terça-feira, 8 de maio de 2012

311. O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN, de Ang Lee


Um dos melhores romances dos últimos anos.
Nota: 9,6


Título Original: Brokeback Mountain
Direção: Ang Lee
Elenco: Heath Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams, Anne Hathaway, Randy Quaid, Valerie Planche, David Trimble, Larry Reese, Marty Antonini
Produção: Dianna Ossana, James Schamus, Scott Ferguson
Roteiro: Annie Prolux, Larry McMurtry, Diana Ossana
Ano: 2005
Duração: 134 min.
Gênero: Drama / Romance

Ennis Del Mar e Jack Twist são dois homens normais que se conhecem quando são contratados para cuidar de ovelhas em Brokeback Mountain. Jack sonha em ser cowboy enquanto Ennis junta dinheiro para se casar com a jovem Alma no fim do verão. No entanto em uma das cenas mais polêmicas do ano de 2005, Ennis e Jack acabam tento relações sexuais, se apaixonam e resolvem continuar com esse relacionamento. O ano é 1963, se hoje em dia já vemos tanto preconceito a cerca de homossexuais, não preciso dizer que os dois escondem de todos o amor que nutrem um pelo outro, sendo assim, casam-se com mulheres, tem filhos e vivem aparentemente felizes com suas esposas. Mas no fundo aguardam o seu reencontro.


Ang Lee é um dos diretores modernos mais conceituados pelo cinema cult. Dentre seus principais filmes estão: “Razão e Sensibilidade” (1995), adaptação do romance de Jane Austen, com Emma Thompson e Kate Winslet, indicado a sete Oscar, vencedor de um; e “O Tigre e o Dragão” (2000), uma épica história com muita aventura, ação e fantasia na China, 10 indicações ao Oscar, das quais levou 4. Lee parece partilhar de aceitações para que não haja preconceito contra a homossexualidade, no filme, apesar de deixar claro que suas personagens tem receio de sua escolhas e mostrar que na época a opção não era nada aceita, ele leva o fato com bastante tranqüilidade e tenta mostrar como é ridículo prejulgarem as pessoas por suas escolhas, apesar de o homossexualismo não ser uma coisa realmente corriqueira na época e não ser algo fisiologicamente normal, Lee mostra que não existe necessidade para tanto alarde. Deixando de falar do roteiro, que é impecável, falemos do trabalho em si de Lee: de forma meio romântica dos clássicos de Hollywwod e misturando o estilo Western típico de John Ford, ele nos proporciona algo totalmente original, a fotografia do filme é linda por si só, afinal o local onde o filme é filmado é maravilhoso,  a trilha do filme é feita por Gustavo Santaolalla, apesar de não muito conhecido ele já fez vários filmes nesse estilo mais cult moderno e alternativo.


Sempre vi em Jake Gyllenhaal um ator em potencial, mas apenas isso, ele simplesmente não consegue sair do potencial e se tornar um bom ator, como Jack ele é sustentável, não impressiona, mas também não decepciona por completo. Heath Ledger foi uma das maiores perdas do cinema na última década, com tudo para ser um dos melhores atores de seu tempo ele deixou o mundo cinematográfico de forma triste e sem motivo, ele é o confuso Ennis, um típico vaqueiro burro que não consegue escolher entre o amor por Jack e a vida normal com Alma, é bem aquele estilo de gay que tem medo e receio de se admitir gay. Michelle Wlliams é uma Alma sonsa e idiota, mas da qual só nos resta sentir pena e desejar que ela se livre de Ennis e seja feliz, logo ela nos proporciona uma excelente atuação. Anne Hathaway é Laureen Newsome, a esposa de Jack, uma mulher impetuosa, bonita e filha de um homem muito rico, que, ao contrário de Alma, é forte, independente e sabe o que quer, Hathaway é uma das atrizes jovens de mais talento e sensualidade de hoje.


Não importa se é entre pais e filhos, homens e mulheres, homens, irmãos, mulheres, ou o que for, amor é sempre amor e não há nada que se possa fazer quanto a isso. Esse filme não fala sobre os direitos de homossexuais, apesar de deixar claro o preconceito da época, ele é uma história como qualquer outra de um amor visto como impossível, um amor entre dois homens, mas que não deixa de ser digno ou menor por isso. O que o filme nos passa é uma mensagem de integridade e sociedade, nos mostra que, quando duas pessoas se amam e não podem se ter por completo, elas serão infelizes até certo ponto, mas os seus momentos juntos serão os mais belos possíveis, momentos esses que somente quem já amou sabe como a espera é difícil, no caso de Jack e Ennis, a espera por estarem juntos novamente em Brokeback Mountain. E é bem nisso que esse filme se sustenta, não é um apelo para que a homossexualidade seja aceita, simplesmente é uma história de amor.



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