domingo, 24 de fevereiro de 2013

087. (ESPECIAL OSCAR 2013) LINCOLN, de Steven Spielberg


A prova de que a palavra impulsionou o primeiro passo para os Estados Unidos da América serem governados por um negro.
Nota: 9,7



Título Original: Lincoln
Direção: Steven Spielberg
Elenco: Daniel Day-Lewis, Sally Field, Tommy Lee-Jones, Jooseph Gordon-Levitt, David Strathairn, James Spader, Hal Holbrook, John Hawkes, Jackie Earle Haley, Bruce McGill, Tim Blake Nelson, Joseph Cross, Jared Harri, Lee Pace, Peter McRobbie, Gulliver McGrath, Gloria Reauben
Produção:  Steven Spielberg, Kathleen Kennedy
Roteiro: Tony Kushner e Doris Kearns Goodwin (livro)
Ano: 2012
Duração: 150 min.
Gênero: Biografia / Drama

Abraham Lincoln, nascido em 12 de Fevereiro de 1809, foi o 16º presidente dos Estados Unidos da América, entre março de 1861 até abril de 1865. Foi durante seu governo que se deu a Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra da Secessão, que matou quase um milhão de pessoas, e culminou na abolição da escravidão naquele país. Lincoln era de família simples, e teve de lutar para estudar e sobreviver, trabalhando em uma fazenda e em uma loja em Ilinois. Antes de se tornar presidente, passou pela Assembléia Legislativa do Estado de Ilinois e foi advogado. Com o colapso do partido Democrata em 1960, a eleição a presidência foi fácil. Dono de discursos famosos, Lincoln foi um dos mais importantes presidentes dos EUA, e um dos mais conhecidos no restante do mundo, foi casado desde 1842 com Mary Todd, com quem teve três filhos. Em 14 de abril de 1865, um ator que desejava ajudar os sulistas, assassinou Lincoln. Sua morte provocou também a morte da possibilidade de paz nos EUA.


No filme, Lincoln acaba de ser reeleito como presidente dos Estados Unidos da América, o país vive o terror da grande Guerra Civil e o presidente ainda precisa lidar com as loucuras de sua esposa, que jamais superou a perda do filho mais velho do casal. Em contra ponto, Lincoln vive bons momentos ao lado de seu filho mais jovem, o único ser humano perto do presidente que ainda tem alguma inocência. Para completar, a chegada de seu outro filho, que deseja ingressar no exército, acaba abalando todos os alicerces de sua vida pessoal, pois a esposa não aguenta a possibilidade de perder outro filho. Mas o maior centro de toda a trama fica a cargo da aprovação da 13ª Emenda na Constituição Americana, que previa a abolição dos escravos.


Steven Spielberg, vencedor de 3 Oscars é o tipo de diretor que dispensa apresentações, ficou conhecido pelo público com “Tubarão” (1975), depois vieram “Os Caçadores da Arca Perdida” (1981) e “E.T. – O Extraterrestre” (1982), e logo mais e mais clássicos do cinema moderno. Dessa forma, quando um homem como Spielberg decide dirigir um longa sobre alguém como ‘Lincoln”, as expectativas são as maiores possíveis. É preciso esclarecer minha opinião a respeito do diretor: acho seu trabalho incrível, tecnicamente falando, seus filmes são impecáveis e pouco posso dizer de negativo sobre isso, todavia, não gosto de grande parte dos gêneros do diretor, é claro que “E. T.” fez parte de minha infância, assim como os filmes de Indiana Jones fazem parte de minha vida, no entanto, sua preferência por filmes históricos de guerra e filmes de ficção se distanciam do bom e velho drama que sou mais habituado. Tento em vista tais características, quando ouvi que esse filme seria sobre os anos da Guerra Civil Americana, logo tive a certeza de que veríamos guerras para todos os lados e que acharia o filme mais uma grande produção, muito bem feita, mas que não ficaria satisfeito com seu resultado. Confesso: foi tudo muito diferente. “Lincoln” não trata de como ocorreu ou o que culminou a Guerra Civil, muito menos das batalhas em si, e sim, como o grande presidente governou durante seu tempo na Casa Branca: usando a palavra, convencendo as pessoas sem utilizar força bruta, e sim usando toda sua lábia com seus discursos e suas histórias incríveis. Além disso, é apresentada a conturbada relação entre ele e sua esposa, não que os dois não se amassem, muito pelo contrário, mas a morte do filho do casal e todo o poder e inveja que vem com a presidência, fizeram com que tudo fosse mais complicado e Mary tivesse momentos loucos em sua vida. Por fim, o longa é sobre como Lincoln tentou convencer todos de que abolir a escravidão era a melhor forma de o país seguir em frente na história, considerando todos como iguais perante a lei.


Esse ano, “Lincoln” é o mais indicado ao Oscar, no total 12 categorias: melhor filme, apesar de ser um dos meus favoritos, provavelmente vá perder para “Argo”, a não ser que o público americano se comova com toda essa bela homenagem e se torne a surpresa do ano; melhor direção para Steven Spielberg, o diretor é sempre um dos favoritos quando indicado, e, levando em consideração a falta de Bem Affleck na categoria, tem grandes chances de vencer; melhor roteiro adaptado para Tony Kushner, o grande favorito na categoria, provavelmente leve o prêmio; melhor ator para Daniel Day-Lewis, falta apenas o ator ir receber o prêmio e falar seu discurso, pois a estatueta já deve ter seu nome; melhor atriz coadjuvante para Sally Field, como a esposa de Lincoln ela está ótima e merece o prêmio, mas, provavelmente, vai perdê-lo para Anne Hathaway, que encantou ao entoar a famosa “I Dreamed a Drem” em “Os Miseráveis”; melhor ator coadjuvante para Tommy Lee Jones, sempre que o ator é indicado a um prêmio se torna o favorito, está entre ele e Christoph Waltz, por “Django Livre”, ambos merecem e não sei para quem torcer; melhor fotografia para Janusz Kaminski, meu favorito e o provável vencedor, isso se “As Aventuras de Pi” não atrapalhar; melhor figurino para Joanna Johnston, apesar da beleza e da perfeição, acredito que “Anna Karenina” leve o prêmio; melhor edição para Michael Kahn, também um dos favoritos, mas o prêmio irá para “A Hora Mais Escura”; melhor trilha sonora para o compositor John Williams, são mais de 40 indicações ao Oscar, preciso dizer mais além de que ele é um dos favoritos?; melhor direção de arte para Jim Erickson e Rick Carter, provavelmente perca para “Anna Karenina”; e melhor mixagem de som para Andy Nelson, Gary Rydstorm e Ron Judkins, apesar de ser excelente, acredito que “007 – Operação Skyfall” vença esse.


Daniel Day-Lewis, já disse isso várias vezes, é um dos melhores atores vivos do mundo, e isso se deve, além de seu talento nato, ao fato de ele ser visto em filmes com grande intervalo de tempo, aceitando participar de poucas produções ruins, e sem nenhuma atuação menos que excelente nas últimas duas décadas. Como a figura de Abraham Lincoln, Day-Lewis está, se considerarmos sua maquiagem, gestos e feições perfeito, mas o que mais surpeende é como ele apresenta cada discurso do presidente, como se fossem grande monólogos, divertidos e assistidos por dezenas ou centenas de pessoas, é como se tanto o personagem quanto o ator fossem natos contadores de histórias, que sentem prazer em falar e se expressar. Sally Fields, oriunda de diversas séries de televisão e do clássico “Forrest Gump, o Contador de Histórias” (1994) vive Mary Todd, uma mulher que ainda ama o marido e deseja que tudo de certo em sua vida profissional, mas que jamais superará a morte do filho e acaba culpando Lincoln por tudo o que aconteceu de ruim na vida dos dois, é de Field o papel de trazer a realidade pessoal dessa figura tão enigmática e adorada que foi o 16º presidente dos Estados Unidos, além disso, a atriz consegue trazer as loucuras de Mary pelo filho e as contrapor com a racionalidade da personagem, que deve se portar decentemente como a primeira dama do país, em uma cena ótima ela questiona a personagem de Tommy Lee Jones pelas investigações sobre seus gastos para arrumar a Casa Branca que estava em ruínas quando eles se mudaram. Joseph Gordon-Levitt é o filho do casal que acaba de chegar, Robert Lincoln, um jovem que deseja entrar para o exército e fazer alguma coisa por seu país, apesar de sua boa atuação, Gordon-Levitt aparece pouco no filme e não tem a chance real de mostrar todo seu potencial, mas a participação não passa despercebida e é totalmente válida. No entanto, uma participação pra lá de incrível é a de Tommy Lee Jones, que aparece pouco nos primeiros momentos do longa, mas que ganha destaque e rouba as cenas em que aparece como Thaddeus Stevens, um homem que deseja, mais que tudo, abolir a escravidão e dar aos negros os mesmos direitos que os brancos possuem, a última cena de Jones é a mais bela de todo o filme e o diálogo com Daniel Day-Lewis após a pequena discussão com a primeira dama é aquele tipo de cena inesquecível, um duelo onde os dois intérpretes saem vencedores.


“Lincoln” não é o filmes mais indicado ao Oscar á toa, se for o grande vencedor da noite  de hoje também será muito merecido, pelo fato de Spielberg, finalmente, encontrar o estilo perfeito para suas produções: uma biografia clássica de um heroi real da história da humanidade, que teve de passar por uma difícil Guerra para provar sua real eficiência. No final das contas, Spielberg me surpreende e me conquista em um dos grandes filmes do ano, um dos prováveis maiores vencedores dos últimos anos na cobiçada premiação da academia. Confesso que não acredito na possibilidade de muitos diretores realizarem um trabalho tão belo e amplo, pois de forma inacreditável, fica a cargo de Steven Spielberg produzir um filme que fala de política, guerras, lutas das mais diversas, traumas, amores, paixões, desejos, vingança e, sobretudo, a inquestionável luta para atrubuir igualdade a todos os seres humanos, independente de sua cor, raça, opção sexual ou gênero sexual. Em uma das mais inteligentes passagens do filme, o personagem de Tommy Lee Jones, que defendia todas as igualdades a todos os negros, defende que todos devemos ser iguais perante as leis, mostrando a maestria com a qual se contra disse apenas para poder realizar seu sonho e convencer a todos que a Emenda devia ser aprovada. Quanto ao papel de Lincoln em toda a história, bem, seu nome e seus discursos já falam por si só.


Abaixo fiz uma relação dos prováveis vencedores em cada categoria do Oscar 2013, da seguinte forma, o primeiro nome é o provável ganhador, minha aposta para o vencedor, o segundo é o que eu realmente gostaria que eu ganhasse, o que eu considero o melhor do ano:

Melhor Filme
Aposta: Argo
Meu Favorito: O Lado Bom da Vida

Melhor Direção
Aposta: Steven Spielberg
Meu Favorito: David O. Russell / Steven Spielberg

Melhor Ator
Aposta: Daniel Day-Lewis
Meu Favorito: Daniel Day-Lewis

Melhor Atriz
Aposta: Jessica Chastain
Meu Favorito: Emmanuelle Riva

Melhor Ator Coadjuvante
Aposta: Christoph Waltz / Tommy Lee Jones
Meu Favorito: Christoph Waltz / Tommy Lee Jones

Melhor Atriz Coadjuvante
Aposta: Anne Hathaway
Meu Favorito: Anne Hathaway / Helen Hunt

Melhor Animação
Aposta: Detona Ralph
Meu Favorito: Frnkenweenie

Melhor Roteiro Adaptado
Aposta: Argo
Meu Favorito: O Lado Bom da Vida

Melhor Roteiro Original
Aposta: A Hora Mais Escura
Meu Favorito: A Hora Mais Escura

Melhor Direção de Arte
Aposta: Anna Karenina
Meu Favorito: Lincoln

Melhor Figurino
Aposta: Anna Karenina
Meu Favorito: Anna Karenina

Melhor Maguiagem
Aposta: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada
Meu Favorito: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada

Melhor Trilha Sonora
Aposta: Lincoln
Meu Favorito: Anna Karenina

Melhor Canção Original
Aposta: “Skyfall”
Meu Favorito: “Skyfall”

Melhor Fotografia
Aposta: Django Livre
Meu Favorito: Lincoln

Melhor Montagem
Aposta: A Hora Mais Escura
Meu Favorito: O Lado Bom da Vida

Melhor Edição de Som
Aposta: 007 – Operação Skyfall
Meu Favorito: 007 – Operação Skyfall

Melhor Mixagem de Som
Aposta: Argo
Meu Favorito: 007 – Operação Skyfall

Melhor Filme Estrangeiro
Aposta: Amor
Meu Favorito: Amor

Melhor Efeitos Especiais
Aposta: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada
Meu Favorito: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada

Melhor Documentário:
Aposta: Searching For a Sugar Man
Meu Favorito: Não assisti nenhum

Melhor Curta Metragem de Animação
Aposta: The Simpsons: The Longest Daycare
Meu Favorito: The Simpsons: The Longest Daycare

Melhor Documentário em Curta Metragem
Aposta: Inocente
Meu Favorito: não assisti nenhum

Melhor Curta Metragem
Aposta: Asad
Meu Favorito: não assisti nenhum
  

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