right
Diração: Lisa Cholodenko
Elenco: Annette Bening, Julianne Moore, Mark Ruffalo, Mia Wasikowska, Josh Hutcherson, Yaya DaCosta, Kunal Sharma, Eddie Hassell, Zosia Mamet
Produção:
Roteiro: Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg
Ano: 2010
Duração: 106 min.
Gênero: Comédia / Drama

Nic é uma médica bem sucedida que comanda sua casa como se fosse o homem do pedaço, já Jules, a menos afeminada das duas, é uma jardineira de bem com a vida que não se importa em mandar ou obedecer, elas são casadas e tem uma bela vida com seus dois filhos, Joni e Laser. Quando jovens elas decidiram casar e ter seus próprios filhos, gerados e criados por elas, portanto cada uma fez uma inseminação artificial com o mesmo doador. Quando Joni completa dezoito anos, ela e o irmão decidem ir atrás de seu pai biológico, e é aí que a vida de todos terá uma reviravolta completa.


Como diretora de cinema a carreira de Lisa Cholodenko resume-se a nada. Ela trabalhou em curta-metragens que provavelmente nem foram lançados na telona e em séries de televisão, dirigiu os sem graça “Laurel Canyon – A Rua das Tentações” (2002) e “Cavedweller” (2004). Não pode se esperar muito dela para “Minhas Mães e Meu Pai”, mas ela consegue o inimaginável: um ótimo filme que mereceu o lugar entre os dez indicados no Oscar de 2011, aliás, falando nisso, naquele ano, se eu tivesse de escolher a tradicional lista dos cinco, ficaria com esse, com o vencedor “O Discurso do Rei”, o intrigante “Cisne Negor”, o excelente “A Rede Social” e a animação incrível, e provavelmente o melhor filme daquele ano, “Toy Story 3”. O roteiro, indicado ao Oscar, leva as assinaturas da diretora e do roteirista Stuart Blumber, ela roteirizou alguns filmes que dirigiu, mais uma vez algo insignificante, ele é o responsável pelo roteiro da comédia engraçadíssima, apesar de bem estilo idiota americano jovem, “Um Show de Vizinha” (2004), que fez parte de uma geração de adolescentes que aprendia algumas coisas sobre sexo.


Annette Bening, indicada quatro vezes ao Oscar, incluindo por sua atuação aqui, é Nic. Essa atriz é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores atrizes de sua geração, versátil, talentosa e muito competente ela consegue dar o máximo de si e dar vida a uma mulher inteligente, refinada, culta, grande profissional e que ama seus filhos mais que tudo, mas que também é controladora e dona da razão a todo instante. A carreira de Bening começou mesmo em 1990 ao ser dirigida por Mike Ncihols em “Lembranças de Hollywood”, drama –comédia sobre mãe e filha protagonizado por Meryl Streep e Shirley MacLaine e ao trabalhar em “Os Imortais” e receber sua primeira indicação ao Oscar; em 1995 foi a vez de atuar ao lado de Ian McKellen e Jim Broadbent no cultuado “Richard III”, no mesmo ano protagonizou o popular “Meu Querido Presidente”; foi em 1999 que a atriz demonstrou que veio mesmo para ficar no cinema, firmando-se com Carolyn Burnham no mega drama de Sam Mendes “Beleza Americana”, um dos meus filmes favoritos e que rendeu a atriz mais uma indicação da Academia, e sua quarta indicação ao prêmio da academia veio com “Adorável Julia” (2004), sobre uma atriz e suas aventuras. Julianne Moore é outra grande atriz, com 70 títulos na carreira, entre séries, minisséries, filmes para cinema e televisão, acabou sendo pouco valorizada durante a vida, mas ela e Bening formam uma dupla perfeita de feras de uma geração repleta de grandes talentos e revelações, como Jules ela consegue extrair a exata essência da lésbica meio masculinizada que não deixa que a mulher dentro dela se perca. Apesar de não gostar muito de Mark Ruffalo atuando, simpatizo com ele, e vejo nesse filme, onde ele é o pai, um divisor de águas em sua carreira: antes um ator mediano, depois um ator excedendo expectativas. Um divisor de águas, essa é a definição desse filme também na carreira de Mia Wasikowska, onde ela interpreta Joni, antes ela era bem apagada, depois emplacou Alice de Tim Burton, viveu Jane Eyre na adaptação de 2011, trabalhou com Glenn Close em “Albert Nobbs” (2011) e está escalada para viver Emma Bovary na nova adaptação do romance. Lembro-me pouca coisa de minha vida antes de 2000, foi depois da virada do século que assisti a Harry Potter (ainda em VHS), que me apaixonei por cinema e literatura e que resolvi ser cineasta, digo isso por que Josh Hutcherson atua desde 2002, ele é apenas dois anos mais velho que eu, e é interessante ver um ator desenvolvendo suas técnicas desde criança, nesse filme ele vive Laser, um rapaz que tem algumas dúvidas na vida, não quanto a sua sexualidade, mas aquela típicas de adolescentes sobre o que fazer em certas situações, e é bom ver que, ao contrário de muitos artistas nascidos entre 1990 e 2000 que continuam atuando, ele está progredindo.


As reflexões feitas nesse filme não se restringem a homossexualidade, muito pelo contrário, ele não é uma produção feita com fins de defender e/ou apoiar a maternidade ou paternidade gay, ele não revela as dúvidas sexuais de suas personagens, ele nos mostra problemas de famílias normais, mas deixa claro que qualquer família, inclusive uma com duas mães e nenhum pai, está propensa a ter problemas. As personagens desse filme não possuem complicações e dúvidas por que são homossexuais ou por que são filhos de homossexuais ou por que doaram sêmen para um casal homossexual, elas têm suas complicações e suas dúvidas por que são seres humanos, e como a vida de qualquer ser humano, as vidas deles não é perfeita.


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