segunda-feira, 6 de agosto de 2012

233. A DUQUESA, de Saul Dibb


Apesar de focar muito apenas no ponto de vista da protagonista, o filme é uma clara defesa dos direitos e da igualdade feminina
Nota: 8,0


Título Original: The Duchess
Direção: Saul Dibb
Elenco: Keira Knighthley, Ralph Fiennes, Charlotte Rampling, Dominic Cooper, Hayley Atwell, Simon McBurney, Aidan McArdle, John Shrapnel
Produção: Michael Kuhn, Gabrielle Tana
Roteiro: Jeffrey Hatcher, Anders Thomas Jensen, Saul Dibb e Amanda Foreman (biografia)
Ano: 2008
Duração: 110 min.
Gênero: Biografia / Drama

Georgiana Spencer nasceu em 1757, filha de nobres, foi cortejada durante toda a vida por diversos homens que desejavam tomá-la como esposa, no entanto em 1774 ela desposou William Cavendish, Duque de Devonshire. Durante anos Georgiana não conseguiu gerar filhos homens para o marido, enquanto isso William divertia-se com todas as mulheres que podia. Dentre as amantes do Duque, a mais conhecida foi a que veio a tornar-se sua segunda esposa, a melhor amiga de Georgiana, Lady Elizabeth Foster. A Duquesa também ficou conhecida por sua fama entre as mulheres da corte inglesa: era copiada constantemente e, reza a lenda, certa vez a Rainha da Inglaterra da época proibiu que as mulheres utilizassem penas de pavão nos cabelos, pois Georgiana era a que possuía as mais belas, raras e compridas. Além de sua fama e beleza, a Duquesa de Devonshire ficou conhecida por sua influência no partido político liberal Whigs, por seu vício em jogos de azar e por seu romance com Charles Gray, com quem teve uma filha. Morreu em 1806, extremamente endividada e hoje sua história é comparada com a vida da descendente direta de seu irmão George Spencer, Diana, ex Princesa de Gales.

Georgina Cavendishi, Duquesa de Devonshire

Keira Kneightley como a Duquesa
       No filme temos, inicialmente, a jovem Georgiana Spencer, bela e rica, sendo cortejada por William Cavendish, rapidamente os dois se casam e o inferno na vida de Georgiana inicia por ela não conseguir ter filhos. Enquanto está reclusa no interior da Inglaterra fazendo um tratamento, conhece e fica amiga de Elizabeth Foster. Para esquecer os problemas ela se diverte em festas e envolve-se com política e conhece Charles Grey, que se apaixona por ela rapidamente. Entretanto, Georgiana continua fazendo parte da aristocracia inglesa e ainda é a esposa do todo poderoso Duque de Devonshire, portanto, sua vida deixou de pertencer a ela há muito tempo.




Antes desse filme, Saul Dibb dirigiu apenas um filme, um documentário curta e uma mini-série de TV. O trabalho do diretor é passar a história de Georgiana da melhor forma possível como realmente aconteceu, é claro que o contexto de época dificulta um pouco as coisas, mas levando-se em consideração o fato de ele ter em mãos uma Inglaterra conservada, cada cena em que conferimos dois séculos passados ficam bem características pelos locais onde o filme foi gravado .O figurino, obviamente, auxilia muito nesse processo, ele foi desenhado por Michael O’Connor, advindo de poucos, mas bons, trabalhos, dentre eles: “A Casa dos Espíritos” (1993), “Emma” (1996), “Contos Proibidos do Marquês de Sade” (2000), “Harry Potter e a Câmara Secreta” (2002) e “A Vida num Só Dia” (2008). A responsável pela trilha sonora já fez dezenas de filmes conhecidos e de gêneros e estilos de época bem diferentes, Rachel Portman foi indicada a três Oscar e venceu uma por “Emma”.


Keira Knightley vem em uma de suas melhores performances ao viver Georgiana Spencer, a atriz demonstra de forma bem nítida como a personagem cresce e amadurece com o passar dos anos e vai de uma menina pura e inocente a uma mulher sexy e desejada por todos. Dominic Cooper é o charmoso Charles Grey, um jovem apaixonado e iludido ao acreditar que poderia ficar ao lado de sua amada para sempre sem ter de enfrentar um verdadeiro caos na vida dos dois. Hayley Atwell é a bela Elizabeth Foster, mais que uma mulher, uma mãe que só deseja ter os filhos ao seu lado novamente, mas se para isso ela tiver de se deitar com um Duque, não será nenhum grande sacrifício. Existem dos atores ingleses ainda vivos que, simplesmente tudo o que os dois fazem, eu acho incrível, são eles Jeremy Irons, atualmente na série “The Bórgias”, e Ralph Fiennes, que interpreta o Duque de Devonshire nesse filme, com maestria o ator mostra a dificuldade de ser pressionado como um nobre que precisa ter filhos logo para ter os tão exigidos herdeiros de sua fortuna e título, em uma das cenas mais incríveis do filme, o Duque deixa claro a sua esposa que tudo o que ele faz não é por opção, e sim por que ele deve fazer, denunciando a forma como as pessoas viviam na época.


O filme nos trás a história da vida de Georgiana apenas pela perspectiva da Duquesa, não vemos muito do que o marido dela pensa ou do que acontece ao redor dela, é como se ela contasse sua história enfatizando seus problemas e deixando o resto de lado. Não que isso seja ruim, errado ou que a personagem se faça de vítima, ela deixa bem claro que não é nenhuma santa, mas a trama acaba esquecendo de deixar claro como o Duque foi criado e faz parecer que ele é o vilão da história. O fato é que não existem vilões, aqui existem apenas seres humanos tentando sobreviver em um mundo que sempre se mostrou desumano, ainda mais para quem tem “compromissos” para com a aristocracia.


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