O segundo consegue ser ainda pior que o
imaginável.
Nota: 6,0
Título Original: The Twilight Saga: New Moon
Direção: Chris Weitz
Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Billy Burke,
Anna Kendrick, Peter Facinelli, Michael Sheen, Dakota Fanning, Jackson
Rathbone, Ashley Greene, Justin Chon
Produção: Wyck Godfrey e Karen Rosenfelt
Roteiro: Melissa Rosenberg e Stephenie
Meyer (romance)
Ano: 2009
Duração: 130 min.
Gênero: Romance / Fantasia
Ao perceber o quanto é perigoso
permanecer ao lado de sua amada mortal Bella Swan, o vampiro Edward Cullen
resolve simplesmente deixá-la e desaparecer no mundo. É claro que a jovem
apaixonada entra em uma profunda depressão e tenta, por várias vezes e formas
mais idiotas e ridículas possíveis, ficar em perigo para ver se o grande amor
de sua vida vem ajudá-la, entretanto, parece que Edward está disposta a viver
sua imortalidade bem longe de Bella. Nesse contexto, o amiguinho de Bella, Jacob,
acaba voltando para a vida da garota, mas agora mais belo, forte e másculo,
fazendo com que os sentimentos da garota sejam confundidos.
Para que se situe melhor, caro leitor,
sou obrigado a lhe aconselhar que assista a adaptação do primeiro livro da série,
“Crepúsculo” (2008), dessa forma, não será tão deprimente e algumas coisas
poderão ser um pouco mais claras durante a história e o desenrolar do filme. É
inacreditável, mas dois trabalhos dirigidos por Chris Weitz, dentre seus sete
títulos, são, simplesmente, ótimos, são eles: “Um Grande Garoto” (2002) e “Uma
Vida Melhor” (2011). Talvez, para compensar esses filmes – que, aliás, são
extremamente reflexivos e trazem problemas e aspectos reais da vida -, Weitz
dirigiu dois longas que são, sem mais delongas, o retrato do fracasso, “A
Bússola de Ouro” (2007) e, obviamente, “Lua Nova”, e talvez seja exatamente por
isso que ele não permaneceu na série, afinal, ele é um bom diretor, mas que
aceitou trabalhos errados: uma adaptação péssima e uma história sem sentido
algum. Inacreditavelmente, Melissa Rosenberg, indicada três vezes aos prêmios
Emmy, é a roteirista desse filme – e de todos os outros da série -, digo isso,
pelo fato de ela conseguir a façanha de deixar a adaptação dos livros ainda
piores, confesso que li até a metade do terceiro livro e não fui capaz de
seguir em frente.
Kristen Stewart e Robert Patinson são um
casal com o qual, particularmente, simpatizo, mas isso está longe de significar
que eles sejam bons atores. Stewart tenta ser diferente, e só por isso ela já
merece algum crédito, por menor que seja, mas ainda sim, é impossível dizer que
ela se supera ou que sua atuação é boa, por que simplesmente, não é, pleo
contrário, sua Bella possui a mesma aparência sendo triste, feliz, sensual ou
do forma que seja. Apesar da eminente química entre os atores – eles se
tornaram namorados na época e, apesar de tudo, continuam juntos até hoje -,
Patinson não passa por um vampiro em lugar nenhum do mundo, tudo bem, se ele
precisa brilhar por que isso é um pré requisito para ser um morto vivo nessa
história, não tem problema nenhum, mas um vampiro ficar com aquela cara de
imbecil que não sabe o que quer da vida, com os olhos baixos e a boca
entreaberta, é um exagero desnecessário e triste. Até entendo Dakota Fanning na
série – ela é jovem e precisa de um pouco de notícias em sua vida profissional,
que anda bem sem graça, mas, por Deus, se alguém nesse mundo souber por que um
ator de nível tão elevado como Michael Sheen resolveu aceitar um papel nesse
filme, me avisem, pois, apesar de ele ser cômico e quase conseguir chegar
naquele tipo de vampiro clássico, sem pena de ninguém e exalando luxúria, tudo
a sua volta acaba deixando até ele cansativo. Dentre todos no elenco, acredito
que os únicos que se salvam da catástrofe sejam Peter Facinelli, Carlisle
Cullen, e Elizabeth Reaser, Esme Cullen, que tem a sorte de terem personagens
serenas e de bem com a vida, mesmo sendo vampiros do bem, eles são os menos
irritantes.
Acho bom deixar claro que não desprezo a
história como um todo, até por que, quando me disseram que o filme se tratava,
basicamente, de uma jovem que se apaixonava por um vampiro, mas acabava tendo
dúvidas em relação aos seus reais desejos quando era confrontada pelo calor de
um lobisomem, fiquei empolgado e tratei logo de comprar o primeiro livro e ir
ao cinema assistir ao filme. Todavia, cresci assistindo a nomes como Drácula,
Buffy, Van Helsing e até mesmo na juventude já assisti a algumas séries
interessantes acerca do mesmo tema como “True Blood” (2008-2012) e “The
Vampires Diaries” (2009-2012), mas não posso me dar ao luxo de deixar de citar
as genialidades que vemos em filmes como “Drácula de Bram Stocker” (1992) ou
“Entrevista com o Vampiro” (1994). Enfim, apesar de ter uma enredo
interessante, Meyer se afunda em sua tentativa de reconstruir a imagem de uma
criatura fantasiosa que já está presente na mente de muitas pessoas como um ser
maldoso e que transborda luxúria, talvez falte um pouco de escuridão no
desenrolar da trama e sobre muito brilho.
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