quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

143. A SAGA CREPÚSCULO: AMANHECER – PARTE 2, de Bill Condon


O último filme de uma das séries mais adoradas dos últimos anos merecia mais.
Nota: 6,0



Título Original: The Twilinght Saga: Breaking Dawn – Part 2
Direção: Bill Condon
Elenco: Kristen Stewart, Robert Patinson, Taylor Lautner, Peter Facinelli, Elizabeth Reaser, Ashley Greene, Jackson Rathbone, Kellan Lutz, Nikki Reed, Billy Burke, Mackenzie Foy, Michael Sheen, Dakota Fanning, Jamie Campbell Bower, Christopher Heyerdahl, Cameron Bright
Produção: Stephenie Meyer, Wyck Godfrey e Karen Rosenfelt
Roteiro: Melissa Rosenberg e Stephenie Meyer (romance)
Ano: 2012
Duração: 117 min.
Gênero: Fantasia / Romance


Bella acaba de passar pela difícil e tenebrosa transformação e é, finalmente, uma vampira. Quando a jovem acorda imortal, entretanto, precisa lidar com problemas básicos de sua nova vida: contar ao pai o que se tornou e portar-se tal qual um ser humano; mas também, será o momento pra viver problemas mais difíceis e até desastrosos: sua filha cresce anormalmente, Jacob teve um chamado “imprinting” pela criança e o poderoso clã dos Volturi está se aproximando para tirar satisfações da garota que acaba de nascer.  Para enfrentar os vampiros vindos da Itália, todavia, Bella e Edward contarão com o apoio de todos os Cullen e de mais alguns amigos que vieram de vários lugares, para, dessa forma, realizaram a maior luta que qualquer vampiro já viu se for preciso para manter Renesmee – a filha - viva e a salvo.


Intrigantemente, há vários trabalhos de Bill Condon que podem ser apontados durante sua carreira: “Segredo em Família” (1987) e “Deuses e Monstros” (1998), os quais escreveu e dirigiu (chegado a vencer o Oscar pelo roteiro em 1999), os roteiros de “Chicago” (2002), “O Julgamento do Diabo” (2004) e “Dreamgirls – em Busca de um Sonho” (2006). Digo que é estranho ter bons títulos para destacar em sua carreira por um motivo bem simples: “Amanhecer - Parte 2" ultrapassa todos os limites do catastrófico ou do bom senso. A abertura me passou a idéia de que me decepcionaria com minhas expectativas, em outras palavras, a abertura é o que temos de melhor aqui, a ponto de me fazer acreditar que o filme poderia ser bom. Mas daí a história começa de verdade, pois Bella levanta de seu “leito” e a coisa começa a ficar feia: por começar pelos diálogos sem sentido, a revolta de Bella por Jacob ter tido um “imprinting” por Renesmee (para esclarecer de uma vez por todas, para os quileutes – a tribo do Jacob- esse tal “imprinting” é mais ou menos a idealização de se encontrar sua alma gêmea, pois, apenas com um olhar os dois se tornam basicamente um só e servirão um para o outro para sempre, haja o que houver, em suma, só falta o garoto urinar na criança para deixar claro que ela é dele), a própria Renesmee quando bebe (ela é digital) e a aceitação imediata do pai de Bella pelo fato de ela ser uma vampira e de Jacob ser um transformista, os treinos de Bella para ela se adaptar a sua nova vida (ou melhor, morte), incluindo uma queda de braço mais do que desnecessária. Mas o pior mesmo chega lá pelo começo do fim do longa, quando os Volturi chegam e nos apresentam a melhor cena de toda a série, uma luta inesquecível onde vemos mortes inesperadas e sobreviventes chegam a ser raros, mas não é bom se iludir que tudo aquilo é o que parece.


Simpatizo muito com Kristen Stewart e Robert Patinson, não só como o novo casalzinho de Hollywood, mas como seres humanos e até como pessoas que vivem na mídia, mas isso não significa que acredito que qualquer um dos dois seja bom no que resolveu fazer, muito pelo contrário, apesar de ambos tentarem, eles conseguem pouca coisa. Dentre o casal, dessa vez acredito que Patinson tenha sido o mais bem sucedido, apenas por ele conseguir parecer mais natural, mas é apenas isso. Taylor Lautner, entretanto, consegue super os dois em vários sentidos, pois, ora ele é melhor que o casal “Robsten”, ora ele consegue a proeza de ser pior. Como disse em críticas anteriores, para mim, apenas Peter Facinelli e Elizabeth Reaser, os “pais” de Edward ficaram realmente bons em seus papeis e, ao contrário do que aconteceu no filme anterior, ambos, ao lado de Billy Burke (o pai de Bella), voltam a ser algo satisfatório no elenco. Me nego a acreditar que Dakota Fanning está se tornando tão ruim, portanto, me reservo ao direito de torcer para que a história e a personagem a tenham desfavorecido, mas fico feliz em destacar um momento que chega a ser hilário, quando Jane repara que está encurralada e não tem para onde ir, as feições e a reação de Fanning nos fazem lembrar da grande atriz que achamos que ela se tornaria (ou que ainda pode se tornar). Até mesmo Michael Sheen está péssimo no papel (acredite, se eu odiei Sheen, é por que não deu certo mesmo), a própria personagem, o poderoso Aro, se torna ridícula na pele de um dos melhores atores ingleses da contemporaneidade, para não dizer que ele é de todo terrível, bem como Fanning, existe apenas um olhar e uma fala rápidos e dramáticos realizados por ele antes de se despedir do público em que ele é perfeito, mas não é suficiente para camuflar o restante.


Não há como falar sobre o filme e me ater apenas em dizer como a produção como um todo é mal feita e parece ser realizada por “semiamadores” e esquecer da história criada por Meyer, nesse contexto, preciso destacar que nada aqui funciona, atores, diretor, roteiro, efeitos ou trilha sonora, e que, aliando isso ao problema do brilho dos vampiros e de “coisas” como o tal “imprenting”, não há mais de dois ou três momentos que funcionem de verdade nesse filme. Mesmo que eu não goste da série, acredito que todos esperavam mais de um longa que representa o desfecho de umas das séries mais adoradas dos últimos anos, e não é justo, nem com os fãs da série, muito menos com a crítica e o restante do público, fazer pouco caso desse sucesso e achar que qualquer coisa vai convencer os espectadores. Bem, essa “coisa” que nos é apresentada pode até satisfazer os fãs agora, mas não durará muito tempo. Infelizmente, ou felizmente, ao contrário do que vemos no desfecho, sinto muito em dizer: a “Saga” Crepúsculo jamais será para sempre (outro fator que me incomodou: em minha opinião, os próprios produtores fizeram uma referência clara a série “Harry Potter”). Apesar de tudo, acho importante deixar claro que a história escrita por Stephanie Meyer possui um enredo bom e é bem escrita, o problema está em como ela é conduzida, em como a escritora desmistifica mitos, mistificando-os de formas exageradamente diferentes, em como torna o romance algo chato e sem graça, e depois, sem mais nem menos, quer deixá-lo sexy e sensual, e principalmente, na forma como tenta inventar desculpas e novidades para acabar com a monotonia. Dessa forma, garanto que a intenção de Meyer ao escrever essa sua “obra”, era, sem dúvidas, uma das melhores possíveis, mas de boas intenções o inferno está cheio, e ao julgar pela índole de seus “vampiros” e “lobisomens” protagonistas, acredito que a escritora não considera uma opção a ida para o inferno.


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