O verdadeiro retrato do mundo jovem em
um dos melhores filmes do ano!
Nota: 9,5
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Direção: Stephen Chbosky
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller, Kate Walsh, Johnny
Simmons, Nina Dobrev, Melanie Lynskey, Paul Rudd
Produção: Lianne Halfon, John Malkovich, Russel Smith
Roteiro: Stephen Chbosky(roteiro e
romance)
Duração: 102 min.
Ano: 2012
Gênero: Drama / Comédia
Charlie é um jovem que acaba de entrar
no ensino médio, o problema – além de ele ser um adolescente – é que o garoto
nunca se encaixou em turma alguma desde o colégio, seu único amigo acaba de se
matar e ele ainda sente que a morte de sua tia louca foi culpa dele. Eis que,
como se o destino estivesse preparando aquilo para ele desde sempre, Charlie
encontra Patrick, um homossexual que namora com o líder do time de futebol
(obviamente inrrustido), e sua meia irmã Sam, uma garota que teve seu primeiro
ano no colégio sendo conhecia como a perfeita vadia. Entretanto, os dois são
muito mais do que parece, e é neles que Charlie encontra uma razão para
sobreviver na escola.
É bem simples dizer que esse é o
primeiro filme de Chbosky para esperar uma catástrofe, afinal, filmes para
adolescentes, ou melhor, sobre adolescentes, não costumam ser realmente algo
digno de ser visto em Hollywood. No entanto, o que temos aqui é algo genial.
Talvez por eu ser um jovem de apenas 18 anos a história toda tenha me parecido
mais fantástica ainda, mas é óbvio que a produção é destinada a pessoas de
minha idade, logo, o que Chbosky pretendia, funcionou de forma inexplicável.
Nesse contexto, é bom deixar claro que não é bem o que ele faz como diretor que
funciona tão bem, e sim o que ele faz como roteirista (e autor do livro que deu
origem ao filme). O que quero dizer, é que tudo aqui se sustenta em uma
história que pode parecer um pouco exagerada, mas que é a mais pura realidade
do que enfrentamos no ensino médio. Desde a vontade de nunca estar no primeiro
dia de aula – todos sabemos a tortura que será permanecer tanto tempo nessa
selva que é a escola -, até as tensões pela aprovação em uma boa universidade.
Mesmo que o protagonista Charlie possua alguns distúrbios, eles não passam de
reflexos de tudo o que aconteceu em sua vida, além disso, mesmo que todos não
soframos por grandes problemas do passado, em um momento ou outro, Charlie fará
com que lembremos de nós mesmos, seja por ser difícil sua aceitação pelos
colegas, seja pelas primeiras vezes usando drogas, seja por seu sonho de se
tornar um escritor.
Charlie é vivido por Logan Lerman, o
jovem que interpretou Percy Jackson nas aventuras do semi-Deus, como disse, a
personalidade de Charlie é exatamente aquilo que vemos em um jovem que acaba de
ingressar no ensino médio, acrescente a isso (o que já é um grande problema), o
garoto sofre de distúrbios que o tornam ainda mais estranho; Lerman nem parece
ter saído de uma história tão infantil e sem nexo como a de Percy Jackson, por
nos trazer uma performance tão simples e real, mas, ao mesmo tempo, tão madura e
tocante. Emma Watson dispensa apresentações para os jovens, mas pra quem não a
conhece, ela é a Hermione, a melhor amiga do bruxinho da série “Harry Potter”;
aqui ela sai totalmente do que vemos na saga de Potter, e se torna uma jovem
madura e com muitas histórias para contar, mesmo estando penas se formando do
segundo grau, Watson se torna sexy, provocante, inteligente e, apesar de se
sentir inferior a todos, uma verdadeira adolescente meio perdida entre tantas
decisões e pressões. Ezra Miller, de “Precisamos Falar Sobre Kevin”, vive
Patrick, outra personalidade forte na trama, um rapaz bem decidido que está
disposto a tudo para ser feliz, começando por viver a vida loucamente, sem
perder nada de vista. Por fim, uma atuação que merece destaque entre os já
formados é a de Paul Rudd, acredito que ele seja um dos atores mais naturais
que Hollywood possui hoje, como o professor Anderson ele nos mostra que está
pronto para qualquer gênero.
Aqui somos apresentados, realmente, ao
mundo dos adolescentes: vemos os populares da escola, os loucos do ensino
médio, os nerds de plantão, ainda encaramos o uso de drogas e bebida alcoólica
sem muito exagero (exagero suficiente, entretanto, para enlouquecer qualquer
pai), as perguntas óbvias que todos fazemos a nós mesmos quando jovens começam
a ser respondidas, o prazer sexual está a flor da pele e a vontade de deixar a
escola nunca esteve tão presente. E isso nos é mostrado de forma natural e tão
verdadeira que é impossível pessoas que estão na mesma faixa etária que a minha
não absorverem nada de plausível durante a trama. Confesso: quase me deu
vontade de retornar ao ensino médio e fazer quase tudo diferente, apenas para
variar um pouco. Enfim, Charlie representa tudo o que a maior parte de nós já
foi um dia, e quem quiser negar isso fique a vontade, mas saiba, se você não se
sentiu em nenhum momento parecido com o protagonista, é por que pertence aquele
grupo imbecil e fracassado dos eternos jogadores de futebol dos filmes
adolescentes americanos e suas líderes de torcida. Todavia, apesar de o filme
parecer apenas o relado da vida social de jovens ele vai bem além. A produção
nos indaga, realmente, o quão fantástico pode ser se tornar invisível. O quão
fantástico pode ser se tornar infinito. Ambas as perguntas possuem a mesma
resposta: o quão fantástico somos quando somos nós mesmos, sem rodeios,
mentiras, trapaças, invenções ou tentativas frustradas de felicidade por nos
diminuirmos e aceitarmos apenas aquilo que parece justo para nós. E é aí que
está a vantagem de ser invisível, podemos ser nós mesmos. Podemos ser
infinitos.
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