Um filme que fala sobre mudanças e
generosidade de forma divertida e espirituosa.
Nota: 8,4
Título Original: Charlie and the
Chocolate Factory
Direção: Tim Burton
Elenco: Johnny Depp, Freddie Highmore,
Helena Bonham Carter, David Kelly, Noah Taylor, Deep Roy, Annasophia Robb,
Julia Winter, Joardan Fry, Philip Wiegratz
Produção: Brad Grey, Richard D. Zanuck
Roteiro: John August e Roald Dahl (romance)
Ano: 2005
Duração: 115 min.
Gênero: Fantasia / Comédia
Por algum motivo desconhecido Willy
Wonka demetiu todos os seus funcionários de sua fábrica de chocolates, mas,
misteriosamente, ela continuou funcionando a todo vapor. Agora o empresário
propôs ao mundo que quem achar os cinco cartões dourados escondidos em cinco
barras de seus chocolates, terá o direito de conhecer a fábrica por dentro, com
um acompanhante. No mundo todo milhares de pessoas compram enlouquecidamente os
chocolates Wonka, Charlie, no entanto, não tem dinheiro para tal regalia, eis
que ele encontra o último cartão e tem a chance ir à fábrica. Agora os cinco
escolhidos, todos com personalidades totalmente distintas, irão conhecer o
excêntrico Willy Wonka e passarão por testes de aprovação para ver quem ganhará
uma grande surpresa no final dessa visita inesquecível pelas entranhas da
Fabrica de chocolates Wonka.
Na realidade só existe um gênero em que
esse filme se encaixa: gênero “Tim Burton”. Um dos diretores mais conceituados
da modernidade, ele é famosos por ser um homem excêntrico e nunca decepcionar
em seus filmes, ainda mais quando o filme conta com a presença de Johnny Depp.
Como já mencionei em críticas anteriores eis seus filmes juntos: “Edward Mãos
de Tesoura” (1990); “Ed Wood” (1994); “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999);
“A Fantástica Fábrica de Chocolate” (2005); “Sweeney Todd – O Barbeiro
Demoníaco da Rua Fleet” (2007); “Alice no País das Maravilhas” (2010) e
“Sombras da Noite” (que estréia esse semana). Aqui Burton muda totalmente o que
se viu em 1971 no filme homônimo com Gene Wilder, Wonka é bem mais estranho, as
crianças mais insuportáveis e a fábrica muito mais mágica do que se poderia
esperar. As cores são, a cada tomada, mais lindas e chamativas, as edições de
som e de imagem são perfeitas, o figurino “Revolução Industrial” é ótimo, e a
trilha faz jus a fama de Danny Elfman, outro homem muito excêntrico, mas muito
talentoso, ele e Burton também já fizeram vários filmes juntos.
Highmore, na época, era o menino
prodígio do cinema, como acaba acontecendo com todos os prodígios (como Drew
Berrymore e Dakota Fanning), ele não tem feito mais filmes de tanta qualidade,
aqui ele é o menino Charlie, um pobre, mas gentil e generoso rapaz, o ator não
precisa fazer muita coisa tendo Depp como colega de cena, mas não é nada ruim
no papel. Helena Bonham Carter, esposa de Burton, é a mãe de Charlie, apesar de
não aparecer muito ela faz a típica mãe: preocupada com o filho, deseja que ele
seja feliz e encontre um bom caminho para seguir a vida. Willy Wonka é vivido,
portanto, pelo sempre ótimo Johnny Depp, um ator que dispensa apresentações, é
excelente como Willy e consegue dar vida à sua personagem como ninguém mais
teria feito, arrisco dizer que esse papel foi feito exclusivamente para ele,
ver as várias faces de Wonka em Depp (empresário, filho, amigo, bom moço,
interesseiro) é como se o ator já tivesse tido essas experiências em sua
própria vida e estivesse passando-as para a personagem.
Divertido, engraçado, espirituoso,
reflexivo, historicamente importante é um filme que merece ser visto por vários
motivos: conta uma bela história de amizade e conquistas pela generosidade e
nos relata como era a Inglaterra na era Segunda Revolução Industrial e suas
consequências para toda a população. Apesar de um roteiro um pouco fraco, e
poucas atuações que merecem destaque, é um filme bem feito, criativo e muito
bonito.
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