segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

117. (ESPECIAL OSCAR 2013) HITCHOCOCK, de Sacha Gervasi

(CONFIRA OS VENCEDORES DO SINDICATO DOS ATORES)
A história de um dos maiores momentos do maior casal da Sétima Arte: as filmagens de “Psicose”, o grande filme de Alfred Hitchcock e Alma Reville.
Nota: 9,0


Título Original: Hitchcock
Direção: Sacha Gervasi
Elenco: Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Tony Collette, Jessica Biel, James D’Darcy, Danny Huston, Michael Stuhlbarg, Michael Wincott
Produção: Alan Barnette, Joe Medjuck, Tom Pollock, Ivan Reitman, Tom Thayer
Gênero: John J. McLaughlin e Stephen Rebello (livro “Alfred Hitchcock ant the Making of Psycho)
Ano: 2012
Duração: 98 min.
Gênero: Biografia / Drama / Comédia

Alfred Joseph Hithcock nasceu em 1899 na capital inglesa, Londres. Seu pai era dono de uma mercearia, e o disciplinava excêntricamente. Aos 24 anos, Hicth – como era conhecido entre os colegas – teve seu primeiro trabalho como co-diretor de um filme em sua terra natal. Durante seus trabalhos para a Famous Players-Lasky Company, o diretor conheceu Alma Reville, grande fã de cinema que já trabalhava na área desde os 16 anos. Ainda com 24 anos, o jovem declarou-se para Alma e eles ficaram noivos – casaram-se dois anos depois. Em 1925, foi dada a Hithcock a chance de dirigir seu primeiro longa “The Ploeasure Garden”, em 1927 estreou com “O Inquilino”, daí por diante, ele entrou para o mundo do suspense no cinema e não saiu mais. Ainda na Inglaterra, seu maior sucesso foi “A Dama Oculta” (1938), sua fase inglesa durou dez anos.

Anthony Hopkins e Alfred Hitchcock

Alma Reville e Helen Mirren

Em 1939, Alfred e Alma mudaram-se para Os EUA, logo de cara, seu primeiro filme “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940) já foi um sucesso, depois vieram “Suspeita” (1941), “A Sombra de uma Dúvida” (1943), “Festim Diabólico” (1948), “Pacto Sinistro” (1951), “Disque M Para Matar” (1954), “Janela Indiscreta” (1954) e “Ladrão de Casaca” (1955) – os três protagonizados pela maior estrela loira de Hitch, Grace Kelly -, “O Homem que Sabia Demais” (1956), “Um Corpo que Cai” (1958) e “Intriga Internacional” (1959). Seus últimos anos como diretor foram marcados por “Trama Macabra” (1976), “Frenesi” (1972), “Topázio” (1969), “Marnie, Confissões de uma Ladra” (1964), “Os Pássaros” (1963) e, o maior filme da carreira do diretor – e o maior filme de terror/suspense/thriller da história do cinema - “Psicose” (1960).

Janet Leigh e Scarlett Johansson

No início do ano de 1960, qualquer americano que procurasse pelas livrarias do país o livro “Psicose”, de Robert Bloch, não o encontraria. Isso, por que o diretor Alfred Hitchcock havia comprado anonimamente os direitos da obra e comprado todas as cópias disponíveis no mercado para que ninguém soubesse o desfecho de sua nova trama. Hitch contou uma história fajuta para seu próximo filme, fez seu elenco e produção jurar que não falaria sobre a produção com outras pessoas e começou a filmar. Para o elenco principal foram escolhidos Janet Leigh, Anthony Perkins, Vera Milles e John Gavin. Na história, Marion (Leigh), roubava 40 mil dólares de seu patrão e fugia ao encontro de seu amante, mas, no meio do caminho sumia, o amante e a irmã, iam, então a sua procura. O filme, gravado em preto e branco para amenizar as cenas “ensanguentadas”, foi um sucesso de público (faturando mais de 50 milhões de dólares) e de crítica. A cena do chuveiro, na qual Marion é assassinada, tornou-se uma referência, e a trilha sonora de Bernard Herrmann ganhou o mundo. Dalí por diante, Alfred Hitchcock passou a ser conhecido como o maior mestre do suspense que já existiu no cinema. 

Jessica Biel e Vera Miles

James D'Darcy e Anthony Perkins

No filme “Hitchcock”, Alfred Hitchcock está com 60 anos, acaba de lançar seu grande filme “Intriga Internacional”, mas agora está desesperado para ter seu nome vinculado em outra grande produção. Ao ler “Psicose” o diretor resolve que aquele será seu próximo longa. Entretanto, Hitch começa a enfrentar problemas com a distribuidora (Paramout Pictures), que desejava um filme tão grandioso quanto “Intriga” (distribuído pela MGM) e com a censura, que insiste que a cena do chuveiro seja cordada. Como se não bastasse, Alfred enfrenta problemas com sua esposa, Alma, a única pessoa que o ajudava incansavelmente, seu grande amor e a maior parceira que um homem em sua posição poderia ter.


Alma Reville foi uma das mulheres mais importante do cinema, isso, por que, mesmo que seu nome não fosse divulgado como “co-diretora” em nenhum filme (aparecendo apenas nos créditos do roteiro), foi ela o maior suporte para que Alfred não caísse e pudesse apresentar ao mundo seus maiores filmes. Além dela, entretanto, não podemos esquecer as diversas loiras de Alfred Hitchcock: Tippi Hedren (atriz que sofreu com a famosa cena de “Os Pássaros sendo picada por animais de verdade), Kim Novak (substituta de Vera Milles em “Um Corpo que Cai” – fator também discutido em “Hitchcock, afinal, Milles deixou o projeto por estar grávida, o que deixou o diretor desolado), Ingrid Bergman (a durona sueca que abandonou Hitch pelo diretor Roberto Rosselini), Doris Day (que sofria pela frieza e desprezo do diretor), Anne Baxter (que desconfiava não ser o suficiente), Joan Fontaine (protagonista de “Rebecca”, foi a única a vencer o Oscar de Melhor Atriz trabalhando com Alfred), Janet Leigh (que sofreu com a filmagem da cena no chuveiro em “Psicose”), Eva Marie Saint (protagonista da inesquecível cena no Monte Rushmore em “Intriga Internacional”) e, o maior ícone de beleza da história do cinema, a maior musa de Hitch, Grace Kelly (segundo o diretor, Kelly “exalava sexo, mesmo tendo porte de dama”, não é a toa que ficou conhecida como “o vulcão coberto de neve”, essa obsessão de Alfred pela loira é abordada de forma discreta no filme, mas fica bem claro o quanto ele a desejava sexualmente – dizem que ela chegou a fazer sessões de stripteases exclusivas para o diretor). Segundo o próprio gênio “Loiras fazem as melhores vítimas. Elas são como neve virgem, que mostra as sangrentas pegadas”. Além de Alma e dessas loiras, entretanto, ainda havia Edith Head, uma das grandes figurinistas que trabalhou com o diretor, seu nome sequer é falado durante o longa. Não posso deixar de destacar a merecida indicação do longa ao Oscar 2013: Melhor Maquiagem e Penteado para Howard Berger, Peter Montagna e Martin Samuel, apesar de Anthony Hopkins não ter absolutamente nada parecido com o cineasta, a caracterização ficou impecável, Helen Mirren, entretanto, que interpreta a esposa Alma, não teve tanto sucesso, todavia, os penteados de todas as mulheres estão incríveis e deixaram cada uma delas, ao menos um pouco, semelhantes as suas reais personagens. Além disso, a trilha sonora de Danny Elfman é um primor, misturando músicas irônicas, como o humor do diretor, dramáticas, como foram alguns momentos de sua vida real, e de suspense, como os próprios filmes do gênio.


Anthony Hopkins é, irreconhecivelmente, Alfred Hitchcock, e não são apenas as iniciais de seus nomes que são idênticas: Hopkins está inacreditavelmente perfeito no papel, não que duvidasse do ator, inclusive, acreditei, logo de início que seu trabalho seria agraciado com ao menos a indicação ao Oscar, mas tudo o que o ator faz aqui é incrível: a voz está idêntica, a forma como se move e, sobretudo, a postura, os gestos e as manias que vemos no diretor nos “making off” que encontramos nos DVD’s de seus longas. Helen Mirren da vida a outra parte de Hitch, a inseparável Alma, uma mulher forte, destemida que ama tanto o marido a ponto de suportar seu ciúme e suas insinuações, na grande cena de Mirren, ela desabafa mostrando o quanto Alfred precisa dela, um dos maiores momentos do ano em interpretações. Para se ter uma idéia de como o elenco do filme é ótimo, até mesmo Scarlatt Johansson e Jessica Biel estão bem no longa, elas são as irmãs Crane, Marion e Lila que foram interpretadas, em “Psicose”, por Janet Leigh e Vera Milles, apesar de nenhuma ter alguma coisa física parecida com as personagens, ambas nos entregam interpretações singelas que deixam claro a idolatria por Hitch (no caso de Johansson, pois Leigh era a nova queridinha do cineasta) e desprezo (no caso de Milles, que se decepcionou com o diretor por ele tê-la esnobado e passado a desprezá-la também quando teve de deixar um filme por sua gravidez repentina). Se Johansson e Biel não tem nada de suas personagens, sobram semelhanças entre James D’Arcy e Anthony Perkins (o inesquecível Norman Bates), no entanto, sua aparição no filme é tão rara que se torna algo invisível.


O maior problema do longa, portanto, o que pode ter desagradado um pouco os críticos, é a forma como nos apresentam o humor de Hitchcock durante o período pós e durante as gravações de “Psicose”, é como se o homem só fosse capaz de nos trazer cada obra sua quando sua vida pessoal está um inferno e quando sua mente está perturbada a ponto de ter alucinações sobre diversas coisas. Após as filmagens, ele volta ao seu perfeito relacionamento com Alma, chegando a confessar que, de todas as loiras com quem já trabalhou, a mais bela foi sua esposa.  Em seu desfecho arrepiante, “Hitchcock” nos apresenta uma sutileza ímpar, tal qual o próprio diretor, somos tomados pela fúria da ironia e nos sentimos como se estivéssemos há 50 anos, loucos pelo próximo grande filme do maior diretor da história do cinema. Admito, um corvo nunca representou tanto em uma cinebiografia!



VENCEDORES SCREEN ACTORS GUILD AWARDS 2013

FILME:
Melhor Elenco: “Argo”
Melhor Ator: Daniel Day-Lewis – “Lincoln”
Melhor Atriz: Jennifer Lawrence – “O Lado Bom da Vida”
Melhor Ator Coadjuvante: Tommy Lee Jones – “Lincoln”
Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway – “Os Miseráveis”
Comentários: A única surpresa é Jennifer Lawrence, mas uma surpresa extremamente agradável e merecida. Quanto a “Argo”, confesso que já estou cansado de ver as feições de surpresa de Ben Affleck quando seu filme ganha qualquer prêmio, tudo bem, ele não foi indicado ao Oscar por seu trabalho como diretor, mas isso não quer dizer absolutamente nada a respeito de seu filme. Entretanto, vencendo, também o prêmio do Sindicato dos Produtores como melhor filme, se torna o maior concorrente na disputa pelo Oscar na mesma categoria. É engraçado ver "Lincoln" levando dois dos principais prêmios da noite e não recebendo o principal.


TELEVISÃO:
Melhor Elenco Série Drama: “Downton Abbey”
Melhor Ator Série Drama: Bryan Cranston – “Breaking Bad”
Melhor Atriz Série Drama: Claire Danes – “Homeland”
Melhor Elenco Série Comédia: “Modern Family”
Melhor Ator Série Comédia: Alec Baldwin – “30 Rock”
Melhor Atriz Série Comédia: Tina Fey – “30 Rock”
Melhor Ator Telefilme ou Minissérie: Kevin Costner – “Hatfields & McCoy
Melhor Atriz Telefilme ou Minissérie: Julianne Moore – “Game Change”
Comentários: Para mim, Cranston foi uma surpresa, confesso que não conheço a série. Claire Danes era esperada, bem como Baldwin e Fey, afinal, essa foi a última temporada de “30 Rock”. Costner e Moore também não foram surpresas. Mas a maior surpresa da noite, e o que me deixou mais feliz foi a vitória de “Downton Abbey”, que possui o melhor elenco do ano, definitivamente, na melhor série de 2012.
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