Meryl Streep e Tommy Lee Jones constroem
o típico casal de meia idade em um filme original e prá lá de agradável.
Nota: 8,8
Título Original: Hope Springs
Direção: David Frankel
Elenco: Meryl Streep, Tommy Lee Jones, Steve Carell, Jean Smart, Bem
Rappaport, Marin Ireland, Patch Darragh, Brett Rice
Produção: Todd Black, Guymon Cassady
Roteiro: Vanessa Taylor
Ano: 2012
Duração: 100 min.
Gênero: Comédia Romântica
Kay e Arnold acabam de completar 33 anos
de casados, sim, definitivamente, isso é muito tempo, entretanto, o
relacionamento dos dois vai de mal a pior há quase cinco anos. Enquanto Arnold
trabalha em uma empresa, Kay cuida da casa e da loja que tem com uma amiga, os
dois já não dormem mais juntos, não fazem sexo e nem as caricias do dia-a-dia
eles trocam. Para tentar reverter essa situação, Kay resolve comprar sessões de
terapia de casal com um famoso terapeuta.
Basta dizer que David Frankel dirigiu as
séries “Sex And The City” (2001-2003) e “Entourage” (2004) e os filmes “O Diabo
Veste Prada” (2006) e “Marley & Eu” (2008) para saber que o diretor tem
alguma experiência em dirigir comédias. Provavelmente, sua aparente facilidade
de fazer esse gênero, deva-se ao seu incrível timing para os enredos e a
escolha dos intérpretes. Seu trabalho, portanto, é algo divertido e
extremamente original, a diferença do que ele faz aqui é que, ao contrário de
seus outros trabalhos, o filme é sobre duas pessoas acima dos 60 anos que
desejam voltar a ter uma vida apaixonada e feliz. Como sempre aponto, quando
escrevo sobre esse estilo de comédia romântica (onde os velhos são os
protagonistas, e não meros coadjuvantes), o trunfo aqui é a exata experiência
de vida que as personagens tem, digo, ao contrário das comédias sobre
adolescentes, os protagonistas realmente sabem o que significa amor e conhecem
bem as reais dificuldades da vida. A única coisa que tenho a dizer sobre a
roteirista Vanessa Taylor é que ela é produtora da fantástica série “Game of
Thrones” (2012) e que a trilha sonora de Theodore Shaphiro pode não ser nada
genial, mas é bem divertida e ele acerta nas músicas para cada cena.
Que química e que agradável surpresa
assistir a Meryl Streep e Tommy Lee Jones vivendo um casal do cinema, e que
construção impressionante a desse casal. Tommy Lee Jones é, provavelmente, o
ator mais carismático do Texas, aqui seu trabalho é feito com uma perfeição
fantástica: ele é o retrato mais óbvio do homem de meia idade, sem dar muito valor
a mulher incrível que tem, é um pouco grosso e aparenta ser extremamente
amargo, entretanto, o único problema que o homem possui é o fato de ser
totalmente incapaz de expressar seus sentimentos. Ao pé que anda a carreira de
Streep, é dispensável apresentá-la, mas basta dizer que foi três vezes
vencedora do Oscar (incluindo esse ano pela sua interpretação memorável em “A
Dama de Ferro” [2012]), de 17 indicações, apesar de toda sua excelência, Meryl
tornou-se popular mesmo entre todas as idades somente em “O Diabo Veste Prada”
e, a partir daí, contra todos os credos da indústria cinematográfica, vem
vivenciando o auge de sua carreira, com 63 anos, a atriz vive a protagonista
desse filme, e nos faz lembrar duas coisas: uma, mesmo os mais velhos amam e
querem ser amados, a outra, sendo Meryl, ela será sempre perfeita e não há
papel que a possa intimidar, afinal, que outra atriz com mais de 50 anos
poderia fazer sexo no cinema sem ser ridícula, pra não falar na cena da banana, na qual a triz diz simplesmente tudo apenas com um olhar pervertido? Além disso, após a editora de
uma revista de moda, a poderosa chefe da CIA, uma jornalista, a dona de um
hotel na Grécia, uma freira, uma cozinheira e ninguém mais, ninguém menos que a
poderosa primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, é maravilhoso ver
Meryl vivendo uma simples e comum dona de casa.
Ao contrário do que vemos ano após ano,
essa a experiência vivenciada pelo casal no filme não será apenas uma semana
repleta de risadas para o público, e sim a prova de que qualquer ser humano é
capaz de amar e merece ser amado, independente de cor, sexo ou idade. Em uma
das cenas mais tocantes que lembro ter assistido nos últimos anos, ao menos no
quesito casal de comédia romântica, após anos sem dormir juntos, os
protagonistas fazem uma tentativa, o resultado: acordam abraçados, e Streep,
como somente ela poderia fazer, sorri e provoca soluços e incontáveis “ownts”
nas salas de cinema, masi uamvez, ela toma conta do filme apenas com seu olhar mais sincero. Simplesmente único.
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