segunda-feira, 6 de agosto de 2012

231. DESVENTURAS EM SÉRIE, de Brad Silberling


A adaptação da querida obra de Daniel Handler é satisfatória, engraçada e bem feita.
Nota: 8,5


Título Original: Lemony Snicket’s A Series of Unfortunate events
Direção: Brad Silberling
Elenco: Jim Carrey, Liam Aiken, Emily Browning, Kara Hoffman, Shelby /Hoffman, Jude Law, Timothy Spall, Merryl Streep, Billy Connolly, Catherine O’Hara
Produção: Laurie MacDonald, Walter F. Parkes, Jim Van Wyck
Roteiro: Robert Gordon e Daniel Handler (livros)
Ano: 2004
Duração: 108 min.
Gênero: Aventura / Fantasia / Drama

Misteriosamente a casa dos Baudelaire é incendiada e os pais de Klaus, Violet e Sunny morrem, deixando o trio órfão. Para que eles possam continuar a ter uma vida digna são enviados para seu parente mais próximo, Conde Olaf, entretanto o monstro apenas deseja o dinheiro dos jovens e eles terão de permanecerem fortes e unidos para enfrentarem todos os medos e problemas que estão por vir.

Brad Silberling ficou conhecido após dirigir o divertido “Gasparzinho, O Fantasminha Camarada” (1995) e pelo drama “Cidade dos Anjos” (1998), nessa adaptação da série de Daniel Handler, ele reúne as histórias de três dos 13 livros, são elas: “Um Mau Começo”, sobre a chegada até a casa de Olaf, “A Sala dos Répteis”, relata a ida das crianças até a casa de um tio pesquisador e amante dos répteis e “A Janela Larga” ou “O Lago das Sanguessugas”, sobre o tempo em que as três passam na casa da enigmática Tia Josephine. O diretor é fiel ao permanecer em um certo tom obscuro e melancólico advindo da constante infelicidade que os jovens tem pela saudade que sentem dos pais, também é feliz na escolha de seus ângulos e o elenco escolhido é perfeito. A trilha sonora é do dez vezes indicado ao Oscar Thomans Newman, compositor de filmes como “Um Sonho de Liberdade” (1994), “Beleza Americana” (1999), “Procurando o Nemo” (2004), “O Segredo de Berlin” (2006) e “Wall-E” (2008), seu trabalho alterna entre o divertido, estimulante, depressivo e obscuro, sendo uma das quatro indicações que o filme recebeu ao Oscar.

Liam Aiken, Emily Browning, Kara Hoffman e Shelby Hoffman são, respectivamente, Klaus, Violet e Sunny (sim, as duas irmãs gêmeas fazem a mesma personagem), cada um deles possui suas características citadas logo no início da trama: o garoto leu livros e mais livros sobre os mais diversos assuntos, a menina mais velha é praticamente um gênio mirim para inventar coisas práticas, engenhosas e úteis, por fim, Sunny é uma expert em morder tu do o que vê pela frente. Jim Carrey lidera um elenco adulto pra lá de perfeito para cada papel: ele é o malvado Conde Olaf, pesar de só pensar no dinheiro das crianças e se considerar o homem mais esperto do mundo, não passa de um ator falido e que não possui talento para nada, surpreendentemente o ator está ótimo no papel e todos os seus exageros para comédia caem muito bem. Timothy Spall vive o Mr. Poe, o homem que leva as crianças de casa em casa sem escutar o que elas tem a dizer sobre tudo que está acontecendo, o ator consegue ser uma das personagens mais idiotas possíveis. Jude Law faz a voz do escritor Lemony Snicket, apesar de somente narrar, Law nos transmite a exata dor do locutor enquanto conta a história. Billy Connolly é o Tio Monty, um excêntrico adorador de répteis que, como todos os outros não acredita nas crianças, mas é o que se pode esperar de melhor para elas, pois é carinhoso, amoroso e atencioso. Meryl Streep, por fim, faz Tia Josephine, uma mulher bem perturbada que perdeu o marido há alguns anos e desde então não se recuperou do trauma, Streep é perfeita no papel demonstrando os medos da mulher com relação a tudo o que pode acontecer.


À primeira vista o filme se trata apenas de uma história triste sobre órfãos que se meterão nas mais diferentes aventuras pela sobrevivência, mas, na realidade, a trama nos revela uma crítica que todas as crianças tem a fazer a respeito do resto do mundo: a falta de credibilidade que dada para cada uma delas. O filme é divertido, de uma forma um pouco grotesca e sarcástica, é bem feito, possuí atuações exemplares e até mesmo Jim Carrey está bem no papel, mas o que mais intriga no filme é mesmo o fato dessa tal desconfiança para com crianças, pois é impossível saber se tudo o que acontece durante o filme não se trata apenas da fértil imaginação dos jovens? Afinal, é sabido que ninguém é tão criativo quanto uma criança, quem dirá três.


ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
 http://www.youtube.com/user/projeto399filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: