Sem dúvida o filme mais belo e tocante
do ano.
Nota: 9,5
Tìtulo Original: Amour
Direção e Roteiro: Michael Haneke
Elenco: Emmanuelle Riva, Jean-Louis
Trintignant, Isabelle Huppert, Alexander Tharaud, William Shimell, Ramón Agirre,
Rita Blanco, Carole Franck, Dinara Drukarova, Laurent Capelluto, Jean-Michel
Monroc, Suzanne Schimidt, Damien Joullerot e Walid Afkir
Produção : Stefan Arndt, Veit
Heiduscka, Michael Katz, Margaret Ménégoz
Ano : 2012
Duração : 127 min.
Gênero : Drama / Romance
Georges e Anne são um casal de
aposentados que já chegou na casa dos oitenta. Ex-professores de música, o
casal tem uma filha musicista que vive em outro país com sua família, viajando
pela Europa com o marido, também músico. Além disso, Georges e Anne assistem a
ascensão de um de seus antigos alunos. Apesar da idade e das dificuldades da
vida, os dois são um casal feliz. Entretanto, certo dia Anne começa a ter
comportamentos estranhos e acaba adoecendo. Com um lado do corpo paralisado o
amor dos dois será testado.
Michael Haneke é o diretor e roteirista
de um dos filmes europeus mais badalados dos últimos anos, apesar de “A Fita
Branca” (2009) não ter ganhado o Oscar de melhor filme estrangeiro há dois
anos, o mundo todo se curvou diante do diretor e foi unânime a afirmação de que
o longa era um dos filmes mais belos e tocantes do ano. Em “Amor” ele nos traz
uma das produções mais lindas dos últimos anos nos apresentando uma história
muito comum na sociedade moderna: dois idosos que precisam conviver com a
doença terminal de algum deles. Todavia, Haneke, que também escreveu o roteiro
do longa, vai além disso: dessa vez não é a parte feminina do casal que deve
cuidar do marido, e sim o contrário, afinal, Anne fica doente, e Georges se vê
na tarefa de escolher ficar com a esposa em casa e cuidar dela ou deixá-la nas
mãos de enfermeiros em um asilo. A escolha de Geroges é a mais difícil entre
todas elas, a mais cordial e cavalheiresca possível, afinal, Anne havia lhe
pedido para não abandoná-la e jamais deixá-la em um asilo, no entanto, é também
uma escolha pouco racional e pouco sensata. Apesar disso, todo o enredo do
filme e a posição que o protagonista toma em cuidar de Anne custe o que custar
e não medir esforços apesar de sua idade avançada, acaba mostrando o quão digno
é tudo o que ele está fazendo. Sempre digo, quando analiso filmes com pessoas
velhas como protagonistas, o quanto temos de aprender com essa parcela da
sociedade, apesar de não haver dúvida alguma sobre o amor que eles sentem um
pelo outro, não posso deixar de falar como é incrível ver duas pessoas com
idade tão avançada lutando um pelo outro, não são aqueles filminhos
adolescentes onde a garota chora horrores por que foi deixada pelo amor de sua
vida, também não segue a linha onde uma jovem tenta acabar com a outra para
conquistar o galã idiota, o que temos aqui é algo muito maior, algo muito mais
valioso, um amor construído pelo tempo, um amor que superou obstáculos que nós
jovens jamais tivemos de enfrentar. E é isso que faz do título da produção algo
tão perfeito, bem como todo o resto do longa, pois tudo se trata de como
Georges e Anne se amam, como viveram felizes todos esses anos, apesar dos
óbvios altos e baixos, e como desejam continuar a levar a vida como um casal.
Mesmo que o filme possa parecer um pouco monótono em um ou outro momento – ele
nem possui trilha sonora significante -, não é nada comparado ao show que os
intérpretes dão, ou a mensagem pura e inigualável que o filme nos transmite.
Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva
são dois dos maiores atores franceses da história do cinema, ele, estreou mesmo
ao lado de Brigitte Bardot em “Deus Criou a Mulher” (1956), ela, três anos
depois no clássico de Alan Resnais “Hiroshima Meu Amor”. Apesar de o casal ser
adorado pelo público francês, “Amor” é um dos maiores filmes de ambas as
carreiras, sendo a única indicação de Riva ao Oscar e as únicas indicações de
Trintgnant ao European Film Awards e ao prêmio dos Críticos de Londres. Jean
vive Georges, um homem apaixonado até hoje por sua esposa, e que atende a cada
um de seus pedidos antes que ela seja levada de seu lado, mesmo que haja apenas
por amor e instinto, o homem permanece sóbrio quase que o tempo todo e detesta
ouvir reclamações sobre a situação de Anne. Triantignant nos surpreende ao agir
como um homem convencido de que sua mulher já não tem muito tempo ao seu lado,
mas ainda sim permanecendo sóbrio e agindo da forma mais natural possível.
Inacreditavelmente, foi esnobado no Oscar e não é um dos indicados na categoria
de atuação. Emmanuelle Riva, indicada ao Oscar e vencedora do BAFTA (o Oscar
Britânico) tem aquele tipo de atuação assombrosa, até o momento em que Anne
fica paralisada, a atriz parece agir naturalmente, não decepciona um segundo,
mas também não tem uma atuação tão surpreendente, é quando a personagem fica
impossibilitada de mover um lado de seu corpo que Riva mostra por que sua
atuação é a melhor do ano e por que deveria desbancar todas as outras
concorrentes e levar o homenzinho dourado para a França, pois há algo
inacreditável em cada movimento, cada olhar e cada gesto da atriz, nos
comovendo a cada instante. Em uma determinada cena, Anne deita em sua cama,
antes de ficar paralisada, e temos longos segundos de silêncio total, que se
torna uma sinfonia apenas com o olhar de quem sabe o que o futuro guarda.
As indicações ao Oscar são de melhor filme, apesar de ser um dos meus
favoritos na categoria, acredito que o prêmio já seja de “Argo”; melhor direção para Michael Haneke, uma
das categorias mais incertas do ano, pode ser o grande azarão da competição,
afinal, todos os prêmios foram para Ben Affleck, que sequer foi indicado ao
Oscar; melhor roteiro original para
Michael Haneke, após tudo o que escrevi sobre o longa, parece meio óbvio
que esse seja o melhor roteiro do ano, mas o vencedor será Quentin Tarantino
por “Django Livre” (2012), que, para mim, escorrega no que o diretor mais ama:
a chacina da vez; por fim, como disse, Emmanuelle Riva como melhor atriz, sua atuação é uma das mais perfeitas que vi
em toda minha vida, sendo impossível acreditar que o Oscar vá preferir qualquer
outra atriz. Riva e Ttrintignant tem interpretações dignas de serem aplaudidas
de pé por qualquer ser humano decente que vá até um cinema para assistir a esse
filme, não há palavras para explicar o quanto os atores possuem um química
inigualável e como é agradável vê-los juntos, acrescente a isso, se analisarmos
fotografias ou vídeos dos dois nas estréias ou premiações durante o ano de
2012, não acreditamos que eles poderiam ser capazes de nos proporcionar tamanha
honra ao assistir a esse filme, afinal, chegar ao 80 não para qualquer um. Na
melhor cena do filme, não temos falas, apenas gestos e feições: Anne, já
paralisada, se nega a tomar água – possuindo o intuito de morrer de sede -,
indignado, Georges lhe enfia água goela a baixo e diz que ela não pode forçá-lo
a deixar que ela morra, Anne cospe a água no marido e ele lhe da um tapa no
rosto. Não tenho mais palavras para dizer o quanto me tornei um admirador
eterno dessas duas figuraças do agradável cinema Europeu. Portanto, apenas
garanto que o que se segue no filme é digno de louvor, pois é preciso ter muita
coragem e amor para viver um relacionamento tão longo, mais coragem ainda para
estar ao lado de alguém em estado terminal de vida, mas é preciso amor e
coragem inimagináveis para saber a hora de encerrar um relacionamento tão belo.
E poucas horas antes do Oscar 2013, meus filmes preferidos indicados em qualuqer categoria. Meus dez melhores filmes do Oscar 2013:
10. Frankenweenie
09. Django Livre
08. Os Miseráveis
07. As Sessões
06. 007 - Operação Skyfall
05. Argo
04. Lincoln
03. A Hora Mais Escura
02. Amor
01. O Lado Bom da Vida
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