Uma tentativa frustrada de apresentar o
mundo só das mulheres.
Nota: 6,0
Título Original: The Women
Direção: Diane English
Elenco: Meg Ryan, Annette Bening, Debra Messing, Jada Pinkett Smith, Eva
Mendes, Bette Midler, Candice Bergen, Carrie Fisher, Cloris Leachman, Debi
Mazar, India Ennenga, Jill Flint
Produção: Diana English, Mick Jagger, Bill Johnson, Vixtoria Pearman
Roteiro: Diane English, Clare Boothe
Luce (peça), Anita Loos (roteiro de 1939) e Jane Murfin (roteiro de 1939)
Ano: 2008
Duração: 114 min.
Gênero: Comédia
Mary é uma mulher casada que trabalha
para as empresas do próprio pai e vive em casa criando a filha. Sylvie é a
editora chefe de uma revista importante de moda que está em seus piores dias. Eddie
é mãe de três filhas, está grávida de mais uma criança e vive inventado
trabalhos para sobreviver. Alex é uma escritora lésbica que faz sucesso em todo
mundo. O que elas tem em comum? Moram nos EUA, amam fazer compras e são grandes
amigas. Quando o marido de Mary tem um caso com a depravada Crystal, é essa
amizade que faz elas permanecerem juntas para seguir em frente.
Entre os anos de 1988 e 1998, durante 10
temporadas e mais de 240 episódios, a série “Murphy Brown” fez um sucesso
tremendo nos EUA; transmitida originalmente pela CBS, contava a história de
Murphy Brown, uma ex-alcoólica e jornalista de investigação. Murphy era vivida
por Candice Bergen, que faz uma pontinha nesse filme, e uma das criadoras da
série foi Diane English. Não assisti e nunca havia ouvido falar a respeito
dessa produção, mas imagino, pelo sucesso de público, número de temporadas e
prêmios que venceu, que podíamos esperar algo melhor vindo de English.
“Mulheres – O Sexo Forte” é uma comédia engraçada, mas não vai nada além. A
proposta do longa é interessante: no elenco vemos apenas mulheres, nenhum
marido, chefe, irmão ou o que seja. Eles estão na história, participam, de
certa forma, do filme, mas nunca aparecem, nem mesmo vemos carteiros,
jardineiros, garçons, simplesmente, não há nenhum homem no elenco. Obviamente,
tal proposta visava mostrar como as mulheres são fortes o suficiente para
levarem suas vidas sozinhas, sem precisar da ajuda de nenhum ser humano do sexo
masculino. Entretanto, a inteligência da proposta de English vai por água a
baixo quando todo o enredo do longa acaba sendo baseado em coisas que homens
fazem que deixam as mulheres tristes, frustradas, decepcionasdas ou irritadas:
Mary é demitida pelo pai (um homem) traída pelo marido (um homem), tendo em
vista o fato de ele ser um figurão de Wall Street, uma jornalista chantageia
Sylvie e ela confirma a traição, isso, para conseguir que a jornalista vá
trabalhar na revista na qual é editora, convencendo que seu chefe (um homem)
não a demita. Nesse contexto, acompanhamos os problemas de Mary, pois ela não
sabe se pede o divórcio, perdoa o marido, finge que não sabe de nada, arrebenta
a cara da vadia com a qual o marido está dormindo, apenas tenta viver sua
vidinha fútil como sempre viveu; depois, o foco vai para a briga das melhores
amigas, afinal, nenhuma traição pode ser pior que de uma amiga para com a
outra.
Se há uma coisa que faz desse filme algo
não tão detestável é ver atrizes tão simpáticas no elenco. Meg Ryan sempre foi
uma bela atriz, nada de muito incrível, mas seu carisma e talento a fazem ser
uma bela mulher, sua personagem é o que há de mais comum nessas comédias
românticas, e é exatamente isso que faz de sua interpretação algo sem muito
valor, não que seja ruim, é, apenas, sem graça. Annette Bening se transforma
para viver Sylvie, uma mulher madura e independente, mas que acaba dependendo
da boa vontade de homem que é seu superior no trabalho, apesar de também ser um
grande clichê – como tudo no filme -, ela nos proporciona uma atuação
interessante justamente pelo fato de termos assistido a poucos filmes em que
ela vive uma personagem tão descontraída e idiota. Debra Messins é Edie Cohen,
a mãe de várias crianças que vive pra lá e pra cá em seu estilo hippie sem
saber o que fazer o que sua vidinha. Jada Pinkett Smith é a escritora negra e
lésbica Alex Fisher, apesar de ser dispensável a apelação de ela ser lésbica, é
isso qeu move sua personagem e faz sua interpretação ser ao menos engraçada.
Eva Mendes, como de costume não tem nada a mostrar sendo Crystal Allen, ou
melhor, ela tem tanto a mostrar que não há muito espaço para sua vaidade com
atrizes mais velhas e não tão sexys no elenco, mas muito superiores a ela no
quesito talento. Candice Bergen e Bette Midler são a surpresa da vez,
interpretando, respectivamente, a mãe de Mary e Leah Miller – uma produtora de
Hollywood -, são elas que roubam as melhores cenas do filme, especialmente
Midler, que nos presenteia com uma mulher distinta, sem frescuras ou
arrependimentos, que vivi a vida sem se preocupar se um homem é ou não
necessário.
Apesar de o filme possuir uma boa
intenção, afunda-se quando o roteiro propõe algo totalmente clichê e visto em
muitos filmes da década de 1994: uma mulher folgada que, quando traída pelo
marido, resolve mudar de vida, retomar as rédeas de sua existência e correr
atrás do tempo perdido, mudando seu visual e tornando-se independente
profissionalmente. E não é por ser um remake de um filme de 1939 que tudo vai
por água a baixo, e sim por ser algo simplesmente chato. Para piorar tudo, as
cenas parecem cópias do que já vimos a vida toda: um escândalo básico entre a
esposa e amante, a briga entre as melhores amigas, o desabafo da mãe, o
desabafo da filha, relações mal resolvidas. No final das contas, o filme tenta
ser uma grande produção feminista sobre como as mulheres podem dar a volta por
cima, mas, como se sabe, quanto mais alto, maior a queda. E nessa proposta tão,
aparentemente feminina, o filme se afoga em uma mesmice tão grande que se torna
um longa machista sobre mulheres que não sabem o que desejam da vida, e pior,
que vivem sua vida toda em função dos homens.
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