quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

147. TRAIR E COÇAR É SÓ COMEÇAR, de Moacyr Góes


Uma confusão inimaginária – mas que poderia ser real- atuações ótimas, e risada garantida!
Nota: 8,0


Título Original: Trair e Coçar é Só Começar
Direção: Moacyr Góes
Elenco: Adriana Esteves, Bianca Byington, Cássio Gabus Mendes, Mônica Martelli, Otávio Muller, Mário Schoemberger, Tiago Fragoso, Ailton Graça, Márcia Cabrita, Lívia Rossi, Christiana Pereira, Fabiana Carla, Mário Borges e Leandro Firmino
Produção: Diler Trindade
Roteiro: Marcos Caruso e Jandira Martini
Ano: 2006
Duração: 83 min.
Gênero: Comédia

Olímpia ama seus patrões –e Nildomar -, Inês e Eduardo. Eduardo ama sua esposa Inês, que ama seu marido Eduardo, mas está sendo quase que assediada por Cláudio que, por sua vez, é casado com Vera, que o ama, mas já não é mais correspondida. Eduardo e Inês são amigos de Lígia e Cristiano, que são casados e se amam, mas, enquanto Cristiano pensa que Lígia está tendo um caso com Ricco, Cláudio acha que Inês está tendo um caso com Cláudio, e Inês pensa que Eduardo está tendo um caso com a dançarina Salete. E toda essa confusão tem início por pela empregada doméstica Olímpia, que ama seus patrões – e Nildomar- , Inês e Eduardo...


O diretor Moacyr Góes é mais conhecido por sua contribuição no cinema com os filmes da “Rainha dos Baixinhos” Xuxa Meneghel, como “Xuxa Abracadabra” (2003), “Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida” (2004) e “Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço” (2005); mas também não posso deixar de lembrar que ele liderou os sucessos da Rede Globo “Suave Veneno” (1999), protagonizado por José Wilker e Glória Pires e Irene Ravache e “Laços de Família” (2000), protagonizada por Vera Fischer (na época, ainda suportável), Carolina Dieckman (sem sal algum, na época) e Raynaldo Gianecchini (no papel que conquistou todo o Brasil). Nesse contexto, “Trair e Coçar é só Começar” é, sem dúvida alguma, o sua melhor produção. Apesar de o filme não possuir muita técnica e ser gravado mesmo como se fosse uma peça de teatro, ele obtem êxito em sua principal tarefa: ser engraçado. Pode-se dizer, até, que essa forma teatral atribuída ao filme (ele foi baseado de uma peça) ajuda em cada cena. Além disso a trilha sonora organizada por Ary Sperling é divertida e deixa toda a produção ainda mais engraçada.


Após assistir a esse filme e conferir o sucesso da Celinha de Adriana Esteves em na série “Toma Lá, Dá Cá” (2005-2009), não acreditava que ela seria capaz de assumir papéis sérios, como a cantora Dalva de Oliveira, em “Dalva e Herivelto” (2010), mas ela foi, depois veio a atrapalhada “Morde e Assopra” (2011) e não achava que ela seria capaz de viver a Carminha de “Avenida Brasil” (2012), eis que, mais uma vez, mesmo que totalmente diferente e repugnante de tudo o que Adriana fez, ela ficou magnífica no papel (sugiro, aos poucos que não assistiram a novela, conferirem os últimos capítulos, em que o personagem de Murilo Benício descobre tudo o que ela fez, Esteves está simplesmente perfeita), enfim, voltando a Olímpia, o filme é, sem dúvida, dela e Adriana consegue carregar tudo de forma incrível, sendo trapalhada e engraçada, mas nunca deixando a peteca cair, o desfecho é sensacional. Os patrões Inês e Eduardo são vividos, respectivamente, por Bianca Byington e Cássio Gabus Mendes, também engraçados, mas sem nada de muito interessante. Os amigos Lígia e Cristiano pelos bons Mônica Martelli e Mário Schoemberger, ela é a mais desesperada do elenco, ele, o mais natural. O casal em crise Ver e Cláudio, são vividos por Márcia Cabrita e Otávio Muller, ela não é grande coisa, ele, como sempre, está hilário. A amiga de Olímpia, a também empregada, Zefinha, é vivida por Fabiana Carla, não é necessário falar muito sobre ela, que esta sempre excelente. Os pobres que estão levando a vida são a dançarina Salete, interpretada por Lívia Rossi, e o vendedor Carlos Alberto, vivido por Thiago Fragosso, ela está péssima, forçada demais, ele está bem, mas nada além disso. De certa forma, entretanto, todo o elenco é capaz de fazer graça sobre tudo e transformar um acontecimento sem importância alguma em uma tempestade em um como d’água.


Em suma, “Trair e coçar é só Começar” trata de uma realidade básica da vida: a própria realidade exposta no título, trair, coçar, mentir, beber, fumar, matar, basta começar que se seguirá para o resto da vida. É claro que existem exceções, mas não nessa trama. Durante a história, as “mentirinhas” contadas pelos personagens (aquelas permitidas para que a convivência em sociedade seja conservada) e as “tiras” (as gozadas que se fazem no dia-a-dia, das quais ninguém está a salvo – a exemplo, as várias namoradas que Eduardo diz para Olímpia que tem, quando, na verdade, ele é extremamente fiel) se enredam em uma teia que causa uma confusão tão grande que ninguém consegue sair dela. Por fim, esse filme trata essa realidade difícil de se aceitar na vida com um humor que apenas as boas comédias brasileiras possuem, entrando para o grupo seleto dos raros filmes do gênero que agradam além do esperado.





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