Uma animação feita para adultos que não
terá problemas com público infantil. Poderia ser melhor?
Nota: 9,0
Título Original: Shrek
Direção: Andrew Adamson e Vicky Janson
Elenco (dublagem): Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, John Ligthgow,
Vincent Cassel, Peter Dennis, Clive Pearse, Jim Cummings
Produção: Jeffrey Katzenberg, Aron Warner, John H. Williams
Roteiro: Ted Elliott, Terry Rossio, Joe Stillman, Roger S. H. Schulman,
Cody Cameron, Chris Miller, Conrad Vernon e William Steig (livro)
Ano: 2001
Duração: 90 min.
Gênero: Animação / Comédia
Shrek vive feliz da vida em seu
horroroso pântano, em uma espécie de toca feita em meio a raízes de uma grande
árvore, banhando-se na lama e comendo ratos e outros animais nojentos. Eis que,
em uma bela noite, seu querido e tão amado lar é invadido inexplicavelmente por
seres de contos de fadas: o lobo mal, os porquinhos, fadas, bruxas, a Sininho,
dentre vários outros seres estranhos. Quando Shrek vai até a cidade de Duloc
para tirar satisfações com o Lord Farquaat, eles concordam em Shrek ter seu lar
novamente contanto que traga a jovem que Farquaat deseja despojar, obviamente
ela está em um castelo guardado por um dragão, no quarto da torre mais alta
esperando o beijo de seu príncipe encantado que a levará para casa. O problema
é que Shrek não é nada principesco, ele é um ogro.
Tanto para Adamson quanto para Janson,
“Shrek” é o primeiro filme em suas carreiras, e pode-se dizer que não é uma
forma ruim de começar no cinema: Oscar de melhor animação e indicação para o
roteiro; oito Annie’s (o Oscar da animação); melhor roteiro adaptado e mais
quatro indicações no BAFTA (o Oscar inglês); indicado no Globo de Ouro por
melhor filme comédia ou musical, na época não existia a categoria de melhor
filme animação; e uma indicação no Sindicato dos Produtores de Hollywood, além
de uma indicação de melhor filme no AFI (Instituto de Filmes Americanos, que
concede prêmios todos os anos aos melhores filmes do ano, bem como homenageia
alguém que esteja relacionado com a área do cinema). O que os diretores fazem
aqui não chega a ser algo inimaginável ou surpreendente, pelo contrário, é
simples e previsível, e bem por isso é tão agradável. Obviamente, quanto aos
roteiristas o filme também não vai nada mal: Ted Elliot e Terry Rossio viriam a
assumir a franquia “Piratas do Caribe”, Joe Stillman já havia feito várias
séries televisivas, o mesmo já havia acontecido com Roger S. H. Schulman que
chegou a escrever para o divertido “Alf, o Eteimoso” em 1989 e Adamson viria a
dirigir “Shrek Terceiro” (2007) e os dois primeiros filmes de “As Crônicas de
Nárnia”.
Durante todos os filmes do ogro Shrek,
veremos ótimas sacadas relacionadas a contos de fadas e coisas da vida real,
nessa primeira trama o que nos é dado é bem simples: a ilusão de jovens que
acreditam que um dia serão salvas por um príncipe encantado, a Fiona do início
do filme representa essas moças, o dragão e o castelo em que está aprisionada
os graves anseios que elas são obrigadas a passar por conta dos pais, da escola
e de não saber que roupa colocar, mas Shrek, definitivamente, não é o príncipe
encantado, e é aí que a história se torna tão irônica. Shrek é o homem comum, o
qual costuma aparecer para essas meninas iludidas: grosso, não sabe bem como se
portar muito menos como expressar seus sentimentos, apesar disso, é um homem
amável e muito bom quando lidado com cautela e atenção.
“Shrek”, acaba sendo, portanto, uma
crítica muito bem feita aos filmes de princesas normais aos quais estamos
acostumados. É claro que esse filme não é feito para crianças, elas
provavelmente verão e rirão com as trapalhadas de Shrek, do Burro (o novo
amiguinho desagradável do ogro que o acompanhará em sua aventura) e todas as
outras personagens, mas jamais conseguirão ver o que está por trás de toda essa
beleza de um conto de fadas atrapalhado, e é aí que o filme acerta mais uma
vez: animações são feitas para adultos capazes de compreendê-las e
respeitá-las, mas algum dia alguém disse que elas eram destinadas a crianças e
o mundo acreditou, sendo assim, resta para roteiristas e diretores do gênero
disfarçarem todas as mensagens mais complicadas e indecentes. Nesse filme tudo
é disfarçado, mas se fizermos uma força conseguiremos analisá-lo como ele
verdadeiramente é: um retrato de uma vida real que pode sim ser satisfatória.
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