quarta-feira, 30 de maio de 2012

292. ALEXANDRE, de Oliver Stone

O filme se perde em mostrar as guerras e os amores do imperador, e não consegue atingir nem um décimo da grandeza de Alexandre.
Nota: 6,5


Título Original: Alexander
Direção: Oliver Stone
Elenco: Colin Farrell, Angelina Jolie, Val Kilmer, Anthony Hopkins, Jared Leto, Rosario Dawson, Jonathan Rhys Meyers, Rory McCann, Christopher Plummer
Produção: Oliver Stone, Iain Smith, Thomas Schühly, Moritz Borman, Jon Kilik
Roteiro: Oliver Stone, Christopher Kyle e Laeta Kalogridis
Ano: 2004
Duração: 175 min.
Gênero: Biografia / Drama / Épico

Alexandre, O Grande, como ficou conhecido, foi soberano do maior império visto na terra: indo dos Bálcãs à Índia, incluindo Egito e Báctria. Alexandre era um homem inteligente, culto e esperto, respeitava as várias formas de culturas de todo o mundo e desejava que todas formassem uma só, também era um tanto instável e um homem louco por guerras, as quais sempre liderava. Lutou contra regiões na Europa, na Ásia e na África afim de expandir cada vez mais seu território, esse, por sinal, era o maior objetivo do imperador, conquistar territórios se tornou uma obsessão que o levou a morte, com sua morte veio a separação de seu Império e a dominação Romana. Alexandre casou três vezes, teve dois filhos e levou uma vida regada a muitos prazeres, dizem que não tinha vergonha em deixar claro que mantinha relações com homens e mulheres, o que na época era algo normal. Ele morreu um mês antes de completar 33 anos, a causa exata de sua morte nunca foi descoberta, alguns dizem ter sido envenenamento, outros doença, assassinato brutal, conseqüência do alcoolismo. O que realmente interessa para a história e a sociedade é que Alexandre foi um grande conquistador e uniu diversas culturas na Antiguidade e influenciou centenas de políticos, incluindo o romano Júlio César.


O filme inicia com Alexandre criança, sendo superprotegido por a mãe; depois passamos à sua adolescência, quando é ensinado por Aristóteles sobre as coisas da vida, dos astros e das culturas (dentre elas, vemos o filósofo deixando claro que é permitido homens se relacionarem sexualmente, com tanto que não seja um mero prazer carnal); depois vemos o início de sua vida adulta, em uma lembrança mais para frente do filme acompanharemos o assassinato do pai, a briga com a mãe e sua coroação definitiva como Imperador. Assistimos também à suas maiores batalhas e conquistas, seu casamento, suas relações com as esposas e o amante, Heféstion, seus medos e problemas em relação a todo o poder que conquistou. Em paralelo à sua história podemos descobrir um pouco sobre sua mãe, Olímpia de Épiro, uma mulher arrogante e vingativa, que dizia a todos que Alexandre era filho de Zeus. Amargurada por Filipe II, pai de Alexandre, ter se casado com outra mulher, ela foi ligada por vários historiadores como mandante da morte do marido para que seu filho pudesse se tornar o imperador, mandou matar ainda a esposa de Filipe e seus dois filho. A quem diga que ela manteve um forte relacionamento incestuoso com Alexandre, o qual ela acreditava e dizia ser a personificação de um Deus, havia quem acreditasse que o rapaz era filho de Dionísiso, o qual Olímpia venereva.


Stone é diretor e roteirista de uma lista invejável de filmes bem cults, dentre eles: “Salvador – O Martírio de um Povo” (1986), “Platoon” (1986), “Wall Street – Poder e Cobiça” (1987), “Nascidos em 2 de Julho” (1989), “JFK – A Pergunta que Não quer Calar” (1991), “Assassinos por Natureza” (1994), “Nixon” (1995) e “Um Domingo Qualquer” (1999), ele venceu 3 Oscar e foi indicado para mais 7, e não, “Alexandre” não está entre esses filmes, por um simples motivo: é um filme de qualidade muito, mas muito baixa. Historicamente falando pode até ser algo positivo, sua fotografia e a edição das cenas de guerra também são boas, mas é apenas isso que vale a pena no filme todo, nem mesmo a trilha sonora do filme, composta por Vangelis (que também compôs para o filme “Carruagens de Fogo” de 1981, pelo qual ganhou um Oscar) é merecedora da magnitude de Alexandre.


Existem atores que, sabe-se Deus por que, nós simpatizamos, Colin Farrell e Jonathan Rhys Meyers são dois dos que eu simpatizo. Não sei se é por que eles são irlandeses, e de lá vieram alguns bons nomes da indústria cinematográfica ou porque vejo neles dois ótimos atores em potencial, e realmente eles mostram ser isso mesmo, mas não nesse filme. Farrell interpreta Alexandre, no filme é mais ou menos tudo aquilo o que se espera da personagem histórica, existem momento em que o ator é excelente, mas são muito raros, e na maior parte do filme ele é muito fraco. Meyers é um dos oficiais do Imperador, Cassander, um homem que faz de tudo pelo poder e passa por cima de todos por sua ganância, o ator consegue um ou outro momento de boa interpretação, mas só não é de todo ruim por que aparece pouco. Angelina Jolie está em uma de suas atuações mais deprimentes, Olímpia é uma das personagens mais ricas (em termos técnicos) da trama, isso se não for a mais rica, a atriz podia explorá-la de forma magnífica e ter uma de suas maiores atuações, mas o que ela faz aqui é péssimo, nem mesmo as grandes cenas de discussões com seu filho salvam Jolie. O resto do elenco segue essa linha: grandes personagens, pouca qualidade nos atores. Quem salva o filme são os hiper veteranos Anthony Hopkins e Chistopher Plummer, respectivamente o velho Ptolomeu e o filósofo Aristóteles, o problema de ambos é que eles aparecem pouco, mas o pouco que fazem chega a nos arrepiar pela veracidade aparente desses mestres da sétima arte, por que eles estão aqui eu realmente não sei.


            Em sua tentativa de mostrar várias conquistas estendendo-se em cenas de batalhas, “Alexandre” se torna um filme frustrado sobre a vida de um dos homens mais admiráveis da história. Um homem que conquistou todas as suas ambições, teve tudo o que sonhou, conquistou o maior império do mundo, deixou herdeiros, disseminou e misturou culturas maravilhosas, tornou-se o homem mais poderoso de seu tempo, e conquistou literalmente a glória eterna: até hoje, quase dois milênios e meio depois de tudo o que fez, seu nome ainda é associado à sua figura poderosa de um inconfundível líder. Alexandre foi excepcional em tudo o que fez, obteve êxito em todas as suas tentativas de conquistar territórios e nunca foi totalmente derrotado, se há nomes que o Alexandre desse filme não pode receber é de Alexandre, o Magno, ou Alexandre da Macedônia, muito menos Alexandre, o Grande.

Colin Farrell caracterizado como Alexandre,
e a representação mais famosa do imperador.
ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
 http://www.youtube.com/user/projeto399filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: