quinta-feira, 9 de agosto de 2012

223. MONSTER – DESEJO ASSASSINO, de Patty Jenkins


A história de uma mulher que não desejava nada além de vingança e justiça, ao menos em seu próprio ponto de vista.
Nota: 8,7


Título Original: Monster
Direção e Roteiro: Patty Jekins
Elenco: Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Lee Tergesen, Annie Corley, Pruitt Taylor Vince, Marco St. John, Marc Macauley, Scott Wilson
Produção: Mark Damon, Donald Kushner, Clark Peterson, Charlize Theron, Brad Wyman
Ano: 2003
Duração: 109 min.
Gênero: Biografia / Drama

Aileen Carol Pittman foi uma prostituta considera a primeira mulher assassina em série. Após uma conturbada adolescência, incluindo o abandono pela mãe, pai agressivo e suicida, gravidez do irmão e um casamento falido, Aileen Wuornos, como ficou conhecida, começou a frequentar ambientes lésbicos e conheceu Tyra Moore. Durante quatro anos as duas estiveram juntas e viveram da forma que dava: Aileen se prostituía e Tyra não fazia nada além de esperar por sua parceira. Em 1989, Aileen cometeu seu primeiro assassinato, depois vieram mais cinco. Durante o julgamento, ela alegou que cometeu seus crimes pois os homens mereciam, afinal, nenhum deles era correto. Antes de ser executada, diagnosticou-se que ele sofria de Transtorno de Personalidade Borderline,quando o ser sofre traumas durante a vida, fazendo os portadores tornarem-se impulsivos e cometerem esforços frenéticos em prol do não abandono.


No filme, não temos conhecimento nenhum da vida de Aileen antes de toda a história, logo de início ela conhece Selby (ao que tudo indica, a Tyra Moore do filme), elas começam a ter seu relacionamento homossexual e logo Selby deixa a casa dos amigos de seus pais onde mora para viver com Aileen, que lhe promete uma boa vida. Durante a primeira metade do filme ela apenas se prostitui e mata a primeira vítima por legítima defesa, posteriormente vemos seus assassinatos frios e calculistas para que ela possa ficar com dinheiro de seus supostos clientes. Até ser pega, presa e condenada.


A diretora Patty Jenkins não fez absolutamente nada de valor em sua carreira, sendo completamente admirável e louvável assistir ao seu trabalho nesse filme, pois a todo momento, apesar de vermos claramente vestígios de inexperiência, ela nos toma como espectadores totalmente ligados no filme, acompanhando a trama como poucas vezes fazemos em uma cinebiografia. A excelência de Jenkins, portanto, não está em ela ser uma diretora maravilhosa, com técnicas a serem copiadas, está em sua extrema simplicidade que traz cada vez mais realidade ao filme, tornando cada cena imperdível. Aqui, entretanto, não é a trilha sonora, a fotografia ou o figurino que surpreendem, e sim a beleza de toda a produção das maquiagens em torno das protagonistas. O responsável por liderar a caracterização, sobretudo de Charlize Theron, é Toni G, famoso por seus excelentes trabalhos em “O Grinch” (2000), “O Planeta dos Macacos” (2001), “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” (2003) e “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, Toni também se tornou um dos preferidos da estrela Angelina Jolie.


Charlize Theron sempre chamou a atenção por sua beleza e carisma, entretanto, nunca havia demonstrado tanto seu talento quanto ao interpretar Aileen Wuornos, o primeiro conselho que dou para quem vai assistir a esse filme é para assistir qualquer vídeo da serial na internet, não precisa ser muito tempo, apenas para dar uma conferida nos trejeitos da mulher e ver a forma como ela se comporta, somente assim podemos analisar a fundo o trabalho de Theron e admitir: é trabalho de mestre. Bem como Marion Cotillard fez em “Piaf – Um Hino ao Amor” (2007), Helen Mirren em “A Rainha” (2006) e até mesmo como Meryl Streep em “A Dama de Ferro” (2011), Charlize Theron nos expõe de forma perfeita a mulher ora louca, ora apaixonada, ora decidida, ora acabada, ora aterrorizada, ora decidida, e toda essa confusão de sentimentos se tornam extremamente humanas, não que a atriz humanize a assassina considerada um monstro, mas ela deixa claro que Wuornos era um ser humano. Theron venceu, mais que merecidamente, o Oscar, o Globo de Ouro e o Sindicato dos Atores por sua interpretação. Christina Ricci, que interpreta Selby, forma o elenco ao lado de Theron, a personagem chega a ser tão odiosa quanto Aileen, ao exigir que sua companheira se prostitui e, posteriormente, mate para que as duas possam ter uma vida teoricamente confortável, Selby é o perfeito retrato de alguém acomodado que não se importa muito com os outros.


“Monster” tem por maior finalidade adaptar para o cinema a vida de uma mulher que chocou o mundo todo com seus assassinatos, não por ter cometido tais atos, e sim por ter cometido cada um deles acreditando que estava fazendo algo correto e benéfico para a humanidade. Apesar de Aileen Wuornos não ser humanizada, vemos um ser humano com vários problemas e bem diferente dos demais, que mereceu o destino que teve, mas ainda sim, um ser humano, servindo como alerta que ainda existem milhares de pessoas como ela, que cometem atos horrendos como ela cometeu e ainda acreditam que estão certos. Parece-me, portanto, que cada dia mais, vemos em nossa moderna sociedade, pessoas dispostas a cometer loucuras em prol de algo que elas acreditam ser maior que todo o resto, realmente, o que os assassinatos de Wuornos alertavam está nítido na sociedade contemporânea: estamos vivendo um caos onde nem mesmo o cinema é seguro.


ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
 http://www.youtube.com/user/projeto399filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: