sexta-feira, 1 de junho de 2012

290. PIRATAS DO CARIBE – O BAÚ DA MORTE, de Gore Verbinski


O segundo, apesar de satisfazer, nunca é tão bom quanto o primeiro. Esse não foge à regra.
Nota: 7,8


Título Original: Pirates of the Caribbean – The Dead Man’s Chest
Direção: Gore Verbinski
Elenco: Johnny Depp, Keira Knigthley, Orlando Bloom, Geoffrey Rush, Jack Devenport, Bill Nighy, Jonathan Pryce, Tom Hollander, Naomi Harrys, Stellan Skarsgard
Produção: Jerry Bruckheimer, Bruce Hendricks, Mike Stenson, Pat Sandson, Chad Oman e Eric Mcleod
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio, Stuart Beattie e Jay Wolpert
Ano: 2006
Duração: 151 min.
Gênero: Aventura / Fantasia / Comédia

 O casamento de Elizabeth e Will é impedido e ele recebe uma missão de Lord Cutler Beckett: ir onde for necessário para trazer uma bússola para ele e libertar sua amada da prisão, o único problema é que Will precisará encontrar o proprietário dessa bússola e persuadi-lo a entregá-la para salvar Elizabeth, ninguém menos que o Capitão Jack Sparrow. No entanto, os propósitos de Jack nesse filme não se centrarão muito em resgatar a donzela em perigo, afinal essa honra e dignidade toda não faz parte do pirata mais adorado do mundo, Sparrow quer livrar-se dos problemas que tem com o enigmático Capitão do Holandês Voador, Davy Jones, condenado por toda a eternidade por ter amado a mulher errada. É claro que toda aquela trupe do primeiro filme, irá fazer parte desse para deixá-lo ainda mais hilário.


Gore Verbinski nunca fez nenhum trabalho de muito sucesso, muito menos algum de que eu particularmente goste, a não ser os três primeiros filmes da franquia “Piratas do Caribe”. Dentre seus trabalhos temos a comédia que passou centenas de vezes na Sessão da Tarde, “Um Ratinho Encrenqueiro” (1997); o fracasso estrelado por Brad Pitt e Julia Roberts, “A Mexicana” (2001); o terror “O Chamado” (2002); e o chatíssimo “O Sol de Cada Manhã”, com o péssimo Nicolas Cage. Seu trabalho aqui começa a melhorar em relação ao primeiro filme, a fotografia melhora, a edição toma o mesmo rumo, mas existe algo que não pertence ao diretor que torna essa essa série inconfundível: ninguém mais ninguém menos que o alemão Hans Florian Zimmer assume a trilha sonora do filme e a faz se tornar um marco no cinema moderno. O vencedor do Oscar de 1995 por “O Rei Leão” (1994), tem ao seu lado do tema extremamente popular composta por Klaus Badelt e o melhora cem por cento. Zimmer, como eu já cansei de dizer, é um dos melhores compositores modernos, ao lado de John Williams e Howard Shore eles formariam o trio perfeito, se eles resolvessem se juntar e Williams fosse o responsável pelo piano, Zimmer pelas cordas e Shore pelos sopros eles fariam a trilha mais inimaginavelmente perfeita da história do cinema. Aqui, portanto, Zimmer nos proporciona diversas músicas ótimas, sem nunca deixar de lado o tema “He’s a Pirate”, trazendo toda a jovialidade impressa em Sparrow por Depp, a ganância dos piratas e a diversão atribuída a vida de quem vivia no mar roubando os outros no Século XVII. Do restante das músicas, seguem, em sua maioria, esse estilo eletrizante e divertido, destaque para as músicas compostas para o personagem Davy Jones, que são fortes e chamam muito a atenção. Além da trilha, o ponto forte desse filme é mesmo a parte técnica, as edições de som e imagem são maravilhosas tanto em alto mar quanto na terra e a maquiagem de Davy Jones e sua tripulação é perfeita.


Johnny Depp volta com sua personagem mais querida e a qual, segundo ele próprio, lhe traz muito divertimento. Não é difícil ver o quanto o ator se diverte interpretando Sparrow: é vivo, alegre, irônico, engraçado, sexy e nos mostra que não serão três anos separado de seu tão amado Jack que ele deixará de fazê-lo com perfeição. Keira Knightley tem sua interpretação “menos ruim” dos três filmes nesse aqui, apesar de gostar dela em algumas outras produções, acho sua Elizabeth ruim, talvez por a própria personagem ser chata e sem graça, mas confesso que vê-la na tela é sempre algo agradável para os olhos masculinos. Talvez Orlando Bloom tenha exatamente os mesmos problemas de Knightley,tornando-se algo chamativo para as mulheres que querem ver um pirata mais bonito e menos sujo. Mas aqui ainda temos atores de alto escalão para competir o espaço de Depp, alguns novos no elenco, outros oriundos do primeiro. Kevin McNally é o sempre ótimo Gibbs, uma das personagens mais adoradas da série, e o único que aparece em todos os filmes ao lado de Depp. Jack Davenport volta como um Norrington falido, bêbado e acabado que não sabe a quem se aliar para essas novas disputas. Stellan Skarsgard é o pai de William Turner, Bootstrap Bill, um pirata que, há anos atrás, ficou prisioneiro no Holandes Voador, da onde jamais poderá sair sem a permissão de Davy Jones. Ainda temos Naomie Harris como a enigmática Tia Dalma, uma feiticeira que tem muito mais o que esconder além de um corpo misterioso em sua casa. Jones, por fim, é interpretado pelo maravilhoso Bill Nighy, como um homem literalmente sem coração, que deseja a morte e o sofrimento alheio para tentar esquecer dos seus próprios por sua desilusão amorosa.


Esse segundo filme da franquia é o que eu menos gosto, bem como seu posterior é enrolado e o tempo todo parece que sue roteiro não sabe para que lado seguir. As sacadas do filme são ótimas, as cenas de Depp como o Deus de aborígenes são ótimas, as gaiolas feita de ossos chegam a dar arrepios e, apesar de cenas exageradamente falsas como a da roda em ilha, o filme possui técnica superior a do primeiro e com mais ação e lutas é divertido e nos faz rir bastante, afinal, é sempre algo muito agradável ver as trapalhadas e aventuras que somente um pirata no mundo pode nos proporcionar: o Capitão Jack Sparrow.

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