Uma ótima forma descontraída de mostrar
como foi difícil a aceitação de uma Alemanha unificada pós-queda do Muro de
Berlim.
Nota: 9,0
Título Original: Good Bye Lenin!
Direção: Wolfgang Becker
Elenco: Daniel Brühl, Katrin Saß, Chulpan Khamatova, Maria Simon,
Florian Lukas, Alexander Beyer, Burghart Klaußner
Produção: Stefen Arndt, Katja De Bock,
Andreas Schereitmüller
Roteiro: Bernd Lichtenberg, Wolfgang Becker, Achim Von Borris, Hendrik
Handloegten e Chistoph Silber
Ano: 2003
Duração: 121 min.
Gênero: Drama / Comédia
Alex vê sua vida virar de cabeça para
baixo quando, sem mais nem menos, o pai some e nunca mais volta, a mãe é
internada em uma clínica e ele e a irmã precisam se virar. Após oito meses sua
mãe volta, com ideais totalmente socialistas, ela chega a ganhar prêmios em
homenagem ao seu trabalho pelo partido. Eis que em uma noite ela vê o filho em
meio a jovens revoltados e desmaia. Christiane só viria a acordar oito meses
depois, até aí tudo bem, afinal todos acreditavam que ela nem voltaria a
acordar, o problema: Erick Honecker renunciou como líder de estado, o Muro de
Berlim foi derrubado e a Alemanha socialista está sendo capitalizada. Agora
Alex fará de tudo para que sua mãe, ainda muito debilitada e proibida de fortes
emoções, não saiba que tudo aquilo em que ela acreditava se dissolveu com os
avanços da humanidade.
Becker faz desse filme um entretenimento
histórico, ao mesmo tempo em que é extremamente divertido, ele relata fatos
históricos com precisão utilizando-se de imagens reais da queda do muro e das
revoltas da população, mas também faz uma crítica forte ao que se acreditava
ser a teoria perfeita do socialismo quando Alex, tentando convencer a mãe de
que está tudo como era antes, cria a utopia em que todos são iguais e ninguém é
melhor que ninguém, o sistema sonhado por ele, pela mãe e por milhões de
cidadãos. Becker faz, ainda, uma belíssima homenagem a Stanley Kubrick, um dos
maiores cineastas da história, adotando seu estilo de edição visto no
inesquecível “Laranja Mecânica” (1971) e até citando “2001 – Uma Odisséia no
Espaço” (1968). A trilha sonora, que reúne obras clássicas e contemporâneas,
outra característica de Kubrick, é muito bem conduzida por Yann Tiersen, o
mesmo de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” (2001).
Katrin Saß vive Christiane Kerner, enganar
alguém já não é fácil, se fazer de enganada é pior ainda, mas Saß é a perfeita mãe que acredita
nos filhos e tenta entender o que está acontecendo, em uma de suas últimas
cenas, quando ela já sabe de tudo e Alex ainda tenta fingir que tudo está bem,
Saß é a perfeita mãe, fingindo
espanto pelas mudanças no país e feliz por ver tudo o que o filho fez por ela
durante tantos meses. Daniel Brühl dá vida a Alexander, um rapaz como qualquer
outro que tenta fazer de tudo para que a mãe não morra, Brühl é perfeito no
papel e por vezes nos faz ter real pena por sua personagem. Chulpan Khamatova é
a enfermeira de Christiane por quem Alex se apaixona; Maria Simon é Ariane
Kerner, irmã de Alex; Alexander Beyer é Rainer, o namorado capitalista de
Ariane, o qual Alex tenta esconder a todo custo; Florian Lukas é o sonhador
amigo de Alex que edita e faz vídeos para que Christiane possa assistir
televisão.
“Adeus, Lenin!” é, portanto, bem o que o
título sugere, uma despedida da Alemanha dividida entre Ocidente e Oriente, é
uma crítica à situação em que o país foi obrigado a viver durante tantos anos,
é uma homenagem à unificação germânica, é uma mensagem de como não são apenas
as mães que fazem tudo pelos filhos, mas como os filhos também podem dar sua
vida pela de seus pais. Um filme que conquistou público, crítica, prêmios,
festivais e a Europa toda é essencial para qualquer um entender como foi
difícil a aceitação de uma nova sociedade depois de tantos anos com o
socialismo impregnado na mente de cada um.
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