segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

110. MAGIC MIKE, de Steven Soderbergh

Divertido e sexy para as mulheres e uma boa lição de casa para os homens.
Nota: 8,0


Título Original: Magic Mike
Direção: Steven Soderbergh
Elenco: Channing Tatum, Alex Pettyfer, Matthew McConaughey, Olivia Munn, Reid Carolin, Cody Horn, Joe Manganiello, Matt Bomer, Adam rodrigues, Kevis Nash, Gabriel Iglesias
Produção: Reid Carolin, Gregory Jacobs, Channing Tatum e Nick Wechsler
Roteiro: Reid Carolin
Ano: 2012
Duração: 110 min.
Gênero: Comédia / Drama

Mike é um homem de 30 anos que faz strip para sobreviver, por trás do homem conquistador cheio de músculos e virilidade, entretanto, está um homem com o sonho de montar sua própria loja de móveis planejados, e, de dólar em dólar na cueca ele vai juntando o dinheiro para o tal negócio. Em meio a um de seus outros serviços, ele encontra Adam, um jovem de 19 anos que parece perfeito para entrar para o negócio de strip, afinal, ele é jovem, bonitinho, sexy e irá enlouquecer as mulheres mais velhas do estabelecimento.


Dando apenas esse pobre enredo, “Magic Mike” parece ser um filme perfeito para mulheres e homossexuais loucos para ver homens tirando as roupas em um palco ao som de canções como “Like a Virgin” e “It’s Raining Men”, e seria exatamente apenas isso se o longa não fosse dirigido por Steven Soderbergh, um dos diretores mais visionários vistos na última década. Para se ter uma idéia de sua carreira excelente no cinema, que agradou, até hoje, tanto público quanto crítica, temos, dentre 35 títulos: “Sexo , Mentiras e Videotape” (1989), “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento” (2000), “Onze Homens e Um Segredo” (2001) e suas sequências (2004 e 2007), “O Segredo de Berlim” (2006), “Confissões de uma Garota de Programa” (2009), “O Desinformante!” e “Contágio” (2011). Tento em vista tal carreira e o fato de Soderbergh sempre ter tratado realidades da vida de forma simples e realista, o filme não podia ser resumido a um público tão seleto. Na realidade, os críticos se dividem bem quanto ao filme: para as mulheres, o longa é divertido, inteligente e ajuda a descontrair bastante; para os homens não há palavra melhor que lixo, afinal, para os críticos masculinos, nada pior que ir ao cinema e ver homens tirando as roupas. Sou um pouco mais imparcial: tirar a roupa de homens musculosos e símbolos sexuais – incluindo um ator homossexual assumido, casado e pai de três filhos – é apenas uma forma de chamar a atenção de todos, afinal, no fundo, no fundo, o público masculino acaba se interessando em assistir ao filme ao menos para ver o que chama tanto a atenção de suas esposas, no mais simples linguajar, aprender o que as mulheres querem. O problema do filme acaba sendo o foco apenas em Mike e Adam, deixando de lado o resto dos integrantes do clube onde os dois trabalham, ou seja, as apresentações parecem um pouco perdidas e aleatórias, apenas para chamar a atenção mesmo, chegando a ser raro ouvir algum dos atores do clube ter alguma fala, e quando tem, são curtas e quase desnecessárias.


Channing Tatum quase ganha o atestado de verdadeiro ator com esse longa, quero dizer, até aqui ele não havia acertado muito, mas era o erro básico: aceitar ou escolher papeis que não exigem muito de um ator. Como Mike ele precisa oscilar entre o homem que deseja uma vida menos agitada e mais séria e o garoto que não saiu do 18 anos e ainda se diverte com mulheres desconhecidas o desejando em um lugar onde ele está disposto a tirar a roupa por dinheiro, não que não haja dignidade nesse trabalho, mas convenhamos, um homem passado dos 35 fazendo isso é ridículo. E é nessa prática ridícula e deprimente que se sustenta a interpretação de Matthew McConaughey como Dallas, o proprietário do clube, ele nos traz o perfeito imbecil que não consegue admitir que essa história de tirar a roupa, ficar de cueca fio dental em cima de um palco e dançar para mulheres desesperadas para agarrá-lo é para homens jovens, que ainda conseguem dar conta de qualquer recado, para se ter uma idéia da atuação de Mcconaughey, ele venceu o prêmio dos Críticos de Nova Yotk como melhor ator Coadjuvante, uma das premiações mais importantes da temporada. Adam é vivido por Alex Pettyfer, não há nada de muito grandioso em sua atuação, a não ser uma ou outra cena em particular, como aquela em que ele faz seu primeiro strip e os momentos onde ele demonstra extrema imaturidade em relação a fatos reais, como drogas e bebidas em excesso. Além dos três, a única pessoa que merece destaque é Cody Horn, que interpreta Booke, a irmã mais velha de Adam e a única cabeça racional e realmente madura de todo o elenco. O restante, como disse, acaba não mostrando nada além de corpos e tino para dança, são eles: Matt Bomer (Ken), Joe Manganiello (Big Dick Richie), Adam Rodriguez (Tito) e Kevin Nash (Tarzan), apesar disso, Bomer e Manganiello são protagonistas, respectivamente, dos sucessos na televisão “White Collar” (2009 -2013) e “True Blood” (2010 -2013).


Em suma, “Magic Mike”, tem boas versões de músicas que já conhecemos, tem boas atuações, tem uma boa fotografia, uma boa montagem e uma ótima direção – ótima, mas não a ponto de fazer com que o longa seja mais que um bom filme. Isso porque, a história é boa, mas a forma abordada não é das mais inteligentes, e a propaganda feita acerca de toda a produção de que ela seria um festival de homens semi nus dançando acabou fazendo com que exatamente essa parte que atraiu tantos espectadores se tornasse algo pequeno e mostrasse apenas o quão fúteis são os seres humanos, como o ego sempre precisa ser elevado ao máximo para darmos o melhor de nós. Nesse contexto, a vida de Mike se torna o centro das atenções, mas acaba fazendo de seu principal trabalho o segundo plano, a parte divertida e ilusória da vida de todos ali – menos de Dallas, que vive para aquilo tudo. Em contra ponto, a produção traz uma nova forma de mostrar essa geração de jovens perdidos que pararam de crescer no tempo, restando a eles apenas sonhar com um futuro melhor. Mas talvez assim seja mais digno, afinal, enquanto o tal futuro esperado não chega, ao invés de se esperar sentado ou de se chorar por coisas que não acontecem, os jovens fazem o que qualquer ser humano deve fazer para buscar a felicidade: os jovens batalham, não importa as armas que usam ou a forma como lutam, o que interessa é sua pré-disposição para a batalha. E aqui, uma coisa que não falta é disposição.



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