A convivência como ela realmente é.
Nota: 8,5
Título Original: Marvin’s Room
Direção: Jerry Zaks
Elenco: Meryl Streep, Diane Keaton,
Leonardo DiCaprio, Hume Cronyn, Robert De Niro, Gwen Verdon, Dan Hedaya, Hal
Scardino, Margo Martindale
Produção: Scott Rudin, Jane Rosenthal,
Robert De Niro
Roteiro: Scott McPherson (baseado em sua
própria peça)
Ano:1996
Duração: 98 min.
Gênero: Drama
Há vinte anos, o patriarca Marvin
adoeceu e foi necessário que suas filhas, Bessie e Lee, escolhessem entre
seguir suas vidas ou ficar e cuidar do pai. Bessie escolheu ficar, mas, além de
Marvin, também foi obrigada a cuida de tia Ruth. Lee continuou seu caminho
sozinha, brigou com a irmã e mudou-se com o marido, com quem teve dois filhos.
Agora, Bessie descobriu que está com leucemia e precisa de uma doação. A fim de
ver se há possibilidade de um ser o doador, Lee viaja até a casa do pai com
Charlie, seu filho mais novo, e Hank, o filho mais velho problemático que está
em um Instituto para menores por ter colocado fogo na casa da família.
Desde a primeira vez que vi o longa o
achei uma bela lição de vida, além disso, uma daquelas produções sobre família
e as dificuldades em conviver com aquele bando de loucos iguaizinhos a você.
Aqui, temos várias reflexões sobre esses temas: começamos o filme vendo Bessie
descobrindo o tal câncer; logo passamos para os problemas de Lee com Hank –
Charlie só está na história para fazer volume na família -, além de o jovem ter
ateado fogo na casa em que eles moravam – ele estava queimando algumas fotos,
das quais guardou apenas uma do pai, que está sumido -, a mãe não tem muito
jeito com ele e o garoto a culpa por esse sumiço do pai, dessa forma a relação
vira um caos, aliás, eles são totalmente idênticos; acrescente a isso, Bessie
nunca teve filhos, mas começa a construir uma relação bem melhor com Hank do
que a dele com Lee; entretanto, apesar de tudo isso, o pior mesmo é a
insistência de Lee em não permanecer na casa com Marvin e Ruth caso Bessie
piore e morra, tal negação traz discussões entre Lee e Bessie e deixa o clima na
casa, onde todos estão hospedados, muito pesado – não é preciso dizer que em
uma casa de doentes é necessário que tudo esteja bem, ou, ao menos que pareça
bem. A trilha sonora do filme composta por Rachek Portman é um primor de tão
bela, especialmente se tratando da letra e da música da canção tema do filme
“Two Little Sisters” composta por Carly Simon e interpretada por ela e Meryl
Streep.
Esse foi o primeiro filme que assisti
pensando em assistir algum filme com Meryl Streep, digo, esse foi o primeiro
filme que assisti como declarado fã da atriz. Se foi nesse filme que notei
mesmo o quanto ela é uma atriz completa, pode-se imaginar como sua atuação seja
incrível. Apesar de o filme ser simples e não ter muitas apelações para se
tornar uma grande produção, a personagem de Meryl parece ser tudo aquilo o que
não esperamos da atriz: ela não tem jeito com os filhos, é completamente
descontrolada e não liga a mínima para o pai doente, a tia e a irmã. Diane
Keaton, indicada ao Oscar pelo filme, é bem mais dramática que a personagem de
Streep, talvez por Bessie estar em dúvida se está ou não com câncer ou pelo
simples motivo de que ela deixou toda sua vida para trás apenas para viver e
cuidar do pai e da tia. Relatar as cenas nas quais as duas nos proporcionam aquelas
lendárias batalhas interpretativas entre duas atrizes fantásticas, seria o
mesmo que contar a melhor parte do filme, mas é bom reparar bem na que Bessie
conta a Lee sobre seu namorado de juventude (a mais tocante de todas) e a em
que Lee deixa claro que não pretende ficar ali por muito tempo. Apesar da
maioria das pessoas acreditar que Leonardo Di Caprio e Kate Winslet iniciaram
suas carreiras com “Titanic” (1997), em ambos os casos isso é um engano, Di
Caprio iniciou sua carreira, efetivamente, com “Diário de um Adolescente”
(1995), filme que carregou sozinho nas costas, mas foi com “As Filhas de
Marvin” que começou seus trabalhos com grandes nomes da indústria
cinematográfica, já provando que conseguia levar, tranquilamente, o papel de um
jovem problemático que necessita apenas do esclarecimento sobre algumas
questões de sua vida.
O trio formado por Streep-Di
Caprio-Keaton pode não ter nada a ver com um triângulo amoroso, mas leva a
trama de forma tão, ou mais bela e convincente que qualquer trio de apaixonados.
E isso se deve, justamente, ao fato de eles não estarem apaixonados uns pelos
outros, ou desejarem destruir um ao outro. Tal beleza consiste no fato de serem
tão humanos e normais como qualquer um de nós, consiste no fato de o amor deles
e as brigas recorrentes, serem a consequência da convivência em família, a qual
pode não ser fácil, mas é aí que está a magia de se ter uma família, aprender a
conviver, amar e aceitar as diferenças, defeitos e qualidade. O resto é tudo
figuração.
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