Um fechamento original, que traz toda a
maestria de Nolan para sua despedida do Homem-Morcego.
Nota: 9,7
Título Original: The Dark Knight Rises
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy, Joseph Gordom-Levitt,
Anne Hathaway, Morgan Freeman, Michael Kane, Matthew Modine, Alon Aboutboul,
Ben Mendelson, Juno Temple, Liam Neeson
Produção: Christopher Nolan, Charles Roven, Emma Thomas
Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan, David S. Goyer, Bob Kane
(quadrinhos)
Ano: 2012
Duração: 164 min.
Gênero: Drama / Aventura / Ação /
Fantasia
Há 8 anos Bruce Wayne, ou melhor,
Batman, deixou que toda a culpa da morte de Harvey Dent caísse sobre ele. Após
todos os acontecimentos do filme anterior, portanto, o excêntrico bilionário
exilou-se em sua própria mansão para ficar longe de tudo e todos. Entretanto,
Gothan City jamais está a salvo de todos os perigos do mundo: agora o perigoso
vilão Bane irá deixar a cidade apavorada, ele conseguirá uma máquina capaz de
destruir tudo o que os cidadãos tanto amam. Agora é mais que hora do protetor
de Gothan ressurgir e mostrar que um herói jamais morre.
Não existe herói sem vilão, e é por isso
que reservei esse parágrafo apenas para falar, rapidamente, sobre o que temos
nesse filme. Claro que falar sobre qualquer vilão de Batman e não compará-lo
com a, literalmente, monstruosa atuação de Heath Ledger como Coringa no filme
“Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2009) é impossível. Acho o segundo filme da
trilogia fantástico, mas como um todo vejo nesse desfecho o melhor filme dos
três, o que realmente me chamou a atenção no segundo foi Ledger, o ator foi
original e repugnante, o que nos faz pensar o quanto seria agradavelmente
diabólico assistir a um filme onde os dois vilões se encontrassem e
aterrorizassem Gothan City, afinal, bem como o Coringa, aqui temos alguém que
pensa somente em si próprio, em fazer o que considera certo e ir além do que
qualquer ser humano seria capaz, sem se preocupar com a vida das demais pessoas
em detrimento de sua vingança.
Christopher Nolan dirigiu três filmes
que gosto antes de sua trilogia de Batman: “Amnésia” (2000), com Guy Pearce;
“Insônia” (2002), com Al Pacino, Robin Williams e Hilary Swank; e “O Grande
Truque” (2006), com Hugh Jackman, Christian Bale, Michael Caine e Andy Serkis.
Em 2005 deu início a sua épica trilogia do super-heroi de Gothan City, com
“Batman Begins” ele renovou todo o filme e nos trouxe o melhor Batman de todos,
ainda superou todas as possíveis expectativas ao escolher Michael Cane para
viver o mais perfeito Alfred que poderia se imaginar, e ainda completou o trio
com Morgan Freeman vivendo Lucius Fox. Nos três filmes das sequência Nolan nos
traz a excelência de sempre em seus trabalhos, sua técnica é exatamente o que
se espera, isso quando não se supera: para um filme que tem como protagonista o
cavaleiro das trevas, nada mais digno que as sombras e a escuridão permanecerem
presentes a maior parte do tempo. As sequências em que Batman, ainda um
bandido, é perseguido pela polícia, sua luta com o vilão Bane, as ironias (como
o fato de Bane querer devolver o poder ao povo e a bandeira americana toda
rasgada), as retomadas de outras passagens dos outros filmes (a sensação de ser
deixado sozinho do nada) e a parceria do homem-morcego com a Mulher-Gato são
pontos altos do filme.
Nolan, toda via, não está só para deixar
essa produção tão fantástica: ninguém mais que Hans Zimmer faz a vez do
compositor da melhor trilha sonora nos três filmes. Apesar de ter começado em
1984 e sempre ter sido querido pela crítica, foi apenas dez anos depois que
ganhou o público, e o Oscar, com “O Rei Leão”. Na franquia produzida por Nolan,
os dois primeiros filmes contam com James Newton Howard, mas aqui o trabalho é
apenas de Zimmer, e, é claro, que ele o faz com perfeição. Desde o início da
trama conferimos cenas de ação e com elas é quase obrigação dos compositores
serem impecáveis nas músicas, entretanto, chama a atenção a originalidade de
Zimmer ao optar por deixar a primeira e mais significativa luta de Batman e
Bane ser praticamente muda: ouvimos apenas a pancadaria e o barulho da água do
esgoto em que os dois estão. Nas demais cenas, Zimmer nos proporciona uma
trilha irreverente e maravilhosa, cheia de diferenças e adaptações para cada
momento.
Christian Bale é um dos atores mais
versáteis do cinema atual, já interpretou um jovem preso em um campo de
concentração japonês, foi Demetrio na adaptação do romance de Shakespeare, um
psicopata com sérios problemas, um operário com problemas de saúde, um pastor e
um ex-lutador de boxe (com o qual venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante).
Aqui ele é o maior estímulo que se pode existir na ficção: o super-heroi que
preza pela moral e os bons costumes, apesar de seu alter ego, Batman, ser o
perfeito homem que quer ajudar os outros, Bruce Wayne está confuso e frustrado
com muitas coisas que aconteceram em sua vida, e precisará superar todos seus
anseios e medos para voltar a salvar a humanidade. Anne Hathaway é bela
Mulher-Gato, uma mulher sexy, inteligente, esperta, audaciosa e confiante, que
ganha a vida roubando dos ricos, a atriz surpreende ao ser sexy andando,
sentando, beijando o protagonista, subindo na moto de Batman e até mesmo
roubando. Gary Oldman volta como o comissário Gordon, uma das melhores e mais
queridas personagens da trama, perdendo apenas para o amável e insuperável
Alfred de Michael Caine, a única pessoa que realmente compreende e ama Wayne
verdadeiramente. Além deles temos Josephe Gordon-Levitt como o policial Blake,
um órfão que vê em Wayne o maior exemplo de superação; Tom Hardy é o vilão
Bane, simplesmente irreconhecível, ele não tira sua máscara o filme todo e nos
traz uma personagem condicionada a matar, criada para fazer o mal, bem como os
inúmeros terroristas que vemos em nosso dia-a-dia; Morgan Freeman é Fox, o
homem que auxilia Wayne/Batman em seus projetos; e Marion Cotillard vem em sua
performance mais decepcionante, apesar de sempre ser fantástica, como a apagada
mulher de negócios Miranda Tate, que preza pela saúde, educação e pelo
desenvolvimento sustentável.
Como disse, esse filme é o melhor de
todos já produzidos sobre o bilionário super-heroi órfão que encontrou uma
forma de fazer algo de bom pelo mundo e dedicou cada segundo de sua vida a
isso. Voltamos a personagens adoradas pelo público e temos atores e atrizes
sempre muito elogiados pela crítica, a relação entre Batman e a Mulher-Gato se
torna uma receita infalível e o desespero proporcionado pelos exatos 30 últimos
minutos de filme são excitantes e nos deixam inquietos na poltrona, além de
proporcionarem inúmeras surpresas (ressalvo, nem todas muito agradáveis), nesse
filme, até mesmo os clichês românticos e relacionados a super-herois e ao
cinema funcionam perfeitamente. “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”,
fecha com chave de ouro a trilogia criada por Christopher Nolan, sem sombra de
dúvidas os três filmes marcaram a história contemporânea do cinema e jamais
será possível falar do super-heroi sem ao menos citar um pouco cada um dos
filmes. Nosso Batman volta forte, obstinado, decidido e cheio de vida para
salvar a terra que tanto ama, Nolan, portanto, presenteia o cinema e o público
ao nos apresentar uma série que só fez melhorar de um filme para o outro e se
tornar uma das melhores dos últimos tempos, se tem alguma coisa que o diretor
pode se orgulhar de ter em comum com a personagem com quem viveu tantos anos é
da inigualável sensação do ar de superioridade.
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