Lições para crianças e adultos que
atingem o público em cheio.
Nota: 8,5
Título Original: Wreck-It Ralph
Direção: Rich Moore
Elenco (voz): John C. Reilly, Jack McBrayer, Jane Lynch, Sarah
Silverman, Jack McBrayer, Alan Tudyk, Mindy Kaling, Joe Lo Truglio, Ed O’Neill,
Dennis Haysbert, Edie McClurg, Raymond S. Persi, Jesse Harnell
Produção: Monica Lago-Katys, John
Lasseter e Clark Spencer
Roteiro: Rich Moore, Jennifer Lee, Sam J. Levine, John C. Reilly e Jared
Stern
Ano: 2012
Duração: 108 min.
Gênero: Animção / Aventura / Comédia
“Conserta Felix Jr.” é um jogo de arcade
onde Felix repara as destruições do vilão Ralph. Tudo vai muito bem em todos os
jogos no fliperama, eis que, no dia em que “Conserta” completa 30 anos, Ralph
se revolta e resolve que não quer mais ser um vilão. Ao expor suas aflições aos
outros vilões, eles tentam explicar e convencer Ralph de que ele é um vilão por
natureza, e nada poderá mudar isso. Ser mal, nesse contexto, está na índole de
alguém que foi criado para ser um vilão. Entretanto, Ralph deixa seu jogo e
parte pelo fliperama em busca de uma medalhe para provar que pode ser alguém
melhor. O que ninguém imaginava era a confusão que ele faria ao adentrar o jogo
“Corrida Doce” e conhecer o bug Vanellope.
Rich Moore já foi diretor de séries de
animação como “Os Simpsons” (1990 – 1993) e “Futurama” (1999 – 2003), apesar de
eu não gostar das histórias de nenhuma das produções, tenho que admitir que
artisticamente falando, ambos possuem alguma qualidade. Tendo em vista, não se
podia esperar que “Detona Ralph” fosse de todo uma decepção. E muito pelo
contrário, não acredito que seja o grande filme de animação do ano, mas
diverte, emociona e nos faz pensar sobre vários aspectos da vida. No contexto
da trama, além de Ralph e Felix, temos dezenas de outras personagens jogos
clássicos, como Pacman, Sonic, Super Mário, Mortal Combat, Street Fighter, além
de novas personagens, como as encontradas no tal “Corrida Doce” que consiste em
um jogo de kart daqueles mais clássicos impossíveis, mas com um toque um pouco
exagerado. O jogo “Conserta Felix Jr.” é um jogo inspirado no clássico
conhecido e jogado pela maioria das pessoas que teve acesso a esse tipo de
diversão, como “Donkey Kong”, jogo que popularizou, inclusive, o próprio Mário,
que viria a ganhar um jogo totalmente seu algum tempo depois. Como a maior
parte dos longas de animação, “Detona Ralph” não foi feito para crianças,
justamente por ser inteligente demais, complexo demais e ter muitas sacadas que
as mentes infantis não compreenderão como indiretas irônicas sobre como o mundo
real dos adultos pode ser patético. Aos olhos dos pequenos, eles entenderão que
todos somos feitos para algum propósito, que correr em busca de coisas
desnecessárias não é a melhor opção e que sempre devemos estar do lado bom da
história, agindo com fidelidade aos amigos e nunca desistindo de nossos sonhos,
por mais malucos que ele possam ser, mas nunca tirando o pé do chão. Quanto a
interpretação dos adultos, espera-se que sejam capazes de ver como o longa mostra
o quanto estúpidos podemos parecer quando resolvemos pré julgar essa ou aquela
pessoa apenas pelo fato de ela parecer com algo que, culturalmente,
consideramos errado ou mal visto pela própria sociedade – por exemplo, o
preconceito contra negros, por serem descendentes de escravos, e o preconceito
contra homossexuais, afinal, parece que a sociedade acredita que apenas a
heterossexualidade possa ser válida. Além disso, espera-se que os adultos vejam
que aquela lição de amizade e fraternidade nunca morre, que não importa quantos
anos se tenha, nada pode deixar que os valor pessoais, aqueles adquiridos
durante a vida – não os que a sociedade impõe -, se percam.
No final das contas, esse filme, como
tantos outros que critiquei durante as últimas semanas no blog, critica os
padrões sociais definidos há décadas ou séculos. O que o coloca como um dos favoritos na categoria de melhor
filme de animação no Oscar 20313,
por fim, é o fato de que Ralph acaba convencendo a todos que ser um vilão não significa
ser de todo uma pessoa ruim, assim como ser negro não significa querer ser
tratado como um escravo, ou ser alemão tratar judeus como seres inferiores. O
caráter não se forma de acordo com aquilo que a sociedade acredita que somos, e
sim, por aquilo que pensamos, aquilo que queremos ser. E é aí que está a grande
lição do filme, pois como Meryl Streep apontou interpretando Margarete Thatcher
no filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz: “cuidado com seus pensamentos,
pois eles se tornam palavras, cuidado com suas palavras, pois elas se tornam
ações, cuidado com suas ações, pois eles se tornam hábitos, cuidado com seus
hábitos, pois eles se tornam seu caráter, cuidado com seu caráter, pois ele se
torna seu destino. Enfim, o que nós pensamos, nós nos tornamos.”
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