Pode não ser uma grande adaptação, mas
vale o ingresso.
Nota:8,0
Título Original: Snow Withe and the Huntsman
Direção: Rupert Sanders
Elenco: Kristen Stewart, Chris Hemswoorth, Charlize Theron, Sam Claflin,
Sam spruell, Ian McShane, Bob Hoskins, Ray Winstone, Nick Frost, Eddie Marsan,
Toby Jones, Johnny Harris, Brian Gleeson, Vincent Regan, Noah Huntley, Liberty
Ross, Chrispopher Obi
Produção: Sam Mercer, Palak Patel, Joe
Roth
Roteiro: Evan Daugherty, John Lee Hancock, Hossein Amini, Eva Daugherty
Ano: 2012
Duração: 127 min.
Gênero: Fantasia / Aventura
Para quem leu o conto dos irmãos Grimm
ou assistiu a adaptação da Disney é fácil lembrar da história original: Branca
de Neve, órfã de pai e mãe – rei e rainha de um lugar qualquer -, é criada pela
madrasta. Desejando ser a mulher mais bela da terra e temendo que Branca de Neve
tome seu lugar, a Rainha encomenda sua morte. Entretanto, o assassino fica com
pena da moça, que foge pela floresta e é acolhida pelos anões mineradores. Após
algumas tentativas, a Rainha mata Branca de Neve, mas, com o beijo de seu
verdadeiro amor, a jovem desperta. A Rainha dança até cair morta e Branca de
Neve e seu Príncipe vivem felizes para sempre.
Aqui, Branca de Neve é criada pelo pai e
pela mãe, quando esta morre, o reino é invadido por uma onda de Magia Negra, em
meio uma guerra, o Rei conhece Ravenna, com quem se casa. Ela, sendo uma
feiticeira que deseja o poder do rei, o mata e prende sua filha em uma torre.
Longe de tudo e todos, Branca de Neve cresce, torna-se uma mulher e acaba
fugindo do castelo. Sabendo que somente Branca de Neve pode desfazer todos os
feitiços que envolvem Ravenna para deixá-la tão bela, a Rainha ordena que
tragam a jovem de volta.
No meio tempo em que Branca de Neve foge
e se reencontra com a Rainha para uma batalha final, a jovem tem o auxílio do Caçador
– um bêbado frustrado com a morte da esposa -, dos anões – ex-mineradores que
também sofrem com a ascensão de Ravenna –, do Duque Hammond – um homem leal ao
pai de Branca de Neve – e de William – filho de Hammond e o primeiro amor de
infância da princesa. Mais uma vez não temos uma adaptação muito fiel ao que
nos foi apresentado desde a infância, é claro que a estória da Branca de Neve
possuí várias versões, mas também é óbvio que a mais conhecida e adora é a que
nos foi apresentada pelos irmãos Grimm. Nesse contexto, a trama não segue os
mesmos acontecimentos que em qualquer dos contos, e sim faz algumas referências
em cenas totalmente diferenciadas das histórias originais: Ravenna acaba dando
a maçã a Branca de Neve no meio do filme (em uma cena ótima, por sinal), a
jovem come o fruto, mas é salva; a Rainha decide o nome “Branca de Neve” por
ver seu sangue pingar na neve; os anões eram mineradores, até a terra,
enfurecida pela magia negra, se voltar contra eles; Ravenna possui o tal
espelho mágico – aquele que revela a ela quem é a mulher mais bela -, todavia,
a apresentação de tal objeto é totalmente diferenciada, nem um pouco imprópria,
idiota ou se nexo, na verdade, confesso que é a melhor adaptação do espelho. Em
contra ponto, no filme, Branca de Neve luta contra Ravenna – aliás, uma cena
extremamente cuidadosa, cheia de detalhes e bem feita -; a princesa se apaixona
pelo Caçador; é levada, pelos anões, a um mundo totalmente diferente, repleto
de fadas e seres fantásticos; é criada por sua mãe – no original a mãe morre ao
dar a luz -; e a história de Ravenna é muito mais explorada. Quanto ao figurino
e aos efeitos especiais, basta dizer que ambos estão indicados ao Oscar 2013, e
se há algo que possa ser valorizado na premiação, são as indicações técnicas.
Branca de Neve é vivida por Kristen
Stewart, a Bela da “Saga Crepúsculo”. Não que a atriz seja de todo ruim, em um
ou outro momento ela está natural e quase convence, o problema é que sua feição
continua a mesma e não há nada que possa mudar isso. Fora o fato de ser cômico
o espelho resolver que ela está mais bela que Charlize Theron, a personagem é
ótima: ela não é essas princesas fracas e com medo de tudo, ao contrário, está
disposta a lutar pelo que é seu, o problema é que, em sua grande cena, quando resolve
dizer a todos que eles devem lutar, Stewart resvala feio. Chris Hemswoorth é
ótimo nas cenas de farra do Caçador, nas de ação ele é melhor ainda, o problema
é quando cenas mais sérias, que exigem algum potencial maior do ator, são dadas
a ele, simplesmente, drama não é seu forte. Charlize Theron ganha, nesse filme
o atestado, não somente do Espelho, mas de toda a nação masculina – quiçá
feminina – como a mulher mais bela do mundo em 2012. Ela é a perfeita Rainha
Ravenna, não só por sua beleza, mas por sua atuação ser muito melhor que o
esperado; o mais incrível de tudo é que a atriz inicia o filme como uma mulher
bonita e com uma atuação um pouco fraca, depois parece que sua intensidade
aumenta pouco a pouco, até chegar o final do filme, onde sua beleza está
perfeita, uma mulher sem defeito algum, e sua interpretação atinge o máximo de
intensidade, sem chegar a ser over (exagerada), mas sendo a perfeita Madrasta
de Branca de Neve que imaginarmos ao lermos o conto.
Apesar de a história não ser fiel aquela
que conhecemos, escrita pelos Grimm, o enredo do filme é bom e nos prende quase
que durante todos os 130 minutos de duração. Isso, por que, a trilha sonora, de
James Newton Howard é de perder o fôlego e digna de qualquer filme que o
compositor assuma, os efeitos especiais são de primeira, a montagem é
excelente, o figurino é impecável (lembrando um pouco o que vimos na animação
de 1929). Mesmo que Kristen Stwart tente realizar uma interpretação melhor, ela
não passa de mediana, todavia, merece crédito por estar começando a tentar ser
uma atriz melhor. Aliado a isso, não há como deixar de falar, novamente, sobre
a cartada genial que foi ter escolhido Charlize Theron como a Rainha Ravenna.
Enfim, o filme não é nenhuma obra prima, e está longe de se tornar uma
adaptação clássica do conto de Branca de Neve, mas não há como negar, a
produção tem sua beleza própria e vale a pena assisti-lo.
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