Sustentado pela atuação da jovem
Quvenzhané, está longe de ser um dos melhores filmes do ano.
Nota: 8,0
Título Original: Beasts oof The Southern Wild
Direção: Behn Zeitlin
Elenco: Quvenzhané Wallis, Dwight Henry, Levy Easterly, Lowell LAndes,
Panela Harper, Gina Montana, Amber Henry, Jonshel ?Alexander, Nicholas Clark,
Joseph Brown, Henry D. Coleman, Katalina Brower, Philip Lawrence, Hannah Holby,
Jimmy Lee Moore
Produção: Michael Gottwald, Josh Penn, Dan Janvey
Roteiro: Lucy Alibar, Behn Zeitlin e
Ano: 2012
Duração: 93 min.
Gênero: Drama
No selvagem sul dos Estados Unidos da
América, vive a pequena Hushpuppy, uma menina de seis anos que mora as margens
de um rio junto com o pai. Correndo o risco de ficar órfã por uma doença que o
pai tem, a garota vê seu mundo desabar quando o lugar onde moram fica inundado
após um temporal. Apesar de ela, o pai e o povo que mora nos arredores amar
muito a vida que levam, o governo os tira de lá e os leva para um abrigo. Entretanto,
a menina sonha em ser a rainha da “Banheira” – como eles chamam o local – e não
permitirá que toda sua vida seja destruída assim tão facilmente.
Contando-se a história assim pode
parecer que Hushpuppy será violentada, obrigada a trabalhar sem querer, ou
explorada de qualquer outra forma, entretanto, o que ocorre é diferente: a
garota precisa sobreviver, e é isso que ela tenta fazer durante toda a trama,
mostrando que, crianças em sua situação são expostas desde muito cedo a uma
vida difícil, exigindo delas inimaginável senso do que é certo, errado, fácil,
difícil, possível ou impossível. Algumas pessoas vem dizendo que o longa não
apela para o sentimentalismo, pois não mostra Husupuppy chorando ou se
lamentando pela vida que leva – ao contrário, ela se sente forte e luta para
ser mais forte ainda, negando-se a chorar em qualquer situação -, todavia,
acredito que a sentimentalismo não esteja exposto dessa forma, estamos diante
dele, mas ele se camufla pela coragem e audácia da menina, o sentimentalismo
está no simples fato de o governo tentar ajudar aquelas pessoas e eles se
negarem a sair do local onde vivem, não para fazer drama, e sim por que amam o
local onde moram, é aquela realidade que eles conhecem, por pura ignorância,
não burrice, eles desejam ficar ali, por medo do desconhecido. E se isso não é
triste e deprimente o bastante, eu não sei o que pode ser. Acrescente a isso,
somos expostos a uma dura e triste situação real, pois, pode até ser que não
encontremos situações idênticas o tempo todo, mas situações muito semelhantes
estão embaixo de nossos olhos e nos negamos a enxergar e ajudar, pois muitas
pessoas vêem aquilo tudo como desumano a ponto de ser digno de pena, mas não
digno de ajuda. Mesmo que o filme tenha uma proposta tão interessante e inovadora,
ele é filmado com câmera de mão, o que poderia ser interessante se fosse um
documentário. Mas não é, e isso não me agrada nenhum pouco. Além disso, a forma
como ocorre o desenrolar da trama é chata e perde um pouco o nexo vez ou outra.
Dessa forma, sinto dizer, não concordo com a indicação a melhor filme do ano no
Oscar, muito menos com a de melhor direção ou roteiro, e não acredito que o
filme tenha qualquer chance de vencer algum deles, essas indicações são apenas
um incentivo que a Academia dá aos filmes independentes uma vez ou outra.
Se acho as indicações ao Oscar citadas a
cima incoerentes e desnecessárias, sem dúvidas, aplaudo a Academia por entregar
a Quvenzhané Wallis (não tenho idéia de como se fala o nome da menina) a indicação
ao Oscar de melhor atriz principal, Quvenzhané, mais nova atriz indicada ao
prêmio e única atriz na história do Oscar nascida nesse milênio, dá um show e
segura como ninguém o filme todo. Se o roteiro é fraco, se a câmera de mãe é
desnecessária, se o local onde se passa a história e o contexto são tristes e
deprimentes, nada disso tem valor ao vermos uma triz tão jovem e tão talentosa,
emprestando tal talento para ser feito um filme tão complexo. Complexo, pois,
com apenas nove anos, ela vive uma menina de seis que deve enfrentar problemas
que poucos adultos no mundo de hoje pensam em enfrentar, Wallis é Hushpuppy,
uma menina que não sonha em sair da “Banheira”, muito pelo contrário, tem, como
objetivo de vida, permanecer ali para sempre. E é isso que faz de sua atuação
algo tão belo: Wallis não é nenhuma neta, ou filha de grandes atores, mas
também não é nenhuma menina miserável que não tem a noção de que a vida que
Hushpuppy leva está longe de ser digna segundo os padrões tradicionais,
entretanto, ela também sabe que há a mais pura dignidade e inocência em desejar
continuar a levar a vida simples e longe de toda a grande civilização, e talvez
seja por compreender isso que ela nos apresenta algo tão belo. Esse ano,
Wallis, com nove anos, é a mais jovem atriz a ser indicada ao Oscar, e são
longos 75 anos que a separam de Emmanuelle Riva, a francesa de “Amor” (2012), a
mulher mais velha alguma vez indicada ao prêmio.
Por mais que o filme tenha seus momentos
monótonos e por mais que a história não seja das mais bem escritas – apesar de
ter um enredo maravilhoso-, é um bom filme, mas devo advertir: nada além disso.
Como disse a cima, está indicado em quatro categorias no Oscar: melhor filme, como disse, para mim é a
maior injustiça do ano este estar indicado e terem esnobado “007 – Operação Skayfall”;
melhor direção para Benh Zeitlin,
não gostei de sua direção, ponto, ela não é de principiante, mas está longe de
ser melhor que a de Katherine Bigelow por “A Hora Mais Escura” ou de Ben Affleck
por “Argo; melhor roteiro adaptado para
Lucy Alibar e Benh Zeitlin, não gostei do roteiro e será difícil vencer
devido a qualidade dos demais concorrentes; e melhor atriz para Quvenzhané Wallis, como disse, a pequena é tudo
nesse filme, mas, devido a idade, não vencerá, espero que continue fazendo
grandes filmes e venha a ser indicada pelo resto da vida. De forma geral, a
beleza de “Indomável Sonhadora” está na inocência da protagonista, na bela
forma como ela se nega a deixar a vida que leva por qualquer outra coisa, e não
há nada mais agradável, em um mundo tão cruel e interesseiro, do que ver alguém
inocente tomando o gosto de todos.
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