quarta-feira, 5 de setembro de 2012

211. THE PIED PIPER, de Wilfred Jackson


Provavelmente a adaptação mais curiosa da coletânea.
Nota: 9,7


Direção: Wilfred Jackson
Produção: Walt Disney
Roteiro: Ted Sears e Robert Browning (Poema)
Ano: 1933
Duração: 7 min.
Gênero: Curta Metragem / Animação / Comédia

CONFIRA O CURTA:


No filme vemos a clássica história do “Flautista de Hamelin”. Na trama, a cidade de Hamelin está infestada por ratos, o prefeito, portanto, oferece a quem conseguir exterminar a praga uma bolsa cheia de dinheiro. Tendo em vista, um flautista, recém chegado na cidade, enfeitiça os animais e os retira da cidade. Entretanto, o prefeito e os habitantes fecham o rapaz para fora dos portões e não entregam o dinheiro. Como forma de se vingar, o flautista enfeitiça as crianças e as leva para um paraíso dentro de uma montanha. Dessa forma, a cidade nunca mais viu os ratos, mas também perdera todas as suas crianças.


Wilfred Jackson dirigiu vários filmes da série “Silly Symphony” (para saber mais, leia as últimas postagens do blog, que, nesse mês, homenageia essa coletânea incrível feita por Walt Disney, como uma forma de testar as técnicas para animação e adaptar grandes histórias para o cinema). Bem como Walt Disney, Jackson ameniza as partes mais tenebrosas das histórias. Aqui não é diferente. No conto original, o Flautista não era visto como um homem tão íntegro e bondoso, na realidade ele afoga os ratos em um rio, depois, ao saber que não terá seu dinheiro, simplesmente enfeitiça as crianças e as prende, sem dó nem piedade, na montanha. Logo, podemos concluir que ele pode ser tão maldoso, interesseiro, ganancioso e ter tanta sede de poder e dinheiro quanto os habitantes de Hamelin. Algumas culturas mundo à fora vêm o Flautista como a representação da imigração, outros são mais realistas, e o consideram a perfeita representação de estupradores de crianças ou de um serial killer, mas alguns são mais poéticos e acreditam que ele represente as doenças que assolarem a Europa durante séculos, levando crianças e animais (acho mais simples apenas compará-lo, devido ao contexto dos ratos e tudo o mais, com a Peste Negra, que matou cerca de 50 milhões de pessoas).


Não importa o que realmente Robert Browning quis representar com o Flautista, essa é uma história incrível que já foi ouvida por milhares de pessoas em todo o mundo. Sendo assim, apesar de todas as interpretações que podemos fazer a respeito de toda a trama, é praticamente necessário as crianças assistirem a esse filme em algum momento de sua infância, afinal, que forma melhor de demonstrar a elas o que pode acontecer se um dia elas decidirem trair ou não cumprir com suas palavras? Mas é bom deixar claro que, apesar de, no filme, as crianças estarem trancadas em um lugar repleto de doces e diversão, elas jamais voltarão a ver seus amados pais, pois ficarão lá para sempre.



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