segunda-feira, 6 de agosto de 2012

228.O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD, de John Madden

Quando um grupo de ingleses resolve passar um tempo na Índia tudo pode acontecer, ainda mais se esse grupo for composto por um time de atores como esses.
 Nota: 9,2


Título Original: The Best Exotic Marigold Hotel
Direção: John Madden
Elenco: Judi Dench, Maggie Smith, Bill Nighy, Tom Wilkinson, Penelope Wilton, Ronald Pickup, Celia Imrie, Dev Patel, Tena Desae, Diana Hardcastle,
Produção: Graham Broadbent, Peter Czernin, Malina DeCarlo, Sarah Harvey, Caroline Hewitt, Jonathan King, Pravesh Sahni
Roteiro: Ol Parker e Deborah Moggach (romance)
Ano: 2012
Duração: 123 min.
Gênero: Comédia / Drama

Evelyn Greenlad acaba de perder o marido com quem viveu 30 anos, Graham Dashwood não aguenta mais as pressões políticas do seu trabalho, Douglas e Jean Ainslie trabalharam no estado a vida toda e acabaram de se aposentar, Norman Cousins acha que ainda é um jovem galanteador e está à procura de uma parceira, Madge Hardcastle cansou da vida de avó e deseja mais que servir a filha, por fim Muriel Donnelly é uma preconceituosa ex-governanta que precisa fazer uma cirurgia. O que todos tem em comum? Nada, e tudo. São todos homens e mulheres que, para a sociedade moderna, não importam muito por serem velhos, no entanto, encontrarão no Hotel Marigold, na Índia, bem mais que um prédio em ruínas, e viverão aventuras que nenhum jovem jamais sonhou.


John Madden não tem muitos filmes para cinema em seu currículo, mas dois deles merecem destaque: “Sua Majestade, Mrs. Brown”, também com Judi Dench, o filme retrata a relação entre uma depressiva Rainha Vitória e o serviçal John Brown e “Shakespeare Apaixonado”, sobre o dramaturgo inglês e uma de suas supostas paixões, mais um trabalho com Dench. Por esse segundo filme o diretor foi indicado a dezenas de prêmios, incluindo Oscar, BAFTA, Globo de Ouro e Sindicato dos Diretores. Em “Hotel Marigold” ele traz a simplicidade de se dirigir um elenco tão competente de pessoas experientes nos trazendo os sentimentos que todos sentiremos um dia, Madden aproveita toda a cultura advinda da Índia e a mescla com a proveniente da Inglaterra, mostrando como o choque de diferentes culturas pode ser benéfico para o ser humano. Thomans Newman, o compositor da trilha sonora do filme, já foi indicado dez vezes ao Oscar, dentre os filmes para os quais compôs temos “Um Sonho de Liberdade” (1994), “Beleza Americana” (1999), “Procurando o Nemo” (2003), “O Segredo de Berlin” (2006) e “Wall-E” (2008), bem como o diretor, Newman alterna suas composições entre músicas tipicamente indianas, outras contemporâneas e outras típicas de filmes de comédia que tratam da vida das pessoas que realmente sabem o que é a vida.


Judi Dench, vencedora do Oscar por sua interpretação em “Shakespeare Apaixonado”, é Evelyn Greenslade, Dench é, indiscutivelmente, uma das melhores atrizes inglesas vivas, versátil, inteligente e sempre pronta para qualquer personagem e qualquer caráter, aqui ela demonstra as preocupações, medos e dúvidas de sua personagem, que acabou de perder o marido e não sabe o que fazer da vida. Tom Wilkinson é o perdido Graham Dashwood, um homem que acredita ter uma dívida enorme na Índia e volta para suas origens a fim tentar resolver o que deixou para trás há tantos anos. Bill Nighy e Penelope Wilton são, respectivamente, Douglas e Jean Ainslie, ele tentando ser feliz e melhorar a vida após anos de dedicação em sua vida pessoal e profissional, ela uma perfeccionista que não sabe mais o que fazer para que seu casamento continue em frente e, confusa em seus sentimentos, não consegue extrair nada do local onde está. Ronald Pickup faz a vez do velho que acredita ser um jovem tão vivo quanto um rapaz de 20 anos, Norman Cousins está à procura de uma parceira para sua vida, o que ele não espera é a facilidade com que isso pode ocorrer quando agimos naturalmente. Celia Imrie é a típica mulher que está atrás de um homem rico e bonito para lhe dar a vida que ela acredita merecer, Madge Hardcastle, entretanto, não imagina como é mais fácil deixar tudo acontecer naturalmente. Maggie Smith, por fim, é a insuportável Muriel Donnelly, uma preconceituosa que terá de aprender a aceitar cada cultura e povo de forma digna e saudável. Uma das cenas mais esperadas e belas é quando, em menos de dois minutos, Smith e Dench trocam rápidas palavras que mudam a vida das duas personagens para sempre, o sonho de qualquer cineasta apaixonado por interpretações femininas.


O Hotel Marigold está em ruínas, caindo aos pedaços, sem ninguém que se aproxime para ajudá-lo a se reerguer, não muito diferente desse turma de sete idosos que resolvem tentar passar alguns dias ali. Gosto de deixar claro a admiração imensa que tenho por pessoas que chegam a idade de nossas personagens, ainda mais quando são interpretadas por atores que respeito como esses, mas a admiração não vem apenas pela conquista de estarem nesse mundo terrível durante todo tempo, vem mesmo por ver neles os únicas que podem falar, verdadeiramente, sobre amor, crenças, experiências, medos, dúvidas e anseios, afinal, ninguém viveu tanto e de forma tão plena quanto eles para transmitir melhor os ensinamentos de vida que somente eles podem transmitir. Duvido, ainda, que não se apaixonem por cada personagem e cada momento do filme, afinal, será impossível não encontrar um pouco de um avô ou uma avó perdido pela trama, ou ainda, encontrar a si próprio.


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Um comentário:

  1. assisti esse filme com a minha avó e a gente AMOU!
    preciso ver de novo, inclusive. hehe
    as críticas estão ótimas, Rafa. :D
    você tem 399 críticas pra escrever e eu tenho pelo menos 350 filmes pra ver. UASHUASHAUH
    beeijos!

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