sábado, 26 de janeiro de 2013

121. O SILÊNCIO DOS INOCENTES, de Jonathan Demme


O maior filme de suspense/thriller psicológico/terror de todos os tempos. Uma verdadeira obra da Sétima Arte.
Nota: DEZ


Título Original: The Silence of the Lambs
Direção: Jonathan Demme
Elenco: Jodie Foster, Anthony Hopins, Anthony Heald, Frankie Faison, Stuart Rudin, Diane Baker, Roger Corman,
Produção: Ron Bozman, Edward Saxon, Keneth Utt
Roteiro: Ted Tally e Thomas Harris (romance)
Ano: 1991
Duração: 118 min.
Gênero: Drama / Thriller

Aviso: antes de ler qualquer comentário sobre esse filme, acho bom esclarecer as ordens em que os longas sobre Hannibal Lecter foram lançados e a ordem cronológica:
Em ordem de lançamento: “O Silêncio dos Inocentes” (1991), “Hannibal” (2001), “Dragão Vermelho” (2004) e “Hannibal – A Origem do Mal” (2007).
Em ordem cronológica: “Hannibal – A Origem do Mal”, “Dragão Vermelho”, “O Silêncio dos Inocentes” e “Hannibal”.
A ordem respeitada no blog será a cronológica.


Clarice Starling está quase se formando na academia do FBI, formada em psicologia, é destinada para conversar com o assassino em série Hannibal Lecter para tentar arrancar dele alguma informação relevante sobre o caso “Buffalo Bill” – Lecter não possui nada com o caso, mas sua inteligência e perspicácia mostram que ele é o único que pode ajudar o FBI. “Buffalo Bill, por sua vez,  é um assassino em série que mata mulheres e tira pedaços de suas peles, como se não bastasse o alto número de suas vítimas, ele sequestra a filha de uma senadora. Agora, o estado está disposto a negociar com Lecter para ter sua ajuda no caso, entretanto, o canibal enxerga ai a oportunidade de voltar a sua vida normal.



Esse foi o primeiro filme a ser lançado sobre o assassino Hannibal Lecter, causou tanto frisson no mundo todo que logo foi aceito pelo público, pela crítica – vencendo prêmios importantes como dos críticos de Boston, de Chicago, do Kansas e de Nova York – e pelos próprios colegas – venceu os Sindicatos dos Produtores, Diretores e Roteiristas; além disso, é um dos únicos filmes - ao lado de “Um Estranho no Ninho” (1975) e “Aconteceu Naquela Noite” (1934) – da história do cinema a vencer os cinco principais prêmios do Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor ator (Anthony Hopkins) e melhor atriz (Jodie Foster). A febre pelo longa foi tanta que a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América o considera culturalmente, historicamente e esteticamente importante para a humanidade. Também não é para menos, não há um momento do filme em que o roteiro se perca, bem como, não há uma cena que não seja totalmente detalhista e bem pensada, tanto Jonathan Demme – conhecido por “Filadélfia” (1993) e “Sob o Domínio do Mal” (2004) – quanto sua equipe técnica estão incríveis. Tak Fujimoto, o diretor de fotografia de “Terra de Ninguém” (1973), faz cada cena ampla (aquelas realizadas em exteriores) ficarem magníficas, assim como transforma o esconderijo de Buffalo Bill em uma casa escura, mas com a iluminação necessária para não nos perdermos, acrescente a isso, tudo envolvendo uma tal cena em que dois homens são assassinados e um deles é preso, suspenso, em uma cela, é inacreditavelmente belo. Craig McKay, o editor da clássica série televisiva “Holocausto” (1978), é o responsável por uma montagem cheia de detalhes que não deixa nada ficar em branco, ou seja, sem nenhum furo entre uma cena ou outra. Por fim, e, talvez, o mais importante para essa produção, Howard Shore, compositor da trilogia “O Senhor dos Anéis”, traz a trilha mais inimaginável e perfeita para cada cena do filme. Curiosamente, os três homens citados a cima participaram, ao lado de Demme, do longa “Filadélfia”. Na imagem a seguir está uma análise sobre o pôster oficial do filme: na mariposa vemos uma caveira, caveira essa, composta por sete corpos de mulheres nuas (no detalhe), essa pintura (da caveira feita de mulheres) é uma obra de Salvador Dalí (1904 – 1989), alguns acreditam que ela simboliza as sete mulheres vítimas de “Buffalo Bill”, é bom lembrar que o número sete é, também, um número místico, rodeado de histórias e lendas. Dalí não pintou a obra com o  intuito de que ela fosse parar no pôster do filme.



Aqui, Anthony Hopkins vivia, pela primeira vez, o assassino em série Hannibal Lecter, é nesse filme, também, que começamos a perceber o quanto o canibal é louco e como suas manias são atenuantes durante cada uma das tramas. Em uma cena protagonizada por Jodie Foster ela comenta o fato de Lecter não poder ser grosseiro com ela e não querer fazer mal a ela, nesse momento vemos a contradição do assassino e, mais, vemos a forma psicótica com a qual ele criou seu próprio mundo de ilusões, desejos e acontecimentos, como qualquer outro homem perturbado pelos fatos de seu passado. Jodie Foster é Clarice Starling, uma jovem que ainda é estagiária no FBI, sendo assim, é sua primeira vez interrogando alguém como Hannibal e seu primeiro grande caso, o medo e pavor da personagem destacados pelas feições da atriz se contrapõe em relação a inteligência e coragem da mesma, pois, mesmo temendo ao que irá encontrar na casa de “Buffalo Bill” ou das coisas que lhe acontecerão caso seja manipulada pela mente fértil de Lecter, Starling permanece forte, sem deixar a peteca cair em nenhum momento. Apesar de o elenco ser ótimo e ser muito forte, o único que se destaca, ao lado do brilhantismo de Hopkins e Foster, é Ted Lavine, que vive “Buffalo Bill”, seu personagem é um homem com dúvidas quanto a sua sexualidade, mas que insiste em bater na tecla de ser um travesti, entretanto, falar ou afirmar qualquer coisa a respeito de “Bill” é algo muito difícil, pois sua personalidade e suas atitudes são essências para o suspense do filme, dessa forma, me calo dizendo que sua interpretação é excelente.


O interessante nos filmes de Hannibal Lecter é que sabemos quem são os criminosos ou o que as personagens querem, não há necessidade de apelar para esconder o assassino, afinal, é nesse fato de o espectador saber quem são os culpados que torna esse filme tão bom: queremos saber o que acontecerá com eles, pois, de uma forma ou outra, nos afeiçoamos ao pior tipo de gente que há na terra. Nesse contexto, não saber o próximo passo de Hannibal é algo sensacional, pois, mesmo tento a certeza de que ele permanecerá vivo e conseguirá fugir – isso é, para os que já leram algo sobre o quarto filme da série ( “Hannibal” ) -, não sabemos como ele fará isso ou aquilo, não sabemos, ainda, quais serão os próximos passos tomados pela agente Starling que, mais que tudo na vida, está disposta a vencer seus medos para prender o assassino procurado pelo FBI. Não há como não analisar, ao menos um pouco, o título do longa, em tradução livre “The Silence of the Lambs” seria “O Silêncio dos Cordeiros”, cordeiros esses, seres totalmente inocentes (inclusive pelos arquivos da Bíblia Cristã) que assolam os sonhos de Starling por alguns problemas em sua infância. Mesmo que o título em português não siga a tradução correta, o título em inglês é uma metáfora, pois as jovens mortas no filme são todas inocentes, bem como a agente Starling e, até mesmo, Hannibal. Ou será que Lecter também está por trás desse mistério? Questões como quem é realmente inocente ou culpado acabam sendo feitas durante o longa. Mas quem, no mundo todo, é totalmente culpado de algo? Quem, na face da terra, é tão bom e puro para permanecer em silêncio e se tornar um completo inocente?



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