terça-feira, 15 de janeiro de 2013

132. RIPLEY – NO LIMITE, de Roger Spottiswoode

A melhor história do assassino, mas longe de ser o melhor filme.

Nota: 7,0


Título Original: Ripley Under Ground
Direção: Roger Spottiswoode
Elenco: Barry Pepper, Jacinda Barrett, Ian Hart, Claire Forlani, Alan Cumming, Tom Wilkinson, Froçois Marthuret, Williem Defoe, Douglas Henshall, Peter Serafinowicz
Produção: Antoine, Marco Mehlitz, Machael Othoven, Stephen Ujlako, William Vince
Roteiro: W. Blake Herron, Donald E. Westlake e Patricia Highsmith (romance)
Ano: 2005
Duração: 101 min.
Gênero: Thriller / Drama

Tom Ripley está de volta para tentar continuar sua vidinha cheia de trapaças e roubos. O pintor Derwatt é um dos maiores pintores contemporâneos do mundo, suas obras estão começando a vender feito água e seu futuro é o que há de mais promissor na face da terra. Quando ele pede sua namorada, Heloise, em casamento e é ignorado, ele resolve se suicidar: bate o carro e morre. O problema é que ainda não era hora de ele morrer, dessa forma quatro amigos acabam resolvendo mentir que ele está morto para que suas obras sejam vendidas e eles fiquem ricos: Heloise, o pintor e amigo Bernard, o agente Jeff e, claro, Tom Ripley.
Thomas Ripley é obra da escritora norte-americana Patricia Highsmith, que faz um trabalho maravilhoso na construção da personalidade da personagem. Mais que isso, a escritora forma uma personalidade para cada indivíduo de sua história, é como se ela realmente soubesse o quanto as pessoas podem ser como suas criações. Para a autora, bem como para Ripley, parece não haver limites para que sua obra seja concluída de forma não menos que satisfatória. Para mim, desde a primeira vez que assisti ao primeiro filme de Ripley, a personagem é um das maiores criações em termos de grandes indivíduos criados pelo entretenimento. Esse pode não ser o melhor resultado das adaptações da personagem, mas a história como um todo é a mais bem escrita e a que mais prende o espectador entre todas. Apesar de o filme não ser muito bem feito, as atuações são convincentes, a montagem nos deixa atônitos no fim de cada cena e o desfecho é algo quase inacreditável


Dessa vez Ripley é vivido por Barry Pepper, um ator pouco conhecido que parece, no início do filme, ser um fracasso na pele do assassino, entretanto, não é bem isso que acontece. Em um ou outro momento ele é menos do que esperamos para Ripley, mas na grande parte do filme ele possui o sarcasmo, o deboche e a sensualidade necessários para viver um homem como Tom; além disso, não deixa a peteca cair quando está prestes a ser pego pela polícia, permanecendo sádico e carismático o tempo todo. Heloise e Jeff são interpretados por Jacinda Barrett e Alan Cumming, as personagens são bem parecidas, por isso temos um parecer idêntico para os dois: medrosos que só pensam em dinheiro, ambos os intérpretes estão ficando loucos pelo dinheiro, dispostos a tudo, mas ainda fora do controle. O pintor que se passa por Derwatt, Bernard Sayles , é vivido por Ian Hart, um homem a beira da loucura que sabe que o que está fazendo é errado, mas que vive com o fantasma de Derwatt em seus pensamentos, pois o falecido roubou toda a glória que ele desejava.


Devo confessar que se existem cenas no cinema que adoro assistir são aquelas em que Tom Ripley mata alguém, pois cada assassinato parece estar se tornando mais normal, digo, no primeiro filme do personagem, ele ainda parecia sofrer um pouco ao matar as pessoas, entretanto, essa característica não pertence mais a ele, e, ao matar, já não vemos mais o desespero em sua face, parece-me mais que ele está pensando o que terá de fazer com o corpo ou o quão pesado será carregar o defunto nos braços. Tom Ripley é uma personagem sem sentimentos, e é isso que o filme prova. Cada morte cometida por ele ou cada ato, aparentemente, de loucura nos leva a refletir sobre quantas pessoas no mundo podem parecer normais aos nossos inocentes olhos, mas que podem ser verdadeiros assassinos, apenas esperando pela oportunidade, pela presa certa para se revelarem.



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