segunda-feira, 2 de julho de 2012

264. KRAMER VERSUS KRAMER, de Robert Benton

O drama que melhor retrata relacionamentos familiares.
Nota: 9, 4


Título Original : Kramer Versus Kramer
Direção: Robert Benton
Elenco: Dustin Hoffman, Meryl Streep, Jane Alexander, Justin Henry, George Coe, JoBeth Williams, Bill Moor, Howard Duff, Jack Ramage
Produção: Stanley R. Jaffe e Richard Fischff
Roteiro: Robert Benton e Avery Corman (romance)
Ano: 1979
Duração: 105 min.
Gênero: Drama / Comédia

Após anos casada com Ted, Joanna decide mudar completamente sua vida: arruma seus pertences e vai embora da casa do marido, deixando sua vida patética e seu pequeno filho para trás. Ted, uma homem que trabalha o tempo todo, terá de se virar para conciliar o emprego com os problemas advindos da criação de um filho. Quando menos se espera, porém, Joanna volta e exige a guarda do pequeno Billy, que está confuso e não compreende nada do que acontece à sua volta.


Até aqui a carreira de Robert Benton não possuía nada de muito relevante, entretanto, a história da família Kramer mudou sua carreira. O final da década de 1970 foi palco de uma certa revolta feminina mundial para igualdade sexual, dessa forma, o filme aborda assuntos pertinentes, como os direitos femininos, relacionamentos materno e paterno, a dificuldade em criar uma criança, relacionamentos que envolvam sexualidade. Benton proporciona, portanto, uma história original e muito propicia para o contexto da época, sua naturalidade em cada cena toma conta do enredo e faz com que o filme se torne algo direcionado a qualquer público, é óbvio que isso não torna seu trabalho um típico filme de “sessão da tarde”, pelo contrário, o engrandece e o deixa muito mais completo, afinal se trata do cotidiano familiar de qualquer ser humano na terra. A trilha sonora excelente é de John Kander e Herb Harris, aqui ela pode não ser composta originalmente, mas a reunião de conhecidas músicas eruditas é uma pedida que se torna extremamente única, o concerto composto por Antonio Vivaldi, é a principal música do filme, mas é apenas uma das tantas belezas aqui expostas.


O maravilhoso Dustin Hoffman é Ted, na época o ator era o que se podia esperar de mais fantástico, pois era uma sensação única na sétima arte. Na época ele enfrentava um divórcio tão conturbado quanto o do filme, apesar de diferente, se o ator interpreta a personagem ou se ele apenas transparece sua verdadeira vida, não sabemos, mas que funcionou, funcionou. Ele é o típico pai preocupado com a forma como educará e se relacionará com o filho, afinal, ele sempre ligou apenas para o trabalho e deixou a família em segundo plano. Meryl Streep é Joanna, e é incrível como a atriz consegue nos fazer ora odiar e julgar a personagem, ora perdoá-la e entendê-la, ela representa, portanto, a vontade de muitas mulheres da época, não de largar tudo para o alto, mas de viver sua própria vida e ser independente. O discurso no tribunal, que provavelmente compõe a cena dita como a que rendeu o Oscar de coadjuvante à atriz, foi escrito por ela própria. Jane Alexander e Justin Henry, são os outros coadjuvantes, ela uma vizinha dos Kramer, que também é divorciada e entende tanto Ted quanto Joanna, ele, o filho do casal, vale lembrar que atuação de Henry, então com onze anos, deu-lhe uma indicação ao Oscar, o menino perdeu para o veterano Melvyn Douglas que tinha 79 anos, mas apenas pela indicação pode-se ter uma noção de como o rapaz é maravilhoso sem seu trabalho. Como filho de pais separados, posso dizer por experiência própria que, em vários momentos, Justin Henry expressa exatamente o que uma criança sente ao ser, de certa forma, obrigada a escolher quem é mais importante em sua vida e entender que o que os pai decidiram para ele é o melhor para seu futuro. As cenas mais inesquecíveis do filme são a que Joanna reencontra o filho, a do menino perguntando ao pai quando a mãe voltará, a primeira vez em que Billy anda de bicicleta e a de Ted fazendo o café da manhã de Billy


O filme acaba se tornando um debate sobre como é difícil a convivência em família, e como essa convivência pode nos enriquecer psicologicamente ou pode acabar com nossa auto-estima nos reduzindo a seres humanos fadados a rotina. A decisão tomada por Joanna Kramer, apesar de ser um sacrifício para que a mãe possa dar uma vida melhor ao filho, é o que dezenas de pessoas desejam muitas vezes na vida, largar tudo para trás, e recomeçar a vida do zero, sem os problemas que um casamento pode trazer, ou sem precisar se prender a pessoas que não ama mais da mesma forma.Entretanto, o que mais impressiona é a forma como o pai da criança se sente ao se ver obrigado a agir de formas que jamais agiu perante ao filho, sendo obrigado a fazer o papel de pai, o qual ele nunca fez por completo, e o de mãe, o que o deixa louco, afinal nunca conviveu com a esposa direito para saber como substituí-la. Um marco na sociedade e no cinema, a história da família Kramer inspirou dezenas de seres humanos durante décadas, e continua inspirando.


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