segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

140. AMOR IMPOSSÍVEL, de Lasse Hallström

Uma agradável comédia sobre superação, com um gostinho de ironia.
Nota:  8,5


Título Original: Salmon Fishing in the Yemen
Direção: Lasse Hallström
Elenco: Ewan McGregor, Emily Blunt, Kristin Scott Thomas, Rachel Stirling, Amr Waked, Tom Mison, Conleth Hill
Produção: Paul Webster
Roteiro: Simon Beaufoy e Paul Torday (romance)
Ano: 2011
Duração: 107 min.
Gênero: Comédia / Romance

Alfred Jones é, literalmente, um Doutor em pesca que vive sua vida tranquila em um emprego público na Inglaterra. Certo dia é convidado por Harriet para liderar uma odisséia: levar dez mil salmões para o Iêmem para o esporte de pesca do Sheikh Muhammed. Logo que lê a idéia, Jones acha um absurdo, mas a seu país precisa mostrar alguma compreensão com os problemas do Oriente Médio, então decidem que Jones terá de fazer o tal serviço. Todavia, o que parecia apenas uma loucura, se mostra uma loucura incrível quando Afred e Harriet se aproximam do Sheikh e iniciam o projeto.


Dentre os vários filmes do sueco Lasse Hallström, talvez o único realmente genial seja o drama-comédia “Chocolate” (2000), com Juliette Binoche, Johnny Depp, Judi Dench e Alfred Molina, entretanto, a lista é bem grande se formos um pouco mais complacentes com o diretor, a lista aumenta e presenciamos uma carreira de filmes agradáveis e que nos trazem boas lições sobre a vida. Apesar de parecer apenas uma comédia romântica sobre um homem frustrado especialista em pesca e uma bela mulher à procura de alguém em sua vida, “Amor Impossível” é bem mais que isso. Para começar, vamos a construção de Jones: um homem realmente frustrado que já está cansando de seu casamento monótono e que gostaria de ter filhos e ser mais bem compreendido pela esposa, tendo em vista sua vida, quando se vê obrigado a aceitar o projeto dos salmões no Iêmen o abraça de forma formidável e torna aquilo sua razão de viver; Harriet é uma mulher solitária que tem uma vida profissional muito promissora, mas ainda procura por um homem com visão e que respeite suas escolhas, apesar de achar que o encontrou, ela acaba frustrada com a escolha; Muhammed é um Sheikh visionário que gostaria de romper com algumas fronteiras desnecessárias entre as tradições conservadoras de seu país e que ainda pode nos passar lições sobre fé e esperança em Deus e na humanidade; por fim, e a melhor parte, Patricia Maxwell, a assessora de imprensa do Primeiro Ministro inglês, uma mulher deplorável que só pensa em sua carreira, é aqui que temos a grande sacada do filme: a personagem é puro deboche sobre homens e mulheres que só pensam em seus trabalhos e na forma como as pessoas nesse cargo precisam se virar para manter os interesses de seus superiores.


Ewan McGregor sempre foi uma decepção para mim, entretanto, tento em vista seus últimos trabalhos, sinto o prazer de dizer que minha opinião sobre o ator vem mudando cada vez mais. Como o coitado e perdido Jones ele está incrível e nos proporciona a interpretação perfeita de um homem que faz o que ama, mas que tem uma vida frustrada, ou seja, McGregor passa exatamente o perfil do tipo de homem que está em um emprego em sua área de estudos, mas que tem sua própria paixão desprezada por muitos, e é quando se encontra profissionalmente que acaba encontrando o amor de sua vida. Emily Blunt é uma das atrizes inglesas mais promissoras de sua geração, desde sua atuação em “A Jovem Rainha Vitória” (2009) confesso que minha admiração pela atriz só vem crescendo, como Harriet ela é o retrato da jovem bem sucedida profissionalmente que teve de deixar sua vida pessoal de lado, mas ao embarcar em um projeto realmente incrível em seu trabalho, bem como acontece com Jones, ela encontra a si mesma e descobre coisas que ela não acreditava serem possíveis. Kristen Scott Thomas é a perfeita interpretação da ganância e de pessoas que só pensam no seu bem e desejam subir profissionalmente, custe o que custar, sua interpretação como Patricia Maxwell, todavia, se torna brilhante exatamente por ser um claro deboche a esse tipo de indivíduo.


Com essa sacada da crítica aos profissionais relativos ao entretenimento que fazem de tudo para que tudo de certo politicamente, “Amor Impossível” é elevado de comédia romântica a um filme inteligente e com muito a ser mostrado, além disso, os relatos das vidas de Jones e Harriet nos trazem personalidades reais que estamos acostumados a cruzar em nossa vida dia após dias. Dessa forma, apesar de um roteiro aparentemente fraco, uma direção conhecida por poucos e atores que poderiam resvalar a qualquer momento por terem personagens relativamente complexas a serem interpretadas, no final das contas, felizmente o que parecia tão impossível quanto pescar no Iêmen, se torna algo muito possível e agradável, não teoricamente, mas na prática.


VENCEDORES GLOBO DE OURO 2013
CINEMA:
Melhor Filme Drama: Argo
Melhor Filme Comédia ou Musical: Os Miseráveis
Melhor Diretor: Bem Affleck (Argo)
Melhor Ator Drama: Daniel Day-Lewis (Lincoln)
Melhor Atriz Drama: Jessica Chastain (A Hora Mais Escura)
Melhor Ator Comédia ou Musical: Hugh Jackman (Os Miseráveis)
Melhor Atriz Comédia ou Musical: Jennifer Lawrence (O Lado Bom da Vida)
Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz (Django Livre)
Melhor Atriz Coadjuvante: Anne Hathaway (Os Miseráveis)
Melhor Roteiro: Quentin Tarantino (Django Livre)
Melhor Filme Estrangeiro: Amor (Áustria)
Melhor Animação: Valente
Melhor Trilha Sonora: Michael Danna (As Aventuras de Pi)
Melhor Canção: “Skyfall” – Adele (007 – Operação Skyfall)

TELEVISÃO:
Melhor Série Drama: Homeland
Melhor Série Comédia ou Musical: Girls
Melhor Ator Série Drama: Daniel Lewis (Homeland)
Melhor Atriz Série Drama: Claire Danes (Homeland)
Melhor Ator Série Comédia ou Musical: Don Cheadle (House of Lies)
Melhor Atriz Série Comédia ou Musical: Lena Dunham (Girls)
Melhor Minissérie ou Telefilme: Game Change
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Kevin Costner (Hatfields & McCoys)
Melhor atriz em Minissérie ou Telefilme: Julianne Moore (Game Change)
Melhor Ator Codjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Ed Harris (Game Change)
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Maggie Smith


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