segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

111. AS PALAVRAS, de Brian Klugman e Lee Sternthal


Na tentativa de ser um grande filme sobre a vida surge uma catástrofe.
Nota: 6,5


Título Original: The Words
Direção e Roteiro: Brian Klugman e Lee Sternthal
Elenco: Bradley Cooper, Jeremy Irons, Dennis Quaid, Johan Hannah, Zoe Saldana, Michael McKean, Ben Barnes, Nora Arnezeder
Produção:Michael Benaroya, Tatiana Kelly, Jim Young
Ano: 2012
Duração: 97 min.
Gênero: Drama / Romance

Clay Hammond é um renomado escritor que conta a história de seu livro no lançamento de sua obra, repleto de jornalistas e convidados. A estória gira em torno de  Rory Jansen, um jovem escritor que tenta escrever um bom livro desde que se formou. Entretanto, mesmo estando feliz com a esposa, Dora, nada é tão fácil quanto parece na vida, e Rory encontra problemas. Em um dado momento, o escritor consegue terminar seu livro e o entrega a um agente, que acha tudo ótimo, muito bonito, muito inteligente, mas que diz que não irá publicar por ser algo muito bom para um iniciante. Um tempo depois Rory se torna um sucesso com outro livro sobre um homem e uma mulher apaixonados na Europa em plena Guerra, o único problema é que o livro não foi escrito por ele, e, agora, o homem que conta sua vida na obra se apresenta para Rory.


Antes de mais nada, é preciso lembrar que tanto Brian Klugman quanto Lee Sternthal são um pouco jovens para realizar um longa com tanto apelo emocional e que nos faça refletir como deveria, além disso, são eles os roteiristas de “Tron – O Legado” (2010). Dessa forma, não se podia esperar um filme com muito a ser dito. Na realidade, o que acontece é uma imensa catástrofe: temos, no contexto da produção, três histórias bem diferenciadas, mas nenhuma delas bem explicada ou argumentada. A primeira, em ordem cronológica se tudo aconteceu realmente, é a do homem que escreveu o livro original publicado por Rory; a segunda, é a história de Rory, que não fica muito clara se é apenas ficção ou é uma autobiografia de Hammond; a terceira e última é a história do próprio Clay Hammond, um bom escritor, mas solitário e com a cabeça cheia de pensamentos. O problema fica exatamente no fato de Hammond estar contando a história, o que deveria ter acontecido para que o longa fosse tudo aquilo que pode-se esperar era o seguinte: esqueçam Hammond, a história seria sobre Rory Jensen e a dificuldade de se escrever um livro ou qualquer outra coisa que exija um pouco do intelecto do talento humano – a única coisa boa do filme é isso, ao menos para os escritores que assistirem ao filme, ali estará algo para se identificar -, após algum tempo, o escritor verdadeiro do livro apareceria, mas, ao invés de ele contar sua história de uma tacada só, ele e Rory se encontrariam várias vezes e os dois teriam a chance de escreverem alguma coisa juntos, e daí viria lição de honestidade, superação, bondade e a reflexão sobre o certo e errado e o que deve ser feito da vida, no desfecho mais dramático possível o homem morreria e Rory e Dora teriam um filho ao qual dariam o nome do velho. No entanto, o que nos é apresentado é uma confusão de histórias, onde não sabemos se há relações diretas entre os personagens ou se tudo não passa apenas de uma ficção barata.


Bradley Cooper e Jeremy Irons, e as respectivas parceiras de seus personagens na trama, são a única coisa que presta em todo o longa, Dennis Quaid e Olivia Wilde são o que estragam tudo, não apenas por o enredo que os envolve ser chato, mas pelo fato de que eles apenas pioram a situação. Cooper é Rory Jansen, como disse, talvez a melhor coisa seja assistir às cenas do ator em que ele não consegue escrever nada, afinal nada surge em sua mente, e tudo o que surge parece não prestar, em contra ponto, vemos, também, cenas em que ele tem ótimas inspirações e escreve feito louco. Zoe Saldana é a esposa, Dora Jansen, de tempos em tempos atrizes bonitas, talentosas e simpáticas surgem, e a naturalidade toma conta de alguns de suas interpretações, é o que acontece com Saldana, que, direto do chato “Avatar” (2009), nos proporciona uma mulher sonhadora que deseja conquistar tais sonhos com os pés no chão, para ser feliz ao lado do marido. Jeremy Irons jamais conseguirá encarar algum personagem e fazê-lo de forma ruim, nem que ele tente, pelo simples fato: naturalmente esse homem é incrível, como aqueles cantores que não precisam forçar a voz, Irons jamais precisou forçar seu carisma ou seu talento. Dennis Quaid e OliviaWilde – ele, Clay Hammond, ela, uma vadia que está atrás do escritor -, estão péssimos e estragam uma história interessante, tornando-a uma catástrofe total.


A intenção de Brian Klugman e Lee Sternthal, como a de tantos outros diretores, é boa, e a proposta do filme de trazer essa reflexão sobre roubar ou não idéias dos outros e até que ponto vale toda essa busca pela fama, dinheiro e glamour já está velha no cinema. Apesar disso, a história é boa e, se fosse contada de maneira certa, talvez funcionasse exatamente como uma forma inovadora de mostrar às pessoas que existe algo mais importante que fazer sucesso. O filme, no final das contas, acaba sendo um pouco parecido com o primeiro livro que Rory Jansen tenta lançar: no longa, o livro é sobre jovens revoltados – o que traz ótimas reflexões, sempre -, mas se negam a publicá-lo por ser reflexivo demais para um autor tão novato, o mesmo acontece com essa produção, a única diferença é que o filme tenta fazer reflexões de forma inteligente e bem vindas, mas, diferentemente da obra de Jansen, vira um fracasso.


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