Penetrante e extremamente perturbador.
Nota: 9,4
Nota: 9,4
Título Original: Män Son Hatar Kvinnor
Direção: Niels Arden Plev
Elenco: Michael Nyqvist, Noomi Rapace,
Lena Endre, Sven-Bertil Taube, Peter Haber, Peter Andersson, Marika
Lagercrantz, Ingvar Hirdwall
Produção: Søren
Stærmose
Roteiro: Nikolaj Arcel, Rasmus
Heisterberg e Stieg Larsson (romance)
Ano: 2009
Duração: 152 min.
Gênero: Drama / Suspense / Thriller
Mikael, um jornalista investigativo,
enfrenta uma crise em sua vida por sua maior investigação ser frustrada quando
é sentenciado por calúnia e difamação de um empresário, seis meses antes de ele
ir preso, o milionário Henrik Vanger o convida para investigar a suposta e
misteriosa morte de sua sobrinha, que ocorreu há 40 anos atrás.
Simultaneamente, Lisbeth Salander, uma hacker de 24 anos que leva uma vida pra
lá de estranha, é contratada para investigar a vida de Mikael. Agora o destino
dos dois se fundirá e, juntos, eles descobrirão coisas inimagináveis sobre suas
vidas e de todos que os cercam.
É bom lembrar que esse filme é a
primeira versão do romance de Larsson, o outro é o dirigido por David Fincher
com Daniel Craig e Ronney Mara como protagonistas, e chama-se “Millennium – Os
Homens que Não Amavam as Mulheres”. Nesse longa o diretor é Niels Arden Oplev,
deixar de fazer uma comparação entre a adaptação americana e essa é simplesmente
impossível, portanto Oplev não dirigi não chega nem perto da genialidade de
Fincher, apesar de o roteiro, os acontecimentos durante o desenrolar da trama e
do fechamento do filme sueco serem superiores ao americano, a qualidade da
edição do de Fincher, vencedora do Oscar, é indiscutivelmente melhor que a do
de Oplev. Entretanto, a adaptação de Steven Zaillian, roteirista de filmes como
“A Lista de Schindler” (1993), “Hannibal” (2001), “Gangues de Nova York” (2002)
e “O Gangster” (2007), que trabalhou ao lado de David Fincher em “Millennium” é
um desastre comparada a de Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg, o roteiro
americano chega a ser chato em alguns momentos, e perde a essência que a
história possui. Apesar de não ter lido o livro, acredito que o que vemos no
filme sueco é bem mais completo e esclarece mais detalhes que a versão americana.
Por fim, temos as trilhas sonoras dos dois, ambas são boas, mas a composta por
Jacob Groth, versão sueca, é ofuscada demais pelo enredo da trama e acaba não
chegando aos pés da versão americana composta por Trent Reznor e Atticus Ross,
vencedores do Oscar por “A Rede Social” (2010), também dirigido por David
Fincher.
Michel Nyqvist dá vida ao jornalista
Mikael Blomkvist, aqui o ator nos revela uma personagem mais discreta que a de
Daniel Craig na versão americana. Mikael se torna um homem calmo, mas determinado
e que vai realmente até o cerne de suas investigações para descobrir a verdade
sobre seus suspeitos. Noomi Rapace vive Lisbeth Salander, essa personagem deve
ser o sonho de qualquer jovem atriz que deseja uma posição vantajosa no cinema:
Rapace foi indicada ao BAFTA e Rooney Mara, da versão americana, para o Oscar.
Aqui temos duas interpretações totalmente distintas, cada atriz nos presenteia
com uma Lisbeth diferente e com personalidades totalmente distintas, apesar de
ambas terem a mesma aparência. Apesar de achar ótima a interpretação de
Christopher Plummer como Henrik Vanger, a versão sueca nos apresenta um homem
mais ameno e controlado vivido por Sven-Bertil Taube, que nos revela o típico
velho rico.
Com tanta qualidade quanto a versão
americana do livro de Stieg Larsson, “Os Homens que não Amavam as Mulheres” é
um filme penetrante que absorve nossa mente em cada um de seus mais de 150
minutos. O mais impressionante, entretanto, é que, mesmo sabendo o final da
trama, por já ter assistido a versão americana, o filme não se tornou cansativo
em momento algum, e quando terminou, minha única vontade era de conferir a
continuação logo. Por fim, esse filme pode não nos proporcionar uma reflexão
acerca de assuntos da vida como tantos outros costumam fazer, mas que é um
thriller bem feito, em meio a tantos filmes idiotas do gênero, e que merece
nossa máxima atenção, isso é.
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