domingo, 9 de setembro de 2012

206. THE GODDESS OF SPRING, de Wilfred Jackson

As adaptações da Mitologia Grega se mostram, a partir desse filme, tão interessantes quando as clássicas histórias de ninar.
Nota: 9,7


Direção e Roteiro: Wilfred Jackson
Elenco (vozes): Kenny Baker e Tudor Williams
Produção: Walt Disney
Ano: 1934
Duração: 9 min.
Gênero: Curta Metragem / Animação / Drama / Musical

CONFIRA O CURTA:


Persephone vive em seu mundo perfeito: é a Deusa da Primavera e está sempre acompanhada de incontáveis animais e plantas. Eis que, em mais um belo dia, Hades, o Deus do Mundo dos Mortos, conhecido como o Satan, a rapta e a leva para seu mundo para ser sua esposa. Apesar dele fazer de tudo para que ela seja feliz, a moça só deseja voltar para seu mundo. Sendo assim, como na própria mitologia grega, Hades faz um acordo com Persephone e permite que ela volte para seu mundo, com a condição de que ela volte para o Mundo dos Mortos.


A coletânea homenageada esse mês pelo blog, conhecida com “Silly Symphony”, foi criada pelo mestre Walt Disney, com o intuito de testar algumas técnicas para se criar grandes longas de animação. Nesse filme, o que vemos é exatamente o principal teste para o melhoramento dos movimentos humanos em animações, movimentos esses que seriam aplicados no primeiro longa metragem de animação da história do cinema, o inesquecível “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), também dirigido por Wilfred Jackson. Em “A Deusa da Primavera”, Jackson continua surpreendendo e inovando de todas as formas possíveis, além de o filme ser uma prévia para os grandes clássicos infantis que envolveriam humanos, ele também consegue adaptar uma das histórias mais fantásticas de mitologia grega para o cinema, em um dos primeiros filmes que, realmente, envolve humanos na trama. Apesar de vermos claramente alguns defeitos acerca dos efeitos, eles acabam, em meio a tanta beleza e inovação, sendo ignorados enquanto aproveitamos a excelência de um dos maiores mestres do cinema de animação.


Na mitologia original grega, Persephone é raptada pelo tio, Hades, mas se recusa a se alimentar, sendo assim, ela começa a definhar. Zeus, por sua vez, faz o acordo com o irmão para que a jovem possa passar metade do ano com ele e Deméter, mãe da moça, e na outra metade ela seria a Deusa do Mundo dos Mortos. Segundo os gregos, é dessa forma que se explica as colheitas anuais, em outras palavras, enquanto a Deusa da Primavera estava em nosso mundo, era a época das vacas gordas, quando estava com seu marido, a das magras. Além de o filme ser, portanto, uma adaptação excelente da história (é bom lembrar que a exclusão de algumas personagens é óbvia: quando, em “King Neptune” (1932), existiam muitas personagens com feições humanas, a estética do filme foi um fiasco), é um marco no cinema e, sem sombra de dúvida, o será para todas as crianças que o assistirem.



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