domingo, 8 de julho de 2012

259. CABARET, de Bob Fosse

Completando 40 anos, um clássico dos musicais que merece toda sua fama. Simplesmente mágico!
Nota: 9,1


Título Original: Cabaret
Direção: Bob Fosse
Elenco: Liza Minelli, Michael York, Halmut Griem, Joel Grey, Fritz Wepper, Marisa Berenson, Helen Vita, Gerd Vespermann
Produção: Cy Feuer, Harold Nebenzal e Martin Baum
Roteiro: Jay Presson Allen, Christopher Isherwood, John Van Druten (peça teatral) e Joe Masteroff (livro para a peça teatral)
Ano: 1972
Duração: 124 min.
Gênero: Comédia / Musical

Em Berlin, no início da década de 1930, a bela Sally Bowles se vira como pode para realizar seu sonho de ser uma grande atriz, em meio a suas tentativas, ganha a vida dançando e cantando em uma casa de shows. Brian Roberts é um jovem inglês que está na Alemanha em busca de uma vida melhor, para sobreviver ele dá aulas de sua língua nativa. Quando Sally e Brian se conhecem um sentimento que nenhum deles experimentou na vida tomará conta de seus corações e se iniciará uma bela história de amizade.


Apesar de ter penas oito títulos como diretor em seu currículo, entre eles um curta e duas séries, Bob Fosse é considerado uma lenda da sétima arte. “Cabaret” foi seu segundo filme, antes dirigiu Shirley MacLaine no musical “Charity , Meu amor” (1969), depois ainda dirigiu Dustin Hoffman em “Lenny’ e em 1979 dirigiu e roteirizou vencedor de 4 Oscars, “O Show teve Continuar”, com Roy Scheider e Jessica Lange é, indiscutivelmente, um dos maiores clássicos do cinema. Aqui ele alterna de forma inteligentíssima o cotidiano das personagens principais, com vidas agitadas e sem rumo concreto, com as apresentações, coreografadas pelo diretor, da casa de shows em que Sally Bowles se apresenta todas as noite. O roteiro tem tudo para ser chato e sem graça, mas muito pelo contrário, mostrar uma personagem que não sabe quem é, para onde ir ou de onde veio, foi uma sacada ótima para época. As músicas são uma atração a parte, é simplesmente impossível esquecer a energia de “Willkommen”, ou a sensualidade de “Mein Herr”, a sinceridade da divertida “Money, Money”, a indecência de “Two Ladies” e a beleza de “Cabaret”.


Liza Minelli é filha de um dos casais mais incríveis da história do cinema: Judy Garland, a eterna Dorothy de “O Mágico de Oz” (1939) e do diretor Vincente Minnelli, dos clássicos “Sinfonia de Paris” (1951) e “Gigi” (1958). Apesar de ter feito poucos filmes durante a carreira, dedicando-se também como cantora, participou de dois clássicos musicais inigualáveis: “Cabaret” e “New York, New York”, esse último dirigido por Martin Scorsese e protagonizado também por Robert De Niro. Aqui ela nos trás uma mulher totalmente perdida em seus desejos e sonhos, Sally não sabe o que quer ou para onde vai para tentar realizar suas pretensões, as quais, aliás, nem ela sabe direito quais são. Michael York vive o também perdido Brian Roberts, outra pessoa que não sebe direito o qeu quer ou esperar da vida, ao relacionar-se com Sally, então, ele se perde completamente dentro de si, apesar de uma boa atuação, York me parece forçado em algumas cenas. Quem realmente se mostra perfeito é o ator Joel Grey, ele faz o Mestre de Cerimônias do tal Cabaret em que Sally trabalha, sua personagem é aquele tipo misterioso, nós o vemos apenas em seu trabalho, cantando, dançando e apresentando as atrações do local, por isso é difícil dizer o que realmente pode ser aquele homem, portanto o que chama a atenção em sua atuação é o fato de a própria personagem ser uma personagem dentro do filme, ou seja, ele atua dentro de sua atuação e nos proporciona algo fantástico, algo intrigante nos é revelado quando, em um dos pensamentos de Sally, ela relembra um capítulo em que o apresentador chega pros trás dela e a abraça de forma mais quente e erótica que o imaginado, apesar de nada ser realmente contado, fantasias ficam nas entrelinhas.


A década de 1970 foi uma década de muitos clássicos para o cinema: “Patton – Rebelde ou Herói?” (1970), “Laranja Mecânica” (1971), “O Poderoso Chefão” (1972), “O Exorcista” (1973), “Chinatown” e “O Poderoso Chefão: Parte II” (1974), “Um Estranho no Ninho” e “Tubarão” (1975), “Taxi Driver” (1976), “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), “O Franco Atirador” (1978), “Kramer Versus Kramer”, “O Show Deve Continuar” e “Apocalypse Now” (1979). “Cabaret” é mais um deles, e mais, é um marco para a história dos musicais no cinema, entretanto não é apenas isso, ele nos propõe a refletir acerca de como a vida pode ser totalmente o contrário do que imaginamos, e como devemos abrir os braços para as oportunidades que o destino dos dá. Mas também não podemos esquecer que é válida uma vida um pouco incerta, assim ela será muito mais divertida, afinal, “life is a Cabaret, it’s only a Cabaret, and I love a Cabaret”!


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