sexta-feira, 3 de agosto de 2012

235. VINICIUS, de Miguel Faria Jr.

Mais que apenas um tributo, essa é uma mensagem de admiração e saudade de um dos maiores nomes da cultura brasileira.
Nota: 9,0


Título Original: Vinicius
Direção: Miguel Faria Jr.
Produção: Miguel Faria Jr., Susana de Moraes, Tereza Gonzalez e Carlos Eduardo
Roteiro: Rubem Braga, Miguel Faria Jr., Eucanaã Ferras e Diana Vasconcellos
Ano: 2005
Duração: 121 min.
Gênero: Documentário

Vinícius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro em 1913, seu pai e sua mãe eram cultos, inteligentes e de boas famílias. Quando rapaz estudou em excelentes colégios e tornou-se diplomata, mas sua fascinação e amor pela música fez com que, lentamente, se distanciou dessa carreira. Vinicius foi, na realidade, um grande boêmio que se casou nove vezes, morou no Brasil e no exterior, um grande apreciador de todas as culturas e dos melhores uísques existentes, não se importou com o material, apenas queria viver, conquistou o respeito e admiração do mundo todo como escritor e músico e influenciou os principais nomes que formaram a verdadeira musica que representa a real identidade brasileira. Vinicius morreu em 1980, aos 66 anos de idade, seu legado é inestimável e incomparável para o povo brasileiro.


No documentário temos a narração da vida de Vinicius, além de fotos pessoais e do país da época, também podemos conferir raros e preciosos vídeos de quando o compositor ainda estava vivo, músicos e atores cantam suas músicas e recitam seus poemas. Mas, realmente, o que mais interessa, e tem mais relevância, são os depoimentos de parentes e amigos de Vinicius, mas não são amigos quaisquer, são nomes dos de maior importância para a música popular brasileira, que fazem desse tributo algo agradável e o tornam belo ao demonstrarem a saudade que Vinicius deixou.
Antes desse filme, Miguel Faria Jr. já havia dirigido filmes como “Pecado Mortal” (1971), com Fernanda Montenegro, “República dos Assassinos” (1979), com Tarcísio Meira, “Para Viver um Grande Amor”, também sobre Vinicius, “Stelinha” (1990), com Ester Góes, e a comédia “O Xangô de Baker Street, adaptação do romance de Jô Soares. Faria Jr. ainda é roteirista e produtor de diversos títulos. Em “Vinicius” é sua responsabilidade deixar o filme ainda mais belo e comovente. A excelência de seu trabalho vai desde o momento em que ele e sua equipe escolheram cada foto que representasse algo na vida do artista, passa pelos diversos vídeos que mostram a identidade de Vinicius, e vai até a simples forma como os depoimentos foram recolhidos e filmados. Claro que, de um filme que fala sobre a vida de Vinicius de Moraes, a trilha sonora é maravilhosa e retoma dezenas de seus maiores e mais importantes trabalhos.



Não foi à toa que deixai a ficha técnica sem o elenco. O que faz o elenco do filme, em primeiro plano, são Camila Morgado, Ricardo Blat e Caco Ciocler que nos emprestam todo seu talento para relatarem fatos da vida de Vinicius e declamam alguns de seus mais famosos poemas. Não menos importante, talvez pelo contrário, temos um time imbatível relembrando a personalidade e os momentos mais marcantes da carreira do poeta, são eles: Maria Bethânia, M. S. Bom, Renato Braz, Chico Buarque de Hollanda, Olívia Byington, Adriana Calcanhoto, Elizeth Cardoso, Tônia Carrero, Sérgio Cassiano, Yamandú Costa, Gilberto Gil, Ferreira Gullar, Francis Hime, Nego Jeff, Lerov, Edu Lobo, Carlos Lyra, Mart’nália, Miúcha, Zeca Pagodinho, Mônica Salmaso, Toquinho, Caetano Veloso e Carlinhos Vergueiro, além das filhas de Vinícius: Georgiana, Luciana, Maria, Mariana e Susana, para completar, vemos nas fotos figuras como Haroldo Costa, Léa Garcia, Nara Leão, João Gilberto, Ana Maria Magalhães, Pedro Moraes, Baden Powell, Márcia Rodrigues e, um dos maiores ídolos de Vinícius, Pixinguinha. Alguns dos mesmos nomes nos dão a satisfação de ouvir algumas das músicas mais importantes do compositor, tais como: “Se Todos Fossem Iguais a Você”, “Medo de Amar”, “Modinha”, “Eu Sei que vou te Amar”, “Eu Não Existo sem Você”, “Valsa de Eurídice”, “Coisa mais Linda”, “Formosa”, “Sem Mais Adeus”, “Berimbau”, “Sei lá... a Vida tem Sempre Razão”, “Pra que Chorar” e, claro, “Garota de Ipanema”, internacionalmente a música mais conhecida do compositor e utilizada em centenas de filmes estrangeiros (com o nome “The Girl From Ipanema”, versão em inglês da canção). Outros grandes sucessos de Vinicius foram as obras "Orfeu da Conceição", adaptado para o cinema, e "Arca de Noé", obra de grande conteúdo didático.



Divertido, descontraído e muito bem feito, esse documentário foge totalmente do que alguns podem achar ser o gênero, apesar ser um apreciador assumido de qualquer espécie de documentário, eu bem sei o quanto grande parte do público tem aversão a esse tipo de filme, portanto deixo claro: esse é inovador e jamais consegue ser chato e cansativo. Durante o filme, os depoimentos demonstram de forma simples e natural como todos admiram Vinicius e a falta que ele faz, não somente para a cultura brasileira, mas também por ter sido um homem que sempre mereceu ser chamado de amigo. Vinicius foi e é um dos nomes de maior orgulho para a nação brasileira, aqueles que não vêem qualidade em nossos estilos musicais que definiram todas as personalidades citadas, é porque jamais analisaram a grandiosidade de trabalhos que esses grandes nomes fizeram, e não resta dúvidas, todos foram influenciados, ao menos um pouco, pelo eterno Vinicius de Moraes.
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