sábado, 7 de julho de 2012

262. OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES, de Niels Arden Oplev

Penetrante e extremamente perturbador.
Nota: 9,4


Título Original: Män Son Hatar Kvinnor
Direção: Niels Arden Plev
Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace, Lena Endre, Sven-Bertil Taube, Peter Haber, Peter Andersson, Marika Lagercrantz, Ingvar Hirdwall
Produção: Søren Stærmose
Roteiro: Nikolaj Arcel, Rasmus Heisterberg e Stieg Larsson (romance)
Ano: 2009
Duração: 152 min.
Gênero: Drama / Suspense / Thriller

Mikael, um jornalista investigativo, enfrenta uma crise em sua vida por sua maior investigação ser frustrada quando é sentenciado por calúnia e difamação de um empresário, seis meses antes de ele ir preso, o milionário Henrik Vanger o convida para investigar a suposta e misteriosa morte de sua sobrinha, que ocorreu há 40 anos atrás. Simultaneamente, Lisbeth Salander, uma hacker de 24 anos que leva uma vida pra lá de estranha, é contratada para investigar a vida de Mikael. Agora o destino dos dois se fundirá e, juntos, eles descobrirão coisas inimagináveis sobre suas vidas e de todos que os cercam.


É bom lembrar que esse filme é a primeira versão do romance de Larsson, o outro é o dirigido por David Fincher com Daniel Craig e Ronney Mara como protagonistas, e chama-se “Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”. Nesse longa o diretor é Niels Arden Oplev, deixar de fazer uma comparação entre a adaptação americana e essa é simplesmente impossível, portanto Oplev não dirigi não chega nem perto da genialidade de Fincher, apesar de o roteiro, os acontecimentos durante o desenrolar da trama e do fechamento do filme sueco serem superiores ao americano, a qualidade da edição do de Fincher, vencedora do Oscar, é indiscutivelmente melhor que a do de Oplev. Entretanto, a adaptação de Steven Zaillian, roteirista de filmes como “A Lista de Schindler” (1993), “Hannibal” (2001), “Gangues de Nova York” (2002) e “O Gangster” (2007), que trabalhou ao lado de David Fincher em “Millennium” é um desastre comparada a de Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg, o roteiro americano chega a ser chato em alguns momentos, e perde a essência que a história possui. Apesar de não ter lido o livro, acredito que o que vemos no filme sueco é bem mais completo e esclarece mais detalhes que a versão americana. Por fim, temos as trilhas sonoras dos dois, ambas são boas, mas a composta por Jacob Groth, versão sueca, é ofuscada demais pelo enredo da trama e acaba não chegando aos pés da versão americana composta por Trent Reznor e Atticus Ross, vencedores do Oscar por “A Rede Social” (2010), também dirigido por David Fincher.


Michel Nyqvist dá vida ao jornalista Mikael Blomkvist, aqui o ator nos revela uma personagem mais discreta que a de Daniel Craig na versão americana. Mikael se torna um homem calmo, mas determinado e que vai realmente até o cerne de suas investigações para descobrir a verdade sobre seus suspeitos. Noomi Rapace vive Lisbeth Salander, essa personagem deve ser o sonho de qualquer jovem atriz que deseja uma posição vantajosa no cinema: Rapace foi indicada ao BAFTA e Rooney Mara, da versão americana, para o Oscar. Aqui temos duas interpretações totalmente distintas, cada atriz nos presenteia com uma Lisbeth diferente e com personalidades totalmente distintas, apesar de ambas terem a mesma aparência. Apesar de achar ótima a interpretação de Christopher Plummer como Henrik Vanger, a versão sueca nos apresenta um homem mais ameno e controlado vivido por Sven-Bertil Taube, que nos revela o típico velho rico.


Com tanta qualidade quanto a versão americana do livro de Stieg Larsson, “Os Homens que não Amavam as Mulheres” é um filme penetrante que absorve nossa mente em cada um de seus mais de 150 minutos. O mais impressionante, entretanto, é que, mesmo sabendo o final da trama, por já ter assistido a versão americana, o filme não se tornou cansativo em momento algum, e quando terminou, minha única vontade era de conferir a continuação logo. Por fim, esse filme pode não nos proporcionar uma reflexão acerca de assuntos da vida como tantos outros costumam fazer, mas que é um thriller bem feito, em meio a tantos filmes idiotas do gênero, e que merece nossa máxima atenção, isso é.

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