O filme se perde em mostrar as guerras e
os amores do imperador, e não consegue atingir nem um décimo da grandeza de
Alexandre.
Nota: 6,5
Título Original: Alexander
Direção: Oliver Stone
Elenco: Colin Farrell, Angelina Jolie, Val Kilmer, Anthony Hopkins,
Jared Leto, Rosario Dawson, Jonathan Rhys Meyers, Rory McCann, Christopher
Plummer
Produção: Oliver Stone, Iain Smith, Thomas Schühly, Moritz Borman, Jon
Kilik
Roteiro: Oliver Stone, Christopher Kyle
e Laeta Kalogridis
Ano: 2004
Duração: 175 min.
Gênero: Biografia / Drama / Épico
Alexandre, O Grande, como ficou
conhecido, foi soberano do maior império visto na terra: indo dos Bálcãs à
Índia, incluindo Egito e Báctria. Alexandre era um homem inteligente, culto e
esperto, respeitava as várias formas de culturas de todo o mundo e desejava que
todas formassem uma só, também era um tanto instável e um homem louco por
guerras, as quais sempre liderava. Lutou contra regiões na Europa, na Ásia e na
África afim de expandir cada vez mais seu território, esse, por sinal, era o
maior objetivo do imperador, conquistar territórios se tornou uma obsessão que
o levou a morte, com sua morte veio a separação de seu Império e a dominação
Romana. Alexandre casou três vezes, teve dois filhos e levou uma vida regada a
muitos prazeres, dizem que não tinha vergonha em deixar claro que mantinha
relações com homens e mulheres, o que na época era algo normal. Ele morreu um
mês antes de completar 33 anos, a causa exata de sua morte nunca foi
descoberta, alguns dizem ter sido envenenamento, outros doença, assassinato
brutal, conseqüência do alcoolismo. O que realmente interessa para a história e
a sociedade é que Alexandre foi um grande conquistador e uniu diversas culturas
na Antiguidade e influenciou centenas de políticos, incluindo o romano Júlio
César.
O filme inicia com Alexandre criança,
sendo superprotegido por a mãe; depois passamos à sua adolescência, quando é
ensinado por Aristóteles sobre as coisas da vida, dos astros e das culturas
(dentre elas, vemos o filósofo deixando claro que é permitido homens se
relacionarem sexualmente, com tanto que não seja um mero prazer carnal); depois
vemos o início de sua vida adulta, em uma lembrança mais para frente do filme
acompanharemos o assassinato do pai, a briga com a mãe e sua coroação definitiva
como Imperador. Assistimos também à suas maiores batalhas e conquistas, seu
casamento, suas relações com as esposas e o amante, Heféstion, seus medos e
problemas em relação a todo o poder que conquistou. Em paralelo à sua história
podemos descobrir um pouco sobre sua mãe, Olímpia de Épiro, uma mulher
arrogante e vingativa, que dizia a todos que Alexandre era filho de Zeus.
Amargurada por Filipe II, pai de Alexandre, ter se casado com outra mulher, ela
foi ligada por vários historiadores como mandante da morte do marido para que
seu filho pudesse se tornar o imperador, mandou matar ainda a esposa de Filipe
e seus dois filho. A quem diga que ela manteve um forte relacionamento
incestuoso com Alexandre, o qual ela acreditava e dizia ser a personificação de
um Deus, havia quem acreditasse que o rapaz era filho de Dionísiso, o qual
Olímpia venereva.
Stone é diretor e roteirista de uma
lista invejável de filmes bem cults, dentre eles: “Salvador – O Martírio de um
Povo” (1986), “Platoon” (1986), “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987),
“Nascidos em 2 de Julho” (1989), “JFK – A Pergunta que Não quer Calar” (1991),
“Assassinos por Natureza” (1994), “Nixon” (1995) e “Um Domingo Qualquer”
(1999), ele venceu 3 Oscar e foi indicado para mais 7, e não, “Alexandre” não está
entre esses filmes, por um simples motivo: é um filme de qualidade muito, mas
muito baixa. Historicamente falando pode até ser algo positivo, sua fotografia
e a edição das cenas de guerra também são boas, mas é apenas isso que vale a
pena no filme todo, nem mesmo a trilha sonora do filme, composta por Vangelis
(que também compôs para o filme “Carruagens de Fogo” de 1981, pelo qual ganhou
um Oscar) é merecedora da magnitude de Alexandre.
Existem atores que, sabe-se Deus por
que, nós simpatizamos, Colin Farrell e Jonathan Rhys Meyers são dois dos que eu
simpatizo. Não sei se é por que eles são irlandeses, e de lá vieram alguns bons
nomes da indústria cinematográfica ou porque vejo neles dois ótimos atores em
potencial, e realmente eles mostram ser isso mesmo, mas não nesse filme. Farrell interpreta Alexandre, no filme é mais ou menos tudo aquilo o que se espera da
personagem histórica, existem momento em que o ator é excelente, mas são muito
raros, e na maior parte do filme ele é muito fraco. Meyers é um dos oficiais do
Imperador, Cassander, um homem que faz de tudo pelo poder e passa por cima de
todos por sua ganância, o ator consegue um ou outro momento de boa interpretação,
mas só não é de todo ruim por que aparece pouco. Angelina Jolie está em uma de
suas atuações mais deprimentes, Olímpia é uma das personagens mais ricas (em
termos técnicos) da trama, isso se não for a mais rica, a atriz podia
explorá-la de forma magnífica e ter uma de suas maiores atuações, mas o que ela
faz aqui é péssimo, nem mesmo as grandes cenas de discussões com seu filho
salvam Jolie. O resto do elenco segue essa linha: grandes personagens, pouca
qualidade nos atores. Quem salva o filme são os hiper veteranos Anthony Hopkins
e Chistopher Plummer, respectivamente o velho Ptolomeu e o filósofo Aristóteles,
o problema de ambos é que eles aparecem pouco, mas o pouco que fazem chega a
nos arrepiar pela veracidade aparente desses mestres da sétima arte, por que
eles estão aqui eu realmente não sei.
Em sua tentativa de mostrar várias
conquistas estendendo-se em cenas de batalhas, “Alexandre” se torna um filme
frustrado sobre a vida de um dos homens mais admiráveis da história. Um homem
que conquistou todas as suas ambições, teve tudo o que sonhou, conquistou o
maior império do mundo, deixou herdeiros, disseminou e misturou culturas
maravilhosas, tornou-se o homem mais poderoso de seu tempo, e conquistou
literalmente a glória eterna: até hoje, quase dois milênios e meio depois de
tudo o que fez, seu nome ainda é associado à sua figura poderosa de um
inconfundível líder. Alexandre foi excepcional em tudo o que fez, obteve êxito
em todas as suas tentativas de conquistar territórios e nunca foi totalmente
derrotado, se há nomes que o Alexandre desse filme não pode receber é de
Alexandre, o Magno, ou Alexandre da Macedônia, muito menos Alexandre, o Grande.
Colin Farrell caracterizado como Alexandre, e a representação mais famosa do imperador. |
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