Uma das animações mais reflexivas e
satíricas de todos os tempos. Imperdível!
Nota: 9,0
Título Original: Logorama
Direção: François, Hervé de Crécy e
Ludovic Houplain
Elenco (dublagem): Bob Stephenson, Sherman Augustus, Aja Evans, Joel
Michaely, Matt Winston, David Fincher, Andrew Kevin Walker, Gregory J. Pruss,
Josh Eichenbaum e Jaime Ray Newman
Produção: François, Hervé de Crécy, Ludovic
Houplain, Nicolas Shmerkin
Roteiro: François, Hervé de Crécy,
Ludovic Houplain e Gregory J. Pruss
Ano: 2009
Duração: 15 min.
Gênero: Comédia
Pessoas viram marcas, carros viram
marcas, bichos viram marcas, motocicletas viram marcas, prédios viram marcas, simplesmente
tudo nesse mundo de “Logorama” é construído por marcas, não muito diferente do
nosso. O enredo desse curta é típico de filmes tradicionalmente americanos:
algo acontece durante o início, de repente os policiais são avisados de alguma
coisa e a caçada pelo meliante inicia, em meio a isso tudo temos a garota sexy,
os meia idades babando pela mesma e os adolescentes idiotas. A diferença
consiste em que os policiais são o desenho do logotipo da marca Michelin, a
garota é o símbolo da Esso, os meia idades são os da batata Pringle, e os
adolescentes são respectivamente as marcas Haribo e Big Boy, e, para surpresa
geral, o vilão aqui é o insuperável palhaço Ronald da McDonald’s.
Como se pode perceber, desde o início da
trama, esse curta metragem pode ser analisado de centenas de formas, não me
surpreenda que tenha sido feito por três diretores, quatro roteiristas e seja
de origem francesa. Em uma de suas análises podemos concluir rapidamente,
durante o rolar do filme, que se trata de uma crítica a uma globalização
exagerada, que o ser humano não sabe viver sem esse monte de marcas para lhe
assegurarem uma vida confortável, a maior sacada dessa análise vem com o fim do
filme: o petróleo começa a afundar tudo, de forma inexplicavelmente óbvia ele
se torna a água do mar e nada resta nesse muno de marcas, mas novamente somos
surpreendidos, afinal, todas as estrelas, cometas, planetas e tudo o mais do
universo é composto por essas marcas. Em outra análise vemos a denúncia a
mesmice dos filmes hollywoodianos, tudo o que acontece em “Logorama” pode ser
visto em dezenas de filmes, seja aqueles policiais em que os atrasados tiras
americanos perseguem os bandidos, seja nas ficções de catástrofes naturais ou
nos romances nada originais que somos obrigados a ver dia após dia.
Durante o filme, tente contar quantas
marcas diferentes consegue ver, é simplesmente impossível, por dois motivos: o
primeiro é óbvio, não há como, são muitas, já o segundo consiste no fato de o
filme ser tão deliciosamente humorístico e sarcástico que não nos importamos em
contar as marcas, apenas em reconhecê-las e rir dos papeis os quais elas representam
aqui, por exemplo, Ronald como um assassino. É claro que cada uma dessas
representações nos remete a algum motivo claro e bem real de nossas vidas, o
que se faz nesse curta é apenas uma tradução de como o mundo está nos dias de
hoje. Só para constar, passam de 3 mil, segundo o produtor. Uma tradução livre,
com total liberdade de expressão e sem esconder absolutamente nada de qualquer
um que desejar assistir essa obra. Extremamente genial!
Para que quiser conferir o filme, acesse: http://www.youtube.com/watch?v=GUYVx8e-AeQ
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