segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

109. MULHERES – O SEXO FORTE, de Diane English


Uma tentativa frustrada de apresentar o mundo só das mulheres.
Nota: 6,0


Título Original: The Women
Direção: Diane English
Elenco: Meg Ryan, Annette Bening, Debra Messing, Jada Pinkett Smith, Eva Mendes, Bette Midler, Candice Bergen, Carrie Fisher, Cloris Leachman, Debi Mazar, India Ennenga, Jill Flint
Produção: Diana English, Mick Jagger, Bill Johnson, Vixtoria Pearman
Roteiro: Diane English, Clare Boothe Luce (peça), Anita Loos (roteiro de 1939) e Jane Murfin (roteiro de 1939)
Ano: 2008
Duração: 114 min.
Gênero: Comédia

Mary é uma mulher casada que trabalha para as empresas do próprio pai e vive em casa criando a filha. Sylvie é a editora chefe de uma revista importante de moda que está em seus piores dias. Eddie é mãe de três filhas, está grávida de mais uma criança e vive inventado trabalhos para sobreviver. Alex é uma escritora lésbica que faz sucesso em todo mundo. O que elas tem em comum? Moram nos EUA, amam fazer compras e são grandes amigas. Quando o marido de Mary tem um caso com a depravada Crystal, é essa amizade que faz elas permanecerem juntas para seguir em frente.


Entre os anos de 1988 e 1998, durante 10 temporadas e mais de 240 episódios, a série “Murphy Brown” fez um sucesso tremendo nos EUA; transmitida originalmente pela CBS, contava a história de Murphy Brown, uma ex-alcoólica e jornalista de investigação. Murphy era vivida por Candice Bergen, que faz uma pontinha nesse filme, e uma das criadoras da série foi Diane English. Não assisti e nunca havia ouvido falar a respeito dessa produção, mas imagino, pelo sucesso de público, número de temporadas e prêmios que venceu, que podíamos esperar algo melhor vindo de English. “Mulheres – O Sexo Forte” é uma comédia engraçada, mas não vai nada além. A proposta do longa é interessante: no elenco vemos apenas mulheres, nenhum marido, chefe, irmão ou o que seja. Eles estão na história, participam, de certa forma, do filme, mas nunca aparecem, nem mesmo vemos carteiros, jardineiros, garçons, simplesmente, não há nenhum homem no elenco. Obviamente, tal proposta visava mostrar como as mulheres são fortes o suficiente para levarem suas vidas sozinhas, sem precisar da ajuda de nenhum ser humano do sexo masculino. Entretanto, a inteligência da proposta de English vai por água a baixo quando todo o enredo do longa acaba sendo baseado em coisas que homens fazem que deixam as mulheres tristes, frustradas, decepcionasdas ou irritadas: Mary é demitida pelo pai (um homem) traída pelo marido (um homem), tendo em vista o fato de ele ser um figurão de Wall Street, uma jornalista chantageia Sylvie e ela confirma a traição, isso, para conseguir que a jornalista vá trabalhar na revista na qual é editora, convencendo que seu chefe (um homem) não a demita. Nesse contexto, acompanhamos os problemas de Mary, pois ela não sabe se pede o divórcio, perdoa o marido, finge que não sabe de nada, arrebenta a cara da vadia com a qual o marido está dormindo, apenas tenta viver sua vidinha fútil como sempre viveu; depois, o foco vai para a briga das melhores amigas, afinal, nenhuma traição pode ser pior que de uma amiga para com a outra.


Se há uma coisa que faz desse filme algo não tão detestável é ver atrizes tão simpáticas no elenco. Meg Ryan sempre foi uma bela atriz, nada de muito incrível, mas seu carisma e talento a fazem ser uma bela mulher, sua personagem é o que há de mais comum nessas comédias românticas, e é exatamente isso que faz de sua interpretação algo sem muito valor, não que seja ruim, é, apenas, sem graça. Annette Bening se transforma para viver Sylvie, uma mulher madura e independente, mas que acaba dependendo da boa vontade de homem que é seu superior no trabalho, apesar de também ser um grande clichê – como tudo no filme -, ela nos proporciona uma atuação interessante justamente pelo fato de termos assistido a poucos filmes em que ela vive uma personagem tão descontraída e idiota. Debra Messins é Edie Cohen, a mãe de várias crianças que vive pra lá e pra cá em seu estilo hippie sem saber o que fazer o que sua vidinha. Jada Pinkett Smith é a escritora negra e lésbica Alex Fisher, apesar de ser dispensável a apelação de ela ser lésbica, é isso qeu move sua personagem e faz sua interpretação ser ao menos engraçada. Eva Mendes, como de costume não tem nada a mostrar sendo Crystal Allen, ou melhor, ela tem tanto a mostrar que não há muito espaço para sua vaidade com atrizes mais velhas e não tão sexys no elenco, mas muito superiores a ela no quesito talento. Candice Bergen e Bette Midler são a surpresa da vez, interpretando, respectivamente, a mãe de Mary e Leah Miller – uma produtora de Hollywood -, são elas que roubam as melhores cenas do filme, especialmente Midler, que nos presenteia com uma mulher distinta, sem frescuras ou arrependimentos, que vivi a vida sem se preocupar se um homem é ou não necessário.


Apesar de o filme possuir uma boa intenção, afunda-se quando o roteiro propõe algo totalmente clichê e visto em muitos filmes da década de 1994: uma mulher folgada que, quando traída pelo marido, resolve mudar de vida, retomar as rédeas de sua existência e correr atrás do tempo perdido, mudando seu visual e tornando-se independente profissionalmente. E não é por ser um remake de um filme de 1939 que tudo vai por água a baixo, e sim por ser algo simplesmente chato. Para piorar tudo, as cenas parecem cópias do que já vimos a vida toda: um escândalo básico entre a esposa e amante, a briga entre as melhores amigas, o desabafo da mãe, o desabafo da filha, relações mal resolvidas. No final das contas, o filme tenta ser uma grande produção feminista sobre como as mulheres podem dar a volta por cima, mas, como se sabe, quanto mais alto, maior a queda. E nessa proposta tão, aparentemente feminina, o filme se afoga em uma mesmice tão grande que se torna um longa machista sobre mulheres que não sabem o que desejam da vida, e pior, que vivem sua vida toda em função dos homens. 


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