terça-feira, 17 de julho de 2012

244. ENTRE SEGREDOS E MENTIRAS, de Andrew Jarecki


Intrigante e misterioso como somente um fato real pode ser.
Nota: 8,2


Título Original: All Good Things
Direção: Andrew Jarecki
Elenco: Ryan Gosling, Kirsten Dust, Frank Langella, Lily Rabe, Philip Baker Hall, Michael Esper, Diane Venora, Nick Offerman, Kristen Wiig, Stephen Kunken, John Cullum, Maggie Kiley
Produção:
Roteiro: Marcus Hinchey e Marc Smerling
Ano: 2010
Duração: 101 min.
Gênero: Drama / Biografia

Em 1982 a bela Katherine McCarthy, então casada com o herdeiro milionário David Marks, desapareceu misteriosamente. Durante anos a polícia tentou desvendar seu caso, mas ele foi arquivado por falta de provas. Em 2000 o caso de desaparecimento mais famoso de Nova York, foi reaberto pela promotora da época e todos os membros da família Marks, que continuava trabalhando no mercado imobiliário, foram procurados e ouvidos, incluindo David, que também estava desaparecido, tornando-se o maior suspeito do crime.


No filme, durante seu julgamento, David conta tudo o que aconteceu desde que ele conheceu sua esposa até ele se travestir para se esconder da polícia e dos repórteres. David expõe ao júri como era seu relacionamento com Katie: primeiramente o casal vivia em harmonia em uma casinha no meio do mato, isolando-se de tudo e todos, principalmente do pai de David, depois, quando eles vão para Nova York, o rapaz se torna agressivo e demonstra ter vários problemas pelo seu conturbado relacionamento com o pai. Quando Katie desaparece, entretanto, ele faz o mesmo, o cara simplesmente some, e todos enlouquecem atrás dele durante anos por acharem que ele assassinou a esposa.


Indicado ao Oscar pelo documentário “Na Captura dos Friedmans” (2003), que aborda a o final da década de 1980 nas vidas de Arnold Friedman e seu filho, acusados de abuso sexual de menores, o diretor Andre Jarecki, conduz “Entre Segredos e Mentiras” muito bem durante a primeira hora de filme, entretanto, quando a personagem principal se esconde, vestindo-se como mulher e agindo como muda, o diretor se perde e resume de forma ineficiente os acontecimentos na família Marks. No início temos David apaixonado e romântico, depois ele se torna agressivo e estranho para Katie, aí ela descobre que se pedir o divórcio fica sem um centavo, do nada ela some do mapa, até aí o filme é eletrizante e muito bem feito, de repente tudo desmorona e nada fica bem esclarecido. Apesar de serem apresentados dezenas de motivos para David ser tão estranho, o diretor e os roteiristas não deixam totalmente claro qual o principal motivo para suas perturbações , digo, fica claro que não foi apenas o fato de ele ver a mãe se atirar do telhado e espatifar seu cérebro na calçada que o deixou meio pirado, no filme temos várias especulações, mas adaptar um filme sobre um caso que, até hoje, trinta anos depois, não foi resolvido, é algo no mínimo arriscado.


Ryan Goslin dá vida a David Marks, durante o filme vemos dezenas de faces da personagem, e o ator consegue diferenciar cada um de seus humores: ora um bom homem, calmo e cheio de vida, ora um homem apreensivo e tímido pela presença do pai, ora um homem violento e controlador e, por fim, aquele perfil quieto e sombrio do homem sendo julgado por assassinato. Kirsten Dunst é Kathterine, uma jovem sonhadora que vê em David o homem da sua vida, mas que, ao decepcionar-se profundamente, faz o possível para garantir o seu futuro, Dunst parece compreender cada medo e anseio da personagem. Por fim, para completar o elenco principal temos Frank Langella vivendo o pai de David, o poderoso Sanford MArks, controlador e manipulador só pensa no bem dos seus negócios, ainda vale destacar Michael Esper, na trama ele é Daniel Marks, irmão mais novo de David, ambicioso acima de tudo.


Se Katie simplesmente cansou da vida que levava ao lado do marido e resolveu fugir para nunca mais ser encontrada, ou se ela foi assassinada por alguém, parece-me que nem mesmo os grandes detetives da história da humanidade ou do cinema poderiam resolver, o fato é que a mulher continua sumida até hoje e não há sinal de vida. Não há propósito nesse filme que não seja o de contar um fato intrigante que deixou o mundo todo curioso, portanto não é bem o enredo ou a forma como ele é conduzido que interessa, o que deve ser mais observado é a forma como cada ator consegue dar vida à sua personagem como se soubesse o que se passa na cabeça de cada uma delas, sendo as interpretações de Gosling e Langella tão perfeitas que duvidamos o tempo todo do que aconteceu na realidade.


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