Na tentativa de deixar o filme mais
interessante e não mostrar a vida glamorosa da estilista, o filme se perde um
pouco e vira um belo romance real.
Nota: 8,0
Título Original: Coco Avant Chanel
Direção: Anne Fontaine
Elenco: Audrey Tautou, Benoît
Poelvoorde, Alessandro Nivola, Marie Gillain, Emmanuelle Devos, Régia Royer,
Etienne Bartholomeus
Produção: Simone Arnal, Caroline Benjo,
Phileppe Carcassome, Carole Scotta
Roteiro: Anne Fontaine, Camille Fontaine
e Edmond Charles-Roux (biografia)
Ano: 2009
Duração: 105 min.
Gênero: Drama / Biografia
Coco Chanel, nascida Gabrielle Bonheur
Chanel, é, indiscutivelmente, o maior nome feminino da história da moda,
provavelmente o maior entre homens e mulheres. Foi ela quem recriou todo um
conceito de moda e introduziu calças e outros acessórios tipicamente masculinos
no dia a dia das mulheres. Talvez suas maiores criações tenham sido o tailleur,
aquele conjunto muito comum hoje composto por casaco e saia, e o típico terninho
feminino, uma adaptação do masculino. Durante sua vida passou por diversas
dificuldades: foi deixada pelo pai em um orfanato, tentou emprego como cantora
e atriz, foi sustentada por um homem que a tratava como um belo prêmio a ser
mostrado, conheceu e perdeu o provável amor de sua vida, abriu e fechou suas
lojas por motivos particulares, mas fez sucesso e fortuna e se tornou uma das
maiores personalidade da história. Com personalidade forte, suas roupas, jóias,
sapatos, bolsas são usadas até hoje por mulheres do mundo todo, como atrizes,
modelos, políticas, esposas de políticos e empresárias de todos os segmentos,
Coco Chanel foi eternizada nos armários e corpos mais bonitos do mundo. Em
1955, a estrela Marilyn Monroe chegou a afirmar que dormia apenas com duas
gotinhas do Chanel Nº5, a criação mais famosa da estilista que, considerava o 5
seu número da sorte. Coco Chanel morreu em 1971, com inacreditáveis 87 anos e
ainda na ativa, desenhado sua próxima coleção.
“Coco Antes de Chanel” nos revela exatamente
isso: a vida da estilista antes de se tornar a grande Coco Chanel. O filme,
portanto, busca suas origens desde criança e nos mostra a vida dela passo a
passo, sua relação com a irmã Adrienne Chanel, sua história bem estranha com o
empresário francês Étienne Balson, seu romance com o bastardo Arthur Capel,
suas tentativas de se introduzir na sociedade francesa como uma mulher
diferente, o início de suas criações com chapéus, seus primeiro trabalhos, seus
momentos de inspiração, seus sofrimentos e suas alegrias. Durante todo o filme,
devo advertir, não espere ver a grande Coco Chanel com suas várias lojas e fãs,
vemos simplesmente, o que veio antes disso tudo, e, em um desfecho perfeito,
Coco sorri, feliz pelo sucesso de seu primeiro desfile.
Anne Fontaine é oriunda de Luxemburgo
(sim, esse país existe e existe alguém que veio de lá), dirigiu filmes como
“Lavagem a Seco” (1997), “Como Matei meu Pai” (2001), “Em Suas Mãos” (2005) e
“A Garota de Mônaco”. Fontaine não faz muito por Chanel, apesar de fazer seu trabalho,
ele se prende demais a esse roteiro romântico e acaba não tendo muitas cenas
relevantes para mostrar se tem competência ou não, restando apenas belas cenas
românticas em que os apaixonados pela estilista a acariciam e fazem promessas a
ela. O que novamente se sobre sai é o compositor Alexander Desplat, volto a
repetir: um dos melhores compositores atualmente, seu problema está em fazer
vários filmes em um curto período de tempo e em ser um francês, esse segundo
acaba lhe rendendo poucos prêmios fora do país, já o primeiro o torna apenas um
bom compositor. Para se ter uma idéia, em 2009, além desse esteve em mais seis
lançamentos. Dentre seus principais trabalhos estão, “A Rainha” (2006), “O
Curioso Caso de Benjamin Button” (2008), “O Fantástico Sr. Raposo” (2009), “O
Profeta” (2009) e, mais recentemente, “O Discurso do Rei” (2010).
A duplamente indicada ao BAFTA, Audrey
Tautou é uma das mais belas atrizes do cinema hoje, seu sucesso se deu por
conta do cultuado “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain” (2001), daí por diante
sua carreira não foi aquele sucesso estrondoso, mas todas suas interpretações
valem a pena. Como Chanel ela é brilhante, perfeita, com muita dificuldade
diria que em algum momento ela vacila em sua interpretação, é tudo o que se
espera de sua personagem, talvez um pouco romântica demais, mas isso é mais uma
exigência e falha do roteiro do que da atriz. Seu trabalho talvez somente não
seja comparado com o de Marion Cotillard em “Piaf - Um Hino ao Amor” (2007) por
que bem no momento em que a história realmente se tornaria digna das criações
de Chanel, o filme chega ao seu fim. Tautou está muito bem amparada pelos bons
Benoît Poelvoorde, Alessandro Nivola e Marie Gilliain, que vivem,
respectivamente, Étienne, Arthur e Adrienne.
Esse filme não mostra com tanta
perfeição a vida da estilista Coco Chanel como outras grandes biografias do
cinema já mostraram a de outras personalidades, prefere focar na vida romântica
da estilista e dar um ar mais belo ao filme do que mostrar as conquistas,
aprovações e sacrifícios que fizeram de Gabrielle “Coco” Chanel, a maior
estilista de todos os tempos. Tendo em vista, o filme não é nenhuma grande
biografia, não é nada digno da grandeza da vida da estilista, mas saborear-se
com a belíssima atuação de Tautou é maravilhoso, ela sim, é digna de usar,
criar e ser Chanel, afinal, como diria a própria Coco, Chanel é um estilo,
estilos não saem de moda, Chanel não sai de moda.
A verdadeira Coco Chanel, e a caracterização minuciosa de Audrey Tautou |
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