Um dos melhores romances dos últimos
anos.
Nota: 9,6
Título Original: Brokeback Mountain
Direção: Ang Lee
Elenco: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams, Anne Hathaway,
Randy Quaid, Valerie Planche, David Trimble, Larry Reese, Marty Antonini
Produção: Dianna Ossana, James Schamus,
Scott Ferguson
Roteiro: Annie Prolux, Larry McMurtry,
Diana Ossana
Ano: 2005
Duração: 134 min.
Gênero: Drama / Romance
Ennis Del Mar e Jack Twist são dois
homens normais que se conhecem quando são contratados para cuidar de ovelhas em
Brokeback Mountain. Jack sonha em ser cowboy enquanto Ennis junta dinheiro para
se casar com a jovem Alma no fim do verão. No entanto em uma das cenas mais
polêmicas do ano de 2005, Ennis e Jack acabam tento relações sexuais, se
apaixonam e resolvem continuar com esse relacionamento. O ano é 1963, se hoje
em dia já vemos tanto preconceito a cerca de homossexuais, não preciso dizer
que os dois escondem de todos o amor que nutrem um pelo outro, sendo
assim, casam-se com mulheres, tem filhos e vivem aparentemente felizes com suas
esposas. Mas no fundo aguardam o seu reencontro.
Ang Lee é um dos diretores modernos mais
conceituados pelo cinema cult. Dentre seus principais filmes estão: “Razão e
Sensibilidade” (1995), adaptação do romance de Jane Austen, com Emma Thompson e
Kate Winslet, indicado a sete Oscar, vencedor de um; e “O Tigre e o Dragão”
(2000), uma épica história com muita aventura, ação e fantasia na China, 10
indicações ao Oscar, das quais levou 4. Lee parece partilhar de aceitações para
que não haja preconceito contra a homossexualidade, no filme, apesar de deixar
claro que suas personagens tem receio de sua escolhas e mostrar que na época a
opção não era nada aceita, ele leva o fato com bastante tranqüilidade e tenta
mostrar como é ridículo prejulgarem as pessoas por suas escolhas, apesar de o
homossexualismo não ser uma coisa realmente corriqueira na época e não ser algo
fisiologicamente normal, Lee mostra que não existe necessidade para tanto
alarde. Deixando de falar do roteiro, que é impecável, falemos do trabalho em
si de Lee: de forma meio romântica dos clássicos de Hollywwod e misturando o
estilo Western típico de John Ford, ele nos proporciona algo totalmente
original, a fotografia do filme é linda por si só, afinal o local onde o filme
é filmado é maravilhoso, a trilha do
filme é feita por Gustavo Santaolalla, apesar de não muito conhecido ele já fez
vários filmes nesse estilo mais cult moderno e alternativo.
Sempre vi em Jake Gyllenhaal um ator em
potencial, mas apenas isso, ele simplesmente não consegue sair do potencial e
se tornar um bom ator, como Jack ele é sustentável, não impressiona, mas também
não decepciona por completo. Heath Ledger foi uma das maiores perdas do cinema
na última década, com tudo para ser um dos melhores atores de seu tempo ele
deixou o mundo cinematográfico de forma triste e sem motivo, ele é o confuso
Ennis, um típico vaqueiro burro que não consegue escolher entre o amor por Jack
e a vida normal com Alma, é bem aquele estilo de gay que tem medo e receio de
se admitir gay. Michelle Wlliams é uma Alma sonsa e idiota, mas da qual só nos
resta sentir pena e desejar que ela se livre de Ennis e seja feliz, logo ela
nos proporciona uma excelente atuação. Anne Hathaway é Laureen Newsome, a
esposa de Jack, uma mulher impetuosa, bonita e filha de um homem muito rico,
que, ao contrário de Alma, é forte, independente e sabe o que quer, Hathaway é
uma das atrizes jovens de mais talento e sensualidade de hoje.
Não importa se é entre pais e filhos,
homens e mulheres, homens, irmãos, mulheres, ou o que for, amor é sempre amor e
não há nada que se possa fazer quanto a isso. Esse filme não fala sobre os
direitos de homossexuais, apesar de deixar claro o preconceito da época, ele é
uma história como qualquer outra de um amor visto como impossível, um amor
entre dois homens, mas que não deixa de ser digno ou menor por isso. O que o
filme nos passa é uma mensagem de integridade e sociedade, nos mostra que,
quando duas pessoas se amam e não podem se ter por completo, elas serão
infelizes até certo ponto, mas os seus momentos juntos serão os mais belos
possíveis, momentos esses que somente quem já amou sabe como a espera é
difícil, no caso de Jack e Ennis, a espera por estarem juntos novamente em
Brokeback Mountain. E é bem nisso que esse filme se sustenta, não é um apelo
para que a homossexualidade seja aceita, simplesmente é uma história de amor.
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