sábado, 4 de agosto de 2012

234. BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE, de Christopher Nolan

Um fechamento original, que traz toda a maestria de Nolan para sua despedida do Homem-Morcego.
Nota: 9,7


Título Original: The Dark Knight Rises
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Christian Bale, Gary Oldman, Tom Hardy, Joseph Gordom-Levitt, Anne Hathaway, Morgan Freeman, Michael Kane, Matthew Modine, Alon Aboutboul, Ben Mendelson, Juno Temple, Liam Neeson
Produção: Christopher Nolan, Charles Roven, Emma Thomas
Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan, David S. Goyer, Bob Kane (quadrinhos)
Ano: 2012
Duração: 164 min.
Gênero: Drama / Aventura / Ação / Fantasia


Há 8 anos Bruce Wayne, ou melhor, Batman, deixou que toda a culpa da morte de Harvey Dent caísse sobre ele. Após todos os acontecimentos do filme anterior, portanto, o excêntrico bilionário exilou-se em sua própria mansão para ficar longe de tudo e todos. Entretanto, Gothan City jamais está a salvo de todos os perigos do mundo: agora o perigoso vilão Bane irá deixar a cidade apavorada, ele conseguirá uma máquina capaz de destruir tudo o que os cidadãos tanto amam. Agora é mais que hora do protetor de Gothan ressurgir e mostrar que um herói jamais morre.


Não existe herói sem vilão, e é por isso que reservei esse parágrafo apenas para falar, rapidamente, sobre o que temos nesse filme. Claro que falar sobre qualquer vilão de Batman e não compará-lo com a, literalmente, monstruosa atuação de Heath Ledger como Coringa no filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas” (2009) é impossível. Acho o segundo filme da trilogia fantástico, mas como um todo vejo nesse desfecho o melhor filme dos três, o que realmente me chamou a atenção no segundo foi Ledger, o ator foi original e repugnante, o que nos faz pensar o quanto seria agradavelmente diabólico assistir a um filme onde os dois vilões se encontrassem e aterrorizassem Gothan City, afinal, bem como o Coringa, aqui temos alguém que pensa somente em si próprio, em fazer o que considera certo e ir além do que qualquer ser humano seria capaz, sem se preocupar com a vida das demais pessoas em detrimento de sua vingança.


Christopher Nolan dirigiu três filmes que gosto antes de sua trilogia de Batman: “Amnésia” (2000), com Guy Pearce; “Insônia” (2002), com Al Pacino, Robin Williams e Hilary Swank; e “O Grande Truque” (2006), com Hugh Jackman, Christian Bale, Michael Caine e Andy Serkis. Em 2005 deu início a sua épica trilogia do super-heroi de Gothan City, com “Batman Begins” ele renovou todo o filme e nos trouxe o melhor Batman de todos, ainda superou todas as possíveis expectativas ao escolher Michael Cane para viver o mais perfeito Alfred que poderia se imaginar, e ainda completou o trio com Morgan Freeman vivendo Lucius Fox. Nos três filmes das sequência Nolan nos traz a excelência de sempre em seus trabalhos, sua técnica é exatamente o que se espera, isso quando não se supera: para um filme que tem como protagonista o cavaleiro das trevas, nada mais digno que as sombras e a escuridão permanecerem presentes a maior parte do tempo. As sequências em que Batman, ainda um bandido, é perseguido pela polícia, sua luta com o vilão Bane, as ironias (como o fato de Bane querer devolver o poder ao povo e a bandeira americana toda rasgada), as retomadas de outras passagens dos outros filmes (a sensação de ser deixado sozinho do nada) e a parceria do homem-morcego com a Mulher-Gato são pontos altos do filme.


Nolan, toda via, não está só para deixar essa produção tão fantástica: ninguém mais que Hans Zimmer faz a vez do compositor da melhor trilha sonora nos três filmes. Apesar de ter começado em 1984 e sempre ter sido querido pela crítica, foi apenas dez anos depois que ganhou o público, e o Oscar, com “O Rei Leão”. Na franquia produzida por Nolan, os dois primeiros filmes contam com James Newton Howard, mas aqui o trabalho é apenas de Zimmer, e, é claro, que ele o faz com perfeição. Desde o início da trama conferimos cenas de ação e com elas é quase obrigação dos compositores serem impecáveis nas músicas, entretanto, chama a atenção a originalidade de Zimmer ao optar por deixar a primeira e mais significativa luta de Batman e Bane ser praticamente muda: ouvimos apenas a pancadaria e o barulho da água do esgoto em que os dois estão. Nas demais cenas, Zimmer nos proporciona uma trilha irreverente e maravilhosa, cheia de diferenças e adaptações para cada momento.

Christian Bale é um dos atores mais versáteis do cinema atual, já  interpretou um jovem preso em um campo de concentração japonês, foi Demetrio na adaptação do romance de Shakespeare, um psicopata com sérios problemas, um operário com problemas de saúde, um pastor e um ex-lutador de boxe (com o qual venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante). Aqui ele é o maior estímulo que se pode existir na ficção: o super-heroi que preza pela moral e os bons costumes, apesar de seu alter ego, Batman, ser o perfeito homem que quer ajudar os outros, Bruce Wayne está confuso e frustrado com muitas coisas que aconteceram em sua vida, e precisará superar todos seus anseios e medos para voltar a salvar a humanidade. Anne Hathaway é bela Mulher-Gato, uma mulher sexy, inteligente, esperta, audaciosa e confiante, que ganha a vida roubando dos ricos, a atriz surpreende ao ser sexy andando, sentando, beijando o protagonista, subindo na moto de Batman e até mesmo roubando. Gary Oldman volta como o comissário Gordon, uma das melhores e mais queridas personagens da trama, perdendo apenas para o amável e insuperável Alfred de Michael Caine, a única pessoa que realmente compreende e ama Wayne verdadeiramente. Além deles temos Josephe Gordon-Levitt como o policial Blake, um órfão que vê em Wayne o maior exemplo de superação; Tom Hardy é o vilão Bane, simplesmente irreconhecível, ele não tira sua máscara o filme todo e nos traz uma personagem condicionada a matar, criada para fazer o mal, bem como os inúmeros terroristas que vemos em nosso dia-a-dia; Morgan Freeman é Fox, o homem que auxilia Wayne/Batman em seus projetos; e Marion Cotillard vem em sua performance mais decepcionante, apesar de sempre ser fantástica, como a apagada mulher de negócios Miranda Tate, que preza pela saúde, educação e pelo desenvolvimento sustentável.


Como disse, esse filme é o melhor de todos já produzidos sobre o bilionário super-heroi órfão que encontrou uma forma de fazer algo de bom pelo mundo e dedicou cada segundo de sua vida a isso. Voltamos a personagens adoradas pelo público e temos atores e atrizes sempre muito elogiados pela crítica, a relação entre Batman e a Mulher-Gato se torna uma receita infalível e o desespero proporcionado pelos exatos 30 últimos minutos de filme são excitantes e nos deixam inquietos na poltrona, além de proporcionarem inúmeras surpresas (ressalvo, nem todas muito agradáveis), nesse filme, até mesmo os clichês românticos e relacionados a super-herois e ao cinema funcionam perfeitamente. “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, fecha com chave de ouro a trilogia criada por Christopher Nolan, sem sombra de dúvidas os três filmes marcaram a história contemporânea do cinema e jamais será possível falar do super-heroi sem ao menos citar um pouco cada um dos filmes. Nosso Batman volta forte, obstinado, decidido e cheio de vida para salvar a terra que tanto ama, Nolan, portanto, presenteia o cinema e o público ao nos apresentar uma série que só fez melhorar de um filme para o outro e se tornar uma das melhores dos últimos tempos, se tem alguma coisa que o diretor pode se orgulhar de ter em comum com a personagem com quem viveu tantos anos é da inigualável sensação do ar de superioridade.


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