Uma lição sobre
amor e convivência.
Nota: 9,3
Título Original:
Head Over Heels
Direção e
Roteiro: Timothy Reckart
Elenco: Nigel
Anthony e Rayyah McCaul
Produção: Fodhla
Cronin O’Reilly
Ano: 2012
Duração: 11 min.
Gênero:
Curta-Metragem / Animação / Drama / Romance
CONFIRA O CURTA:
Walter e Madge
são um casal de idosos que parece ter vivido a vida toda juntos. Se tiveram
filhos ou netos, não importa, o que interessa é que vivem juntos, como um
típico casa de velhos: eles parecem se amar detestando-se, ou seja, apenas aguentam
os humores um do outro, afinal, viver sozinho com essa idade não é uma boa
idéia. Quando Walter encontra os sapatos que Madge vestia quando eles se
casaram, o homem decide que está na hora de voltar tudo ao normal.
Falando assim o
curta parece não ter nada de inovador, parece ser exatamente aquele clichê que
vimos em dezenas de outros filmes, entretanto, algo aqui torna tudo diferente e
inovador: Walter e Madge vivem em uma casa flutuante, e mais, vivem, literalmente,
de cabeça para baixo um para o outro, o que só pode ser explicado analisando-se
a imagem acima. Sem dúvida isso é um pouco incômodo no início do curta,
todavia, é exatamente esse diferencial que torna o filme algo tão singular e
agradável de se assistir, pois nos acostumamos com essa novidade e não podemos
deixar de admitir o quanto é merecida a indicação
ao Oscar de melhor curta-metragem de animação. Nesse contexto, a trama nos
apresenta dois velhinhos maníacos que querem que tudo seja da sua maneira, é
óbvio que a convivência entre idosos nunca é fácil, ainda mais se esses idosos
forem casados há tanto tempo quando Walter e Madge parecem ser. Ainda, durante
o desenrolar da história, a tal casa flutuante que vive se revirando no céu
acaba caindo após uma “discussão” do casal e é a parte de Madge que fica para
baixo, sendo assim, Walter é obrigado a ficar de ponta cabeça para o lugar onde
eles caíram – aparentemente o planeta Terra, mas não podemos ter certeza. Além
disso tudo, a trama gira em torno de um casal de idosos, que parece falar sobre
o amor e outras dificuldades da vida, e, já cansei de dizer, o quanto admiro
histórias onde pessoas mais velhas falam sobre esses temas, afinal, ao
contrário de adolescentes que dizem sofrer por amor, não há ninguém melhor no
mundo para falar disso que não sejam as pessoas mais velhas. Isso me faz
lembrar, inclusive, a beleza com a qual esse filme e o francês “Amor” (2012) se
completam em nos fazem lembrar nossos avós, tios e tias mais velhos ou amigos e
pessoas próximas dessa faixa etária.
Apesar de a arte
do filme não me agradar nem um pouco, toda a naturalidade e a realidade
retratada na história nos convencem de sua qualidade inquestionável. Ainda mais
quando analisamos seu desfecho como algo positivo para a sociedade, pois, por
amor, Magde e Walter dão um jeito de conviver com as diferenças um do outro e
lutar para permanecerem lado a lado, mesmo que as leis físicas da casa onde
eles vivem não permita que isso seja feito. Mais um filme que me convence que
nada pode ser mais belo e digno que um amor verdadeiro entre pessoas que
lutaram juntos uma vida inteira.
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