O maior filme de suspense/thriller
psicológico/terror de todos os tempos. Uma verdadeira obra da Sétima Arte.
Nota: DEZ
Título Original: The Silence of the
Lambs
Direção: Jonathan Demme
Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopins, Anthony Heald, Frankie Faison,
Stuart Rudin, Diane Baker, Roger Corman,
Produção: Ron Bozman, Edward Saxon, Keneth Utt
Roteiro: Ted Tally e Thomas Harris (romance)
Ano: 1991
Duração: 118 min.
Gênero: Drama / Thriller
Aviso: antes de ler qualquer comentário
sobre esse filme, acho bom esclarecer as ordens em que os longas sobre Hannibal
Lecter foram lançados e a ordem cronológica:
Em ordem de lançamento: “O Silêncio dos
Inocentes” (1991), “Hannibal” (2001), “Dragão Vermelho” (2004) e “Hannibal – A
Origem do Mal” (2007).
Em ordem cronológica: “Hannibal – A
Origem do Mal”, “Dragão Vermelho”, “O Silêncio dos Inocentes” e “Hannibal”.
A ordem respeitada no blog será a cronológica.
A ordem respeitada no blog será a cronológica.
Clarice Starling está quase se formando
na academia do FBI, formada em psicologia, é destinada para conversar com o
assassino em série Hannibal Lecter para tentar arrancar dele alguma informação
relevante sobre o caso “Buffalo Bill” – Lecter não possui nada com o caso, mas
sua inteligência e perspicácia mostram que ele é o único que pode ajudar o FBI.
“Buffalo Bill, por sua vez, é um
assassino em série que mata mulheres e tira pedaços de suas peles, como se não
bastasse o alto número de suas vítimas, ele sequestra a filha de uma senadora.
Agora, o estado está disposto a negociar com Lecter para ter sua ajuda no caso,
entretanto, o canibal enxerga ai a oportunidade de voltar a sua vida normal.
Esse foi o primeiro filme a ser lançado
sobre o assassino Hannibal Lecter, causou tanto frisson no mundo todo que logo
foi aceito pelo público, pela crítica – vencendo prêmios importantes como dos
críticos de Boston, de Chicago, do Kansas e de Nova York – e pelos próprios
colegas – venceu os Sindicatos dos Produtores, Diretores e Roteiristas; além disso,
é um dos únicos filmes - ao lado de “Um Estranho no Ninho” (1975) e “Aconteceu
Naquela Noite” (1934) – da história do cinema a vencer os cinco principais
prêmios do Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor
ator (Anthony Hopkins) e melhor atriz (Jodie Foster). A febre pelo longa foi
tanta que a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América o considera
culturalmente, historicamente e esteticamente importante para a humanidade.
Também não é para menos, não há um momento do filme em que o roteiro se perca,
bem como, não há uma cena que não seja totalmente detalhista e bem pensada,
tanto Jonathan Demme – conhecido por “Filadélfia” (1993) e “Sob o Domínio do
Mal” (2004) – quanto sua equipe técnica estão incríveis. Tak Fujimoto, o
diretor de fotografia de “Terra de Ninguém” (1973), faz cada cena ampla
(aquelas realizadas em exteriores) ficarem magníficas, assim como transforma o
esconderijo de Buffalo Bill em uma casa escura, mas com a iluminação necessária
para não nos perdermos, acrescente a isso, tudo envolvendo uma tal cena em que
dois homens são assassinados e um deles é preso, suspenso, em uma cela, é
inacreditavelmente belo. Craig McKay, o editor da clássica série televisiva
“Holocausto” (1978), é o responsável por uma montagem cheia de detalhes que não
deixa nada ficar em branco, ou seja, sem nenhum furo entre uma cena ou outra.
Por fim, e, talvez, o mais importante para essa produção, Howard Shore, compositor
da trilogia “O Senhor dos Anéis”, traz a trilha mais inimaginável e perfeita
para cada cena do filme. Curiosamente, os três homens citados a cima
participaram, ao lado de Demme, do longa “Filadélfia”. Na imagem a seguir está
uma análise sobre o pôster oficial do filme: na mariposa vemos uma caveira,
caveira essa, composta por sete corpos de mulheres nuas (no detalhe), essa
pintura (da caveira feita de mulheres) é uma obra de Salvador Dalí (1904 –
1989), alguns acreditam que ela simboliza as sete mulheres vítimas de “Buffalo
Bill”, é bom lembrar que o número sete é, também, um número místico, rodeado de
histórias e lendas. Dalí não pintou a obra com o intuito de que ela fosse parar no pôster do
filme.
Aqui, Anthony Hopkins vivia, pela
primeira vez, o assassino em série Hannibal Lecter, é nesse filme, também, que
começamos a perceber o quanto o canibal é louco e como suas manias são
atenuantes durante cada uma das tramas. Em uma cena protagonizada por Jodie
Foster ela comenta o fato de Lecter não poder ser grosseiro com ela e não
querer fazer mal a ela, nesse momento vemos a contradição do assassino e, mais,
vemos a forma psicótica com a qual ele criou seu próprio mundo de ilusões,
desejos e acontecimentos, como qualquer outro homem perturbado pelos fatos de
seu passado. Jodie Foster é Clarice Starling, uma jovem que ainda é estagiária
no FBI, sendo assim, é sua primeira vez interrogando alguém como Hannibal e seu
primeiro grande caso, o medo e pavor da personagem destacados pelas feições da
atriz se contrapõe em relação a inteligência e coragem da mesma, pois, mesmo temendo
ao que irá encontrar na casa de “Buffalo Bill” ou das coisas que lhe
acontecerão caso seja manipulada pela mente fértil de Lecter, Starling
permanece forte, sem deixar a peteca cair em nenhum momento. Apesar de o elenco
ser ótimo e ser muito forte, o único que se destaca, ao lado do brilhantismo de
Hopkins e Foster, é Ted Lavine, que vive “Buffalo Bill”, seu personagem é um
homem com dúvidas quanto a sua sexualidade, mas que insiste em bater na tecla
de ser um travesti, entretanto, falar ou afirmar qualquer coisa a respeito de
“Bill” é algo muito difícil, pois sua personalidade e suas atitudes são
essências para o suspense do filme, dessa forma, me calo dizendo que sua
interpretação é excelente.
O interessante nos filmes de Hannibal
Lecter é que sabemos quem são os criminosos ou o que as personagens querem, não
há necessidade de apelar para esconder o assassino, afinal, é nesse fato de o
espectador saber quem são os culpados que torna esse filme tão bom: queremos
saber o que acontecerá com eles, pois, de uma forma ou outra, nos afeiçoamos ao
pior tipo de gente que há na terra. Nesse contexto, não saber o próximo passo
de Hannibal é algo sensacional, pois, mesmo tento a certeza de que ele
permanecerá vivo e conseguirá fugir – isso é, para os que já leram algo sobre o
quarto filme da série ( “Hannibal” ) -, não sabemos como ele fará isso ou
aquilo, não sabemos, ainda, quais serão os próximos passos tomados pela agente
Starling que, mais que tudo na vida, está disposta a vencer seus medos para
prender o assassino procurado pelo FBI. Não há como não analisar, ao menos um
pouco, o título do longa, em tradução livre “The Silence of the Lambs” seria “O
Silêncio dos Cordeiros”, cordeiros esses, seres totalmente inocentes (inclusive
pelos arquivos da Bíblia Cristã) que assolam os sonhos de Starling por alguns
problemas em sua infância. Mesmo que o título em português não siga a tradução
correta, o título em inglês é uma metáfora, pois as jovens mortas no filme são
todas inocentes, bem como a agente Starling e, até mesmo, Hannibal. Ou será que
Lecter também está por trás desse mistério? Questões como quem é realmente
inocente ou culpado acabam sendo feitas durante o longa. Mas quem, no mundo
todo, é totalmente culpado de algo? Quem, na face da terra, é tão bom e puro para
permanecer em silêncio e se tornar um completo inocente?
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