Sim, isso é uma comédia, mas estamos
falando de Martin Scorsese, em uma fase pra lá de animada, portanto o que
prevalece é a completa comédia negra. Deliciosamente macabro!
Nota: 8,3
Título Original: After Hours
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Griffin Dunne, Rosanna Arquette,
Verna Bloom, Tommy Chong, Linda Fiorentino, Teri Garr, John Heatd
Produção: Robert F. Colesberry, Griffin Dunne, Amy Robinson e Deborah
Schindler
Roteiro: Joseph Minion
Ano: 1985
Duração: 97 min.
Gênero: Comédia
Paul está satisfeito com sua simples
vida, em uma bela noite ele conhece Marcy em um bar qualquer. A garota loira e
simpática, o convida, então para conhecer uma amiga que faz esculturas para
servirem de peso para papel. Paul pega o número de Marcy e quando chega em casa
liga para ela, a jovem o chama para ir até seu apartamento, o problema é que
Paul aceita e vai. Só para começar, o rapaz tem apenas vinte dólares, os quais
voam pela janela do taxi. Bom, daqui para frente a noite de Paul será imprevisível,
detestável, perigosa e inesquecível.
Scorsese, volto a dizer pela quarta ou
quinta vez, é um dos melhores diretores de sua época. Confesso que quando meu
pai disse que passaria um filme dele na televisão logo me animei para uma
daquelas bombásticas histórias repletas de assassinos, violência e sacanagem.
Bom, não que nesse filme não exista tudo isso, existe, mas Martin trata tudo
com muita ironia e sempre de forma escrachante e engraçada. Como dizia, eis que
sento no sofá e vejo que o filme mais parece uma comédia de sessão da tarde que
qualquer outra coisa, “mas muito bem, é um Scorsese”, eu disse a mim mesmo,
“vamos em frente”. E não é que realmente o cara faz todo jus à sua fama? Nesse
filme vemos claramente seu estilo sarcástico e negro de ser, como o filme todo
se passa durante uma noite, tudo parece escuro, principalmente o futuro do
protagonista. A idéia de fazer a história em Nova York, onde acontece a maior
parte dos filmes do mestre, é fantástica, já que a capital do mundo é conhecida
como a cidade que nunca dorme. Durante todo o filme pensei, “que trilha sonora
fantástica, parece Howard Shore, mas acho que 1985 é cedo para ele estar em um
filme de Martin Scorsese”, pois não é que a divertidíssima trilha sonora é do
próprio Shore? Sempre excelente e com a química inigualável com Martin, ele faz
seu trabalho com muita competência, como de costume.
Griffin Dunne, que havia atuado até
então em filmes como “Uma Janela Para o Céu” (1975), “O Fã - Obsessão Cega”
(1981) e “Um Lobisomem Americano em Londres” (1981), vive o coitado Paul, um
jovem rapaz que deseja apenas se divertir, mas vê a ruína de sua vida em uma
noite que deveria ser pra lá de agradável. Dunne é um ótimo comediante, e
consegue nos transmitir os anseios e desejos de sua personagem como poucos
comediantes fazem. Com uma vasta carreira em filmes e séries para televisão,
Rosanna Arquette é a confusa Marcy, uma bela mulher que enfrenta dezenas de
problemas ao mesmo tempo e não consegue decidir que vida deseja realmente
levar. A bela Linda Fiorentino é a escultora Kiki Bridges, mais uma personagem
repleta de obscuridade e uma vida regada a coisas estranhas.
Comédias geralmente não me atraem,
entretanto o que se faz nesse filme é semelhante com o que foi feito em 1992
com o ótimo “A Morte Lhe Cai Bem”. Em ambos os filmes a comédia se torna algo
muito mais saboroso e palpável por ser algo bem mais real, ou seja, trata-se de
problemas da vida com mais naturalidade e nos faz rir de situações totalmente
desagradáveis ou loucas, simplesmente por tratar tudo da forma mais irônica
possível. Mais um grande filme de Martin Scorsese, que respeita seu estilo
obscuro, sarcástico e, claro, muito bem feito.
ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
http://www.youtube.com/user/projeto399filmes
E CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK:
Nenhum comentário:
Postar um comentário