domingo, 8 de julho de 2012

261. SHERLOCK HOLMES: O JOGO DE SOMBRAS, de Guy Ritchie

Apesar de divertido, é extremamente decepcionante.
Nota: 6,8


Título Original: Sherlock Holmes: A Game of Shadows
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace, Rachek McAdams, Jared Harris, Stephen Fry, Paul Anderson, Kelly Reilly, Geraldine James
Produção: Susan Downey, Dan Lin, Joel Silver, Lionel Wigram
Roteiro: Michele Mulroney, Kieran Mulroney e Arthur Conan Doyle (romance)
Ano: 2011
Duração: 129 min.
Gênero: Ação / Comédia / Aventura

Sherlock Holmes e John Watson precisam desvendar os crimes de um dos maiores vilões da história da literatura inglesa, o Professor James Moriarty. Dessa vez Holmes terá de enfrentar o fato de que ele pode até ser o homem honesto mais inteligente e esperto da Europa, mas terá de admitir que inteligência e esperteza, quanto aliadas ao mal caráter, formam um inimigo que deixaria qualquer um mais cauteloso, sendo assim, enfrentar Moriarty não será nada fácil. Holmes, entretanto, contará não apenas com a ajuda de Watson, mas também da personagem mais inesperada e divertida da história, Mycroft Holmes, o irmão do herói.



Guy Ritchie pode dar graças a Deus ao dia em que se separou da cantora POP Madonna. Durante sua carreira ele não fez nada que mereça ser tido, mas em 2009 surpreendeu o mundo com um ótimo “Sherlock Holmes”, diferenciado e bem feito. Aqui seu trabalho segue da mesma forma, é detalhado e sua técnica não decepciona e sua excelência em saber como trabalhar com cenas escuras é ótima. Enfim, a direção de Ritchie nessa sequência é tão boa quanto a do primeiro filme, os defeitos são os mesmos: a utilização de efeitos em câmera lenta e a agregação de uma fantasia desnecessária em acontecimentos impossíveis que deveriam ser corrigidos pelo diretor. O problema se centra mesmo em um roteiro chato, pobre e um pouco confuso para algumas pessoas, semelhante com o primeiro filme, o final nos anima e deixa um gosto de quero mais, mas, diferente do primeiro, as cenas, ao longo da trama, que tornam o filme algo divertido são raras. Se o roteiro é um problema, a trilha sonora é um trunfo, o nove vezes indicado ao Oscar e vencedor em uma ocasião, Hans Zimmer, assume esse trabalho, bem como no primeiro filme. Conhecido pela excelência em “O Rei Leão” (1994), pela franquia “Piratas do Caribe”, pelo “Batman” de 2009, “Hannibal” (2001) e “Gladiador” (2000), Zimmer realiza seu trabalho com muita originalidade e segue com o ótimo e divertido tema com cordas do primeiro filme.



No primeiro filme da sequência, o Sherlock Holmes de Robert Downey Jr. parecia perfeitamente original, no entanto, o ator tendeu a tornar-se repetitivo e está chato nesse segundo filme. Apesar de continuar com a mesma personalidade, agora se torna visível que Holmes é apenas uma personagem, o esperado era que, como Johnny Depp e Jack Sparrow, Downey Jr. e Holmes tornassem-se um só, mas seus únicos bons momentos são quando ele demonstra o quanto ama Watson. Falando em John Watson, é em Jude Law que se concentra o melhor das atuações desse filme, apesar de, de modo geral, não ser um grande fã do ator, aqui ele é o que se tem de melhor para viver o companheiro inseparável do detetive. Durante anos de minha vida, vi no Professor James Moriarty um dos vilões mais completos e geniais da história, a decepção que tive ao assistir a esse filme e conferir a adaptação péssima da personagem na pele de Jared Harris, é impossível. Quem verdadeiramente me diverte é o ótimo Stephen Fry, que interpreta de forma maravilhosa Mycroft Holmes. Do lado feminino temos a mediana Noomi Rapace, que interpreta Simza Heron, e Rachel McAdams, que volta como Irene Adler, ambas não passam de belas distrações para deixar o público masculino mais animado.



Com a mesma qualidade visual e de trilha sonora do primeiro, esse filme tem um roteiro chato, fraco e bem inferior ao mesmo. Nosso Holmes segue para a má qualidade, já o Watson está cada vez melhor. Enfim, uma diversão que só recomendo se por acaso confirmarem um terceiro longa, apenas para que a história não se perca por completo em sua cabeça. Não que o filme seja ruim, mas é mais vantajoso assistir ao primeiro filme duas vezes do que perder tempo com esse.



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